Por Célia Ribeiro
Um tecido de algodão leva de 10 a 20 anos para se decompor no meio ambiente, enquanto um tecido sintético pode demorar até 300 anos. Por isso, cada vez mais pessoas têm aderido à economia circular, que é um novo conceito que associa desenvolvimento econômico a um melhor uso de recursos naturais, empregando processos com menor dependência de matéria prima virgem. Um exemplo disso foi dado pelos estudantes do curso Técnico em Produção de Moda do Senac Marília que promoveram um bazar de troca, na semana passada.
Luiz Gonzaga, Carolina Cortez, Taisa Marini,
Karolyne Alexandre e Isabelle Carvalho
O evento
integrou o “Fashion Revolution, que é um movimento global que luta por uma moda
mais limpa, ética, responsável, sustentável e transparente”, conforme
explicaram os organizadores. Segundo eles, “o projeto integrador da turma do
Técnico em Produção de Moda do Senac Marília foi desenvolver um bazar de troca
com o objetivo de colocar em prática o conteúdo aprendido, conscientizar sobre
o consumo excessivo e os impactos que a indústria da moda causa, em parceria
com a Semana Fashion Revolution 2023”.
Bazar de trocas ofereceu
muitas opções
No dia 26 de abril, os alunos puderam colocar em prática os conhecimentos de visual merchandising aprendidos em sala de aula para a montagem da loja. Criativos, eles pensaram em tudo: foi criada a moeda “TPCoins” baseada no número de peças doadas e, dessa forma, cada participante fez a troca segundo um critério justo.
Estudantes e professores se dividiram nas tarefas como o caixa, controle do provador, auxílio na escolha das roupas etc, como em uma loja real. Ao final, fizeram o balanço com contabilização das peças que entraram e saíram. Das 416 peças iniciais, 201 foram trocadas entre eles e as 215 que restaram foram doadas para três instituições: Associação Amor de Mãe, Centro POP e Casa do Bom Samaritano, essas duas últimas voltadas às pessoas em situação de rua.
Os participantes consideraram o evento um sucesso: “O bazar foi uma experiência única por nunca ter trabalhado com o público dessa forma. Foi muito bom ver que o nosso trabalho foi reconhecido e ver as pessoas fazendo parte do nosso projeto. Foi uma sensação de satisfação. Foi estressante e trabalhoso. Mas, no final, foi tudo incrível”, afirmou a aluna Taisa Marini.
Daniela Borges
Caroline Montoro controlou
o acesso ao bazar
Marcos Junior
Arara com roupas, manequins e até provador havia no bazar
A funcionária do Senac Marilia, Vanessa Guimarães, revelou ser adepta dos bazares e brechós e elogiou o “Use e Reuse” dos estudantes de moda: “O que me impulsionou a participar desse foi a organização e seriedade já demonstradas em seu início, como o direcionamento de um número mínimo de peças. Cada peça recebeu um valor para troca e, o principal, as peças não trocadas teriam um fim muito importante, a doação para uma instituição sem fins lucrativos”.
Ela prosseguiu destacando que “o bazar abriu suas portas pontualmente às 20h e a curadoria, organização e o atendimento foram impecáveis. Troquei minhas peças por outras que simplesmente amei. E o sentimento de que mais bazares aconteçam está em cada um que participou, como em mim também.”
O público externo também apoiou a iniciativa, como Telma Santos: “A experiência foi gratificante e estimulante. Além de conscientizar sobre todos os impactos da indústria da moda e levar uma pequena solução para diminuir esses impactos, a organização e o cuidado que os alunos tiveram para realizar o evento foram incríveis”.
Vanessa Guimarães
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