O que um cirurgião-dentista, uma assistente social, uma docente, uma psicóloga e um advogado têm em comum? A pergunta pode ser estendida a um grupo de quase 40 pessoas que inclui jornalista, publicitário, comerciante, donas de casa, estudantes, produtora rural, enfermeira, filósofo, sociólogo, farmacêutica e muitas outras profissões. Em comum, eles têm a vontade de contribuir com a difusão de informações que levem esperança a milhares de pessoas que se beneficiarão do uso da Cannabis Medicinal.
Última reunião geral, na quarta-feira (20/11) |
Entre os primeiros voluntários estava o advogado Pedro Luís Fracaroli Pereira. Ele foi impetrante do Habeas Corpus que concedeu a ordem de salvo conduto para as mães Cláudia Marin e Nayara Mazini cultivarem cannabis e produzirem o óleo medicinal para o tratamento de seus filhos, Mateus e Letícia, respectivamente.
Mateus observa a cannabis |
Já a assistente social Sueli Farias disse que é voluntária da Associação Anjos Guerreiros, uma das entidades promotoras do Seminário, desde 2017: “O que me cativou na associação foi constatar que o trabalho que ela se propõe vem ao encontro da importância que tem numa sociedade, de estimular o protagonismo das pessoas através das lutas coletivas. Quando nos reconhecemos parte de algo maior, além do "meu problema", eu ganho mais força e ajudo o outro a seguir em frente”.
Ela destacou a união do grupo: “Estar junto com mães tão guerreiras, que incansáveis seguem dia a dia buscando o melhor para todos os filhos é um privilégio, é aprendizado, é descobrir cada dia motivos para sermos pessoas melhores”.
EXEMPLO FAMILIAR
Sempre disposto a colaborar com as tarefas em grupo, o cirurgião-dentista Cezar A. Carvalhal Altafim revelou que o exemplo veio do berço: “O voluntariado em minha vida surge como um preceito moral passado por meus pais ao demonstrarem que solidariedade, respeito e compaixão são sentimentos necessários a todas as pessoas e virtudes cívicas”.
Sueli e Cezar: solidariedade em comum |
Conforme disse, “hoje atuando como profissional na saúde coletiva e como diretor da Associação Paulista de Saúde Pública venho me dedicado à defesa da saúde e da vida com dignidade como direito de todos, e isso me levou a conhecer a realidade das famílias que necessitam do uso desta medicação para casos de epilepsia, autismo, tratamento da dor e Alzheimer, podendo perceber o alívio do sofrimento e o impacto positivo na qualidade de vida não só do paciente mas também de seus familiares e amigos. E esta melhora coletiva das relações, do cuidado e da saúde das pessoas é a motivação para ser voluntário”.
A psicóloga forense e professora Berenice de Lara Silva lembrou a importância da informação: “Senti que era importante, nesse momento, fazer com que as pessoas tivessem conhecimento de uma maneira científica, correta, das possibilidades da cannabis sativa como uso medicamentoso. Por outro lado, me sensibilizei com a questão das mães porque ver o filho sofrer, sem muita perspectiva de resolução dentro do que se conhece no tratamento convencional, saber que existe uma possibilidade e deixar de lado é inviável para uma mãe”.
Regiane e Fernanda guardando itens para o coffee break |
Os voluntários se dividiram em grupos para executarem suas tarefas |
Voluntários na recepção do evento |
Nicklas fez a entrega dos uniformes da MALELI |
Ao encerrar a reunião geral, Cláudia Marin anunciou que juntamente com Nayara Mazini e Fernanda Peixoto, que possui cursos realizados em Israel e no Canadá sobre extração do óleo da cannabis para fins medicinais, promoverá uma roda de conversa para os voluntários da comissão organizadora. A ideia é fornecer a informação precisa para ser difundida como antídoto ao preconceito e à desinformação que cercam o assunto.
Solenidade de aberturta do seminário |