sábado, 21 de abril de 2018

AGRO ECOLOGIA: QUALIDADE E PREÇO ATRAÍRAM CONSUMIDOR À FEIRA

Por Célia Ribeiro

Ao cair da tarde, os raios dourados do pôr do sol disputavam atenção com a roda de capoeira e as manifestações culturais na 1ª Feira de Luta Contra os Agrotóxicos, sábado passado, na área pública em frente à EMEFEI Chico Xavier (zona oeste de Marília). Agrofloresteiros vindos de três assentamentos de Gália e Promissão levaram frutas, verduras e legumes orgânicos para venda direta ao consumidor.
Feira ao entardecer: público aprovou a iniciativa
“Existe um consenso formado pelos meios de comunicação, pela grande imprensa, pelas universidades e escolas técnicas, de que não é possível produzir sem veneno”, afirmou o militante do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) Ângelo Diogo Mazin, do assentamento “Luiz Beltrame”, da cidade de Gália. Para ele, a feira de orgânicos contribuiu para divulgar junto à população “que dá para produzir alimento sem veneno”.
Vista geral da feira: orgânicos, música e arte
Bem organizada, a feira encerrou a programação iniciada pela manhã. A proposta era reunir cultura, arte e informação em um espaço aberto ao público que também aproveitou para adquirir produtos frescos a preços acessíveis. Apenas no assentamento de Gália, 27 famílias se dedicam ao cultivo orgânico em 100 hectares. Também estavam representados agricultores dos assentamentos Dandara e Reunidas, de Promissão.
Produtos orgânicos a preços acessíveis
De acordo com Diogo, “a gente tem feito um trabalho com os agricultores de recuperação e de desintoxicação do solo. De fato, os solos que a gente herda, de assentamentos, são solos que foram muito cultivados pelo agronegócio”. Os cuidados consistem no plantio de “culturas como adubo verde, feijão guandu, protalária etc, que ajudam a restaurar a fauna do solo”.
Diogo, agrofloresteiro

VENDA DIRETA

Ele destacou que “um dos objetivos da feira é aproximar o produtor do consumidor para que tenha contato com quem produziu a banana, a laranja, as hortaliças. Com isso, se estabelece uma relação de confiança além do que oferece um produto de menor valor. Também é importante porque está sendo mais justo do que a gente vender para o atravessador”.

Perguntado sobre os preços mais caros pagos pelos produtos orgânicos, Diogo afirmou que “a gente é contra transformar a agro ecologia, o debate dos orgânicos, para ganhar dinheiro. A gente quer oferecer um alimento saudável para os trabalhadores que estão na cidade, que são nossos irmãos, para que eles também tenham uma vida saudável”.

Finalizando, ele explicou que os assentados estão “plantado comida no meio da floresta. Ao invés de colocar 04 pés de alface em determinado espaçamento da agricultura convencional, a gente coloca 04 pés de alface, mais 06 pés de rúcula, mais 04 de berinjela e tomate e no meio planta uma bananeira que vai ajudar com os nutrientes”. Ele espera que a feira se torne periódica, a cada 15 ou 30 dias, com produtos frescos, de qualidade e a preços justos: “Nos nossos cálculos, produzir de maneira sustentável, sem agredir o meio-ambiente, ainda é mais barato que a produção do agronegócio”.
À esquerda, Alexandro e a mãe atendem a clientela
Entre os agricultores presentes, Alexandro Soares e sua mãe estavam animados com o sucesso da feira. Eles comandavam uma das bancas de legumes e frutas atendendo a todos com simpatia: “Tomara que a gente volte outras vezes. Dava medo trazer muita coisa e não conseguir vender. Mas, está indo muito bem”, disse o produtor.
Sílvio cruzou a cidade para conhecer a feira
Se depender da clientela, o evento terá uma segunda edição garantida: Silvio Favaneli, residente no bairro Aeroporto, cruzou a cidade só para conhecer a feira. Ele elogiou a qualidade dos produtos e os preços mais baixos que, no fim das contas, são um atrativo e tanto. Sem falar, claro, no belo pôr do sol!

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