quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

RETROSPECTIVA 2013 - PARTE I

Célia Ribeiro

O ano de 2013 foi muito fértil em matéria de reportagens sobre as boas práticas que inspiram iniciativas inovadoras, tanto na área de responsabilidade social quanto em sustentabilidade ambiental.
Anônimos foram revelados e outros, já conhecidos dos leitores, puderam mostrar novas ações neste ano que se encerra. Como nos anos anteriores, gostaria de compartilhar com vocês esta retrospectiva, dividida em duas partes.

Para começar, em janeiro, temos o exemplo do casal de analistas de sistemas que faz compostagem em casa e, de quebra, dá um belo exemplo às filhas adolescentes: lixo zero

Em feveiro, duas reportagens merecem destaque: a  "Turma do Bem" na qual cirurgiões-dentistas adotam crianças carentes para realizarem gratuitamente o tratamento odontológico e as vovós que fazem sabão artesanal a partir de óleo usado, na Unijovem, projeto mantido pelos funcionários voluntários da Unimed.

Com cinco reportagens, o mês de março apresentou o caminhoneiro que trouxe mudas de árvores nativas da Amazônia e criou um paraíso ecológico na pequena propriedade que comprou, após muito esforço; e o viveiro de plantas medicinais que a Secretaria Estadual da Agricultura mantém em Marília.

Em abril, o setor de restauração mostrou como peças antigas podem ser preservadas ganhando vida nova pelas hábeis mãos do ex-ourives Aurélio Fiorini da "Restaura Brasil". E por falar em beleza, vale reler a reportagem sobre as talentosas meninas do grupo "Marília Baunilha & Patch" que se reunem na Villa das Artes para criar maravilhas em patchwork.

A preocupação em inserir os deficientes físicos no mercado de trabalho foi tema de reportagem de maio, com a AADEF. No mesmo mês, a delicadeza da contadora de história Maria Cristina Paoliello encantou a todos com o trabalho voluntário que leva por toda parte.

Encerrando a primeira parte da retrospectiva 2013, temos em junho os 10 anos da Semana Jovem mostrando o envolvendo dos jovens católicos; e o esforço do apicultor Wenceslau Gomes Soares, o Lau, em salvar abelhas que estão morrendo envenenadas por "Espatódeas" no bairro Lorenzetti.

Na sequência, vocês poderão conferir a segunda parte da Retrospectiva 2013.
Boa leitura e boas festas!!!

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

PROGRAMA CONECTA 3ª IDADE À REDE MUNDIAL DE COMPUTADORES

Por Célia Ribeiro

Vinte e cinco passos separam a linha imaginária do conhecimento de dezenas de homens e mulheres que quebraram a barreira do preconceito e se aventuraram por um mundo de possibilidades infinitas: a internet. Na última sexta-feira, dia 13, como um presente antecipado de Natal, um grupo de 38 formandos dos cursos de “Informática para Terceira Idade” receberam seus certificados no auditório da Biblioteca Municipal de Marília.
 
"Terceira Idade On"  revela o mundo da internet aos idosos
Contendo dois módulos (básico e avançado), os cursos têm duração de seis meses cada um e acontecem no Telecentro, criado pela Prefeitura de Marília em parceria com o Banco do Brasil, em 2010, e no posto do programa “Acessa São Paulo”, mantido através de convênio com o Governo do Estado, informou o responsável Pedro Matos Teixeira.


Pedro explica o passo-a-passo aos alunos
De jeans e camiseta, o jovem instrutor desenvolveu um método original para prender a atenção dos alunos contribuindo para desmistificar a relação dos idosos com os computadores. Apesar dos equipamentos antigos, o projeto faz maravilhas com duas aulas semanais: no curso básico os alunos aprendem do zero, desde ligar os equipamentos, digitar no teclado e o manuseio do mouse, por exemplo, até criar pastas e salvar arquivos.

Encerradas as aulas do curso básico, os alunos mudam de sala e passam a ter uma aula por semana, com duração de duas horas, no Posto do “Acessa São Paulo”, também na biblioteca. “No curso ‘Terceira Idade On’ fazemos um apanhado do que é mais utilizado na internet, como sites de buscas, redes sociais (Facebook), segurança na internet com precaução para os vírus, uso de e-mail, um pouco de Youtube para que possam baixar e assistir vídeos na internet, além de manuseio de dispositivos móveis como descarregar fotos de celular e câmeras digitais etc”, explicou Pedro Matos.
 
Programa vitorioso mesmo com equipamentos obsoletos.
São 25 passos da entrada da biblioteca até esta sala de aula.
Entusiasmado, ele destaca o envolvimento da equipe formada pelos instrutores André Sanches Cibantos Junior e Mônica Camiatto: “Eles chegam sem nada, entram no básico e saem do avançado já fazendo tudo. O importante é que isso muda a vida da pessoa quando ela conhece a internet”, assinalou.

O instrutor citou o caso de uma aluna que revende produtos Natura e que começou a aplicar os conhecimentos profissionalmente: “Antes, ela tinha que ir à casa da supervisora para enviar os pedidos. Hoje, não. Ela fez um cadastro no site da Natura e faz tudo sozinha, compra, emite boleto de cobrança para pagamento etc”, contou.

ENTUSIASMO JUVENIL

A maioria dos formandos deste ano tinha mais de 60 anos. Mas, enquanto aguardavam o início da solenidade, na sexta-feira, pareciam adolescentes tamanha a ansiedade. No rosto de cada um o sorriso largo com a alegria estampada diante de mais um desafio vencido: “Gostei muito de aprender a usar a internet. Tenho Facebook e encontrei um monte de amigos para conversar e passar o tempo”, contou o aposentado Joaquim Bento dos Anjos, 68 anos. Ao seu lado, Lioko Kussumoto de Alcântara, 64 anos, explicou que “sabia um pouquinho, mas aprendi bastante aqui”, disse, acrescentando que também tem perfil nas redes sociais.
 
Creuza, Maria, Joaquim e Lioko: felizes pela formatura
Aos 65 anos, a aposentada Maria Cardoso da Silva afirmou que a “internet é importante porque é uma forma de a gente ter mais conhecimento e passar o tempo. Para quem não sabia nada como eu, foi ótimo. Agora quero continuar estudando para saber mais”. Mãe de sete filhos, ela revelou que adquiriu um computador pessoal assim que começou a frequentar as aulas e que a cada dia fica mais encantada com esse novo mundo que se descortinou.
 
(Esq.) André e Pedro Matos à frente dos formandos
(Foto: Helder C. Soares)

Por sua vez, a professora aposentada Creuza Borges de Oliveira, de 60 anos, comentou às gargalhadas que “era analfabetinha em internet” e que se matriculou para adquirir novos conhecimentos. “Não estou pós-graduada, mas melhorei muito”, disse, ressaltando o ambiente agradável das aulas: “O convívio social é fundamental. Aqui temos harmonia e estudar de novo é muito bom”, finalizou.

FILA DE ESPERA

No dia 13 a internet para a terceira idade chegou a 200 formandos (8ª turma do básico e 5ª turma do avançado). No entanto, a fila de espera é grande, com 250 pessoas na lista aguardando a oportunidade de mergulharem no fascinante mundo da internet. “Quando começamos, tínhamos 20 vagas e com pouca divulgação apareceram mais de 100 pessoas. Diante da grande procura pensamos em abrir uma sala só para isso que foi o Telecentro. A Anadir Hila, secretária municipal de Governo na época, fez a conexão entre a Prefeitura e o Banco do Brasil que doou os computadores enquanto o município cedeu local e funcionários”, recordou Pedro Matos.
 
Os alunos recebem acompanhamento individual
Os interessados em ingressarem nos cursos, independentemente da idade, podem procurar a Biblioteca Municipal à Avenida Sampaio Vidal, 245 ou telefonarem para (14) 34547434 para André ou Pedro.

                                           

domingo, 8 de dezembro de 2013

TAIKO: A CULTURA MILENAR JAPONESA LEVA ALEGRIA AOS ASILOS

Por Célia Ribeiro

O ritmo cadenciado das vigorosas batidas no tambor hipnotiza. “Timu dum dum”, a batida do coração, como é conhecida essa percussão, atravessou os tempos preservando a milenar cultura japonesa. Disciplina, concentração e coordenação motora são requisitos essenciais aos tocadores de tambor. Mas, o grupo “Requios Gueino Dokokai Eisá Taiko”, da Associação Esportiva e Cultural Okinawa de Marília, agregou outra qualidade: a solidariedade. 

O som dos tambores contagia
Criado em 2006 pela professora Hatsue Omine, de São Paulo, o grupo possui 78 integrantes de diferentes faixas etárias, a partir dos seis anos, informou a diretora educacional da Associação Okinawa de Marília, Tyoko Takahashi Higa. “Nosso objetivo é a divulgação e a preservação da cultura japonesa, através da música e da dança. As batidas dos tambores refletem a alegria dos ancestrais; é o momento de reunião e união familiar. Assim brindamos a harmonia e a vida”, comentou. 

Taiko: crianças encantam idosos
A solidariedade entra nas apresentações em instituições filantrópicas: “O nosso trabalho é o voluntarismo, o amor à arte, que nos faz seguir em frente. Somos convidados pelas entidades para apresentarmos a dança e o toque dos tambores. No dia 23 de novembro, através de um convite da Sra. Fátima Nakashima, também voluntária do projeto ‘Adote um Idoso’, fomos nos apresentar no Lar São Vicente de Paula e acreditamos ter deixado alegria aos idosos”, afirmou Tyoko.
 
Coordenação motora é essencial
Ela lembrou que a Associação Okinawa, formada por descendentes de japoneses há 62 anos, tinha um sonho de trazer para Marília algo que ajudasse na preservação da cultura. Dessa forma, quando o então presidente Carlos Saito conheceu o trabalho da professora Hatsue Omine lhe fez o convite para iniciar o projeto na cidade.

Os instrumentos são confeccionados em Presidente Prudente e para que o grupo esteja sempre atualizado, monitores da Associação Okinawa são enviados para São Paulo, periodicamente, para aprenderem novas músicas e coreografias a fim de replicarem os conhecimentos entre os demais integrantes. A professora Hatsue realiza visitas para supervisionar e manter a qualidade do trabalho.

APRESENTAÇÕES

Atualmente, cerca de 80 crianças e jovens integram o grupo de Taiko. Eles são divididos segundo a fase de aprendizagem e, com isso, há desde iniciantes até os veteranos que realizam apresentações mais elaboradas. “Já estivemos na Casa do Caminho, também, e a emoção dos idosos é grande quando começam a tocar os tambores”, relatou a diretora.
 
O tradicional cumprimento de agradecimento
“A cultura japonesa valoriza muito o idoso. É muito difícil encontrar um descendente de japoneses nos asilos. A família ampara”, observou Tyoko Takahashi Higa, acrescentando que “é muito bom podermos levar alegria aos asilos, dar uma distração aos idosos. E para nossos jovens, estamos incutindo neles a importância de se valorizar os idosos”.
Participam crianças a partir dos 06 anos
O Grupo de Taiko conta com sete membros na Comissão Organizadora. Além de Tyoko, fazem parte: José Roberto Tukasan (coordenador e atual presidente da Associação Okinawa), Hideo Higa (apresentador), Creusa Mitiko Tukasan, Mihoko Kogawa, Luci Emi Hamada e Lucia Nagay (responsáveis pela comunicação e monitoria). Há participação ativa de pais de alunos que colaboram como José Carlos Miazato (divulgação).

“O som do tambor de Okinawa mexe muito com a sensibilidade do ouvinte, chegando a arrepiar ou emocionar, como diz o ditado popular: ‘os ancestrais estão contentes’ pois esta sensação de arrepio se compara à primeira vibração que sentimos no período fetal no ventre da mãe quando nascemos e ouvimos, pela primeira vez, o coração da mãe bater. A energia do coração da mãe é a energia que se perpetua e nos acompanha ao longo de nossas vidas”, finalizou Tyoko Takahashi Higa.

CURIOSIDADES

No Japão feudal, taikos eram frequentemente usados para motivar as tropas, para ajudar a marcar o passo na marcha e para anunciar comandos e anúncios marciais. Ao se aproximar ou entrar no campo de batalha o taiko yaku (tocador de tambor) era responsável por determinar o passo da marcha, usualmente com seis passos por batida do tambor (batida-2-3-4-5-6, batida-2-3-4-5-6).
De acordo com uma das crônicas históricas (o Gunji Yoshu), nove conjuntos de cinco batidas serviam para levar um batalhão à batalha, enquanto nove conjuntos de três batidas aceleradas três ou quatro vezes e seguidas pelos gritos "Ei! Ei! O! Ei! Ei! O!" era a chamada para avançar e perseguir o inimigo.

No Brasil e no mundo há diferentes grupos formados
por crianças, jovens e adultos japoneses ou não.
O taiko, tradicional tambor japonês, é um elemento da cultura nipônica que ganha cada vez mais adeptos e admiradores no Brasil. O ritmo enérgico resgata a cultura dos samurais e empolga pais, filhos e avós, reunindo diferentes gerações na cadência de uma mesma batida. Em sua edição de janeiro, a Made in Japan identificou 117 grupos de taiko no Brasil. (Fonte: Made in Japan)
Clique AQUI  e assista uma apresentação de Taiko no Japão.