Por Célia Ribeiro
Vinte e
cinco passos separam a linha imaginária do conhecimento de dezenas de homens e
mulheres que quebraram a barreira do preconceito e se aventuraram por um mundo
de possibilidades infinitas: a internet. Na última sexta-feira, dia 13, como um
presente antecipado de Natal, um grupo de 38 formandos dos cursos de “Informática
para Terceira Idade” receberam seus certificados no auditório da Biblioteca
Municipal de Marília.
Contendo
dois módulos (básico e avançado), os cursos têm duração de seis meses cada um e
acontecem no Telecentro, criado pela Prefeitura de Marília em parceria com o
Banco do Brasil, em 2010, e no posto do programa “Acessa São Paulo”, mantido
através de convênio com o Governo do Estado, informou o responsável Pedro Matos
Teixeira.
Pedro explica o passo-a-passo aos alunos |
De jeans e
camiseta, o jovem instrutor desenvolveu um método original para prender a
atenção dos alunos contribuindo para desmistificar a relação dos idosos com os
computadores. Apesar dos equipamentos antigos, o projeto faz maravilhas com
duas aulas semanais: no curso básico os alunos aprendem do zero, desde ligar os
equipamentos, digitar no teclado e o manuseio do mouse, por exemplo, até criar
pastas e salvar arquivos.
Encerradas
as aulas do curso básico, os alunos mudam de sala e passam a ter uma aula por
semana, com duração de duas horas, no Posto do “Acessa São Paulo”, também na
biblioteca. “No curso ‘Terceira Idade On’ fazemos um apanhado do que é mais
utilizado na internet, como sites de buscas, redes sociais (Facebook),
segurança na internet com precaução para os vírus, uso de e-mail, um pouco de
Youtube para que possam baixar e assistir vídeos na internet, além de manuseio
de dispositivos móveis como descarregar fotos de celular e câmeras digitais etc”,
explicou Pedro Matos.
Programa vitorioso mesmo com equipamentos obsoletos. São 25 passos da entrada da biblioteca até esta sala de aula. |
Entusiasmado,
ele destaca o envolvimento da equipe formada pelos instrutores André Sanches
Cibantos Junior e Mônica Camiatto: “Eles chegam sem nada, entram no básico e saem
do avançado já fazendo tudo. O importante é que isso muda a vida da pessoa
quando ela conhece a internet”, assinalou.
O instrutor
citou o caso de uma aluna que revende produtos Natura e que começou a aplicar
os conhecimentos profissionalmente: “Antes, ela tinha que ir à casa da
supervisora para enviar os pedidos. Hoje, não. Ela fez um cadastro no site da
Natura e faz tudo sozinha, compra, emite boleto de cobrança para pagamento etc”,
contou.
ENTUSIASMO JUVENIL
A maioria dos
formandos deste ano tinha mais de 60 anos. Mas, enquanto aguardavam o início da
solenidade, na sexta-feira, pareciam adolescentes tamanha a ansiedade. No rosto
de cada um o sorriso largo com a alegria estampada diante de mais um desafio
vencido: “Gostei muito de aprender a usar a internet. Tenho Facebook e
encontrei um monte de amigos para conversar e passar o tempo”, contou o
aposentado Joaquim Bento dos Anjos, 68 anos. Ao seu lado, Lioko Kussumoto de
Alcântara, 64 anos, explicou que “sabia um pouquinho, mas aprendi bastante aqui”,
disse, acrescentando que também tem perfil nas redes sociais.
Aos 65 anos,
a aposentada Maria Cardoso da Silva afirmou que a “internet é importante porque
é uma forma de a gente ter mais conhecimento e passar o tempo. Para quem não
sabia nada como eu, foi ótimo. Agora quero continuar estudando para saber mais”.
Mãe de sete filhos, ela revelou que adquiriu um computador pessoal assim que
começou a frequentar as aulas e que a cada dia fica mais encantada com esse
novo mundo que se descortinou.
Por sua vez,
a professora aposentada Creuza Borges de Oliveira, de 60 anos, comentou às
gargalhadas que “era analfabetinha em internet” e que se matriculou para adquirir
novos conhecimentos. “Não estou pós-graduada, mas melhorei muito”, disse,
ressaltando o ambiente agradável das aulas: “O convívio social é fundamental.
Aqui temos harmonia e estudar de novo é muito bom”, finalizou.
FILA DE ESPERA
No dia 13 a
internet para a terceira idade chegou a 200 formandos (8ª turma do básico e 5ª
turma do avançado). No entanto, a fila de espera é grande, com 250 pessoas na
lista aguardando a oportunidade de mergulharem no fascinante mundo da internet.
“Quando começamos, tínhamos 20 vagas e com pouca divulgação apareceram mais de
100 pessoas. Diante da grande procura pensamos em abrir uma sala só para isso
que foi o Telecentro. A Anadir Hila, secretária municipal de Governo na época,
fez a conexão entre a Prefeitura e o Banco do Brasil que doou os computadores
enquanto o município cedeu local e funcionários”, recordou Pedro Matos.
Os
interessados em ingressarem nos cursos, independentemente da idade, podem
procurar a Biblioteca Municipal à Avenida Sampaio Vidal, 245 ou telefonarem
para (14) 34547434 para André ou Pedro.
Parabéns Célia pela ótima matéria, não sei como conseguecom tantos afazeres consegue com maestria e competência dedicar tanto carinho e profissionalismo às mais belas matérias do jornalismo mariliense.
ResponderExcluirAndré, querido, obrigada! Vcs que estão de parabéns pelo belíssimo trabalho que desenvolvem. Grande abraço
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