domingo, 16 de maio de 2021

RECONHECIDA PELO TRABALHO NA ACC, MARIA ANTONELLE É DESTAQUE INTERNACIONAL NO RAMO DA JOALHERIA AUTORAL.

Por Célia Ribeiro

À primeira impressão, a mulher alta, loira de olhos claros e voz firme chama a atenção pela convicção com que defende suas ideias. Concluindo o segundo mandato na presidência da ACC (Associação Combate ao Câncer de Marília), Maria Antônia Antonelle, imprimiu uma gestão profissional à entidade, amarrando parcerias e iniciando importantes projetos em benefício de centenas de portadores de câncer e seus familiares. 

Joia mistura força e leveza

Mas, ela tem outras facetas pouco conhecidas: primeiro, a de atleta de alto rendimento que jogou voleibol profissionalmente, defendendo times como o Corinthians e o Palmeiras, que resultaram em alguns problemas nos ombros e nos joelhos. A segunda faceta é de design de joias que rodou o mundo expondo peças da sua joalheria autoral, além de correspondente internacional em publicações dedicadas ao setor.

Maria Antonelle expôs em Nova York em 2019

Para entender essa metamorfose ambulante, como diria Raul Seixas, é preciso voltar algumas décadas no tempo: Maria Antonia, que aqui será chamada apenas de Maria Antonelle, seu nome conhecido no ramo da joalheria, ingressou cedo na Caixa Econômica Federal. Naquela época, a instituição investia muito em capacitação e ela foi convidada a fazer um curso de avaliador de penhor.

Anel “Red Carpet” inspirado nas passarelas do Oscar

Ela se encantou e decidiu estudar mais. Alguns cursos foram pagos pela CEF, mas muitos foram bancados com seus próprios recursos. Assim, ela estudou na Universidade Federal de Ouro Preto, aonde fez pós-graduação em gemologia (estudo das pedras preciosas) com especialização em diamantes e também nos Estados Unidos.

AVENTURA

Cada vez mais apaixonada pela gemologia, Maria Antonelle passou de avaliadora a instrutora para capacitar funcionários da CEF na compra de ouro. E lá foi ela para as áreas de garimpo na região Amazônica. Em entrevista ao JM, ela falou das aventuras em áreas de conflito, das viagens em aviões pequenos, apelidados de “cai-cai” porque viviam se acidentando, e do treinamento de campo para os colegas no posto avançado da Caixa Federal que tinha concessão para comprar ouro direto dos garimpeiros.

Anel inspirado na Cúpula da Rocha  (Jerusalém- Israel)

No entanto, em 2.003, quando era auditora na área de penhor da CEF, Maria Antonelle foi surpreendida pela aposentadoria precoce. Como ela havia solicitado a inclusão de insalubridade no tempo de avaliadora, já que manipulava ácidos fortes usados para testar os metais, acabou recebendo uma aposentadoria especial, aos 48 anos.

Pulseira luz, Coleção "Desigual"

“Primeiro, achei que minha vida tinha terminado. Levantava e não sabia para onde ir”, contou, acrescentando que resolveu, então, voltar a estudar. Em 2009, uniu o amor pela gemologia com a vontade de desenhar e se matriculou num curso de design de joias do Senac de São José do Rio Preto.

Coleção Jujubas, inspirada nas
balas coloridas da infância

Antenada, ela começou a frequentar feiras de joalheria e, em pouco tempo, já estava escrevendo artigos para revistas especializadas. Das feiras no Brasil, ela iniciou uma incursão internacional e acabou se tornando correspondente de publicações, inclusive uma revista de Londres.

Mar Morto (Jordânia): viagens, sua grande paixão

A criação de joias, paralelamente, tornava-se mais interessante e suas peças, pouco a pouco, se destacaram em feiras de Nova York, Londres, Paris (Museu do Louvre) , Hungria, Itália, Iugoslávia, Rússia, entre outros. Em Dubai, por sinal, houve um interessado em comprar sua coleção inteira. Mas, seguindo a máxima de que cada peça tem seu valor, sua história, ela não aceitou a oferta.

Convite de exposição em Londres

“Minha joalheria é autoral. Nunca faço uma peça igual à outra”, revelou. Maria Antonelle só lamenta não ter aprendido a confeccionar as peças que, dependendo do tipo, após desenhar, escolhe o ourives a quem confia o ouro, a prata, as esmeraldas, os diamantes e demais pedras preciosas que se destacam em suas criações. A maioria das peças é feita à mão. Mas, há peças com parte manual e parte feita em fundição (fábrica). Mas, sempre peças exclusivas.

A inspiração para o design vem das viagens de turismo que faz pelo mundo. Suas grandes paixões são viajar, geralmente sozinha, e fotografar. Antes da pandemia, ela estava com tudo pronto para passar dois meses percorrendo a Índia (já visitou várias vezes), Vietnã, Camboja, Laos, Miamar e Tailândia aonde esteve três vezes. 

Suas joias foram expostas em Dubai

Ela explicou que quando viajava para as feiras internacionais, procurava dar um tempo até iniciar a criação de nova coleção para não ter nenhum tipo de influência. Por isso, suas peças são elogiadas pela originalidade. A coleção “Desigual”, por exemplo, baseada no DNA humano, foi toda confeccionada à mão após um intenso processo criativo. Brincos, anéis, pulseiras e colares se destacam pela nobreza dos metais e das pedras preciosas.

Anel da Coleção "Desigual"

Atualmente, segundo Maria Antonelle, as pessoas já não usam joias para ostentar. Há um processo de ressignificação e algumas pessoas estão pegando peças antigas, juntando várias joias em busca da confecção de uma nova peça que traga mais que o valor material, que conte uma história e tenha o valor sentimental.

NOVA FASE

Maria Antonelle disse que sempre fez trabalho voluntário e que, no fim de 2014, ao retornar de uma viagem à Índia, recebeu o convite para ocupar a vice-presidência da ACC. De lá para cá, ela se dedicou muito à instituição, deixando seu trabalho como design de joias em segundo plano, sobretudo nos últimos 04 anos em que esteve à frente da presidência da entidade.

O desenho e a joia finalizada

Quanto ao futuro, ela adiantou que pretende realizar um antigo sonho que é fazer cursos de ourives, mirando instituições em Portugal, aonde há ótimas escolas de joalheria. “Eu gostaria de ter começado antes e ter aprendido a fazer”, disse. No entanto, observou que, para ser um bom ourives precisa de uns 25 anos de prática e que ela “não tem mais olho para cravar pedra”. 

Toda beleza em peças exclusivas

Depois de uma vida tão cheia de emoções e desafios, Maria Antonelle ainda tem muito fôlego para aprender e continuar criando, seja em que área for: “Sempre é tempo de recomeçar e de aprender coisas novas, de empreender, inclusive. Na pandemia, teve gente que deitou no sofá e morreu de depressão. E teve gente que foi à luta, que fez cursos e aprendeu”.

Para saber mais sobre o trabalho de design de joias de Maria Antonelle, acesse seu Instagram: @maria.antonelle.

*Reportagem publicada na edição de 16.05.2021 do Jornal da Manhã 

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