Estava dia claro, por conta do horário de verão, quando às 19h um grande número de pessoas se aglomerava em frente à sede do Sebrae/SP em Marília, na última terça-feira (12). A maioria mulheres, mas também homens de várias idades, aceitaram o convite para participarem do I Encontro de Artesãos de Marília e Região cheios de expectativa. Afinal, abria-se a oportunidade para discutirem assuntos comuns e, quem sabe, lançarem a semente da organização do setor que, além de gerar negócios, contribui para a divulgação da cultura e do turismo locais.
Cristiane falou sobre o cenário do artesanato nacional |
Após a abertura realizada pelo secretário da Cultura, André Gomes Pereira, a consultora Cristiane Souza Aguiar proferiu a palestra “O Artesanato x Oportunidade de Negócios” quando foram realizadas dinâmicas em que os participantes puderam se apresentar e falar de suas atividades, além de apontarem as principais necessidades.
Trabalhos de Mary abusam das cores |
Mary Kaneji |
IMPACTO SOCIAL
Segundo Cristiane Aguiar, pesquisas apontam que o artesanato está presente em 78,6 por cento dos municípios e que 8,5 milhões de brasileiros dependem dele, diretamente, movimentando cerca de 50 bilhões de reais, por ano. Outros números que impressionam são que de 3.600 artesãos pesquisados, 70 por cento vendem para parentes e amigos e só 8 por cento possuem uma loja ou ponto de venda, enquanto 17,7 por cento são legalizados como MEI (Microempreendedor Individual).
Ela destacou que os artesãos precisam de apoio para profissionalizarem a produção, aprenderem a precificar seus produtos e atraírem compradores com uma divulgação mais estruturada. Por sua vez, Natali Conrado, também do Sebrae/SP, afirmou que “trabalhando gestão, mercado, negócios, tudo isso fortalece o segmento. E a intenção do Sebrae é juntar os empreendedores desse segmento, ajuda-los, dar subsídios para que eles possam se desenvolver e desenvolver esse mercado dentro do município, através de atividades coletivas e individuais”.
Patchwork: cada retalho é importante |
TURISMO
Ivan Evangelista Junior encerrou o evento |
Saboaria artesanal de Vanessa |
Conforme disse, “conhecer a diversidade dos talentos que estiveram presentes nesta reunião foi uma oportunidade ímpar e saber que estão se organizando para criar uma célula forte e atuante é saber que num futuro não muito distante teremos boas novidades. Cidades criativas precisam de pessoas criativas. Sucesso a todos”. Professor universitário, Ivan também é conhecido pelo trabalho fotográfico que desenvolve e autor do blog: http://afotoquefala.blogspot.com
ARTE NO SANGUE
Aos 37 anos, a fisioterapeuta de formação Mary Kaneji é uma artista nata que sofreu uma forte influência familiar. A avó paterna era “bonequeira, que fazia aquelas carinhas lindas de porcelana e sempre costurou, aproveitando cada pedacinho de tecido”, revelou. Da parte da mãe, “todo mundo também era muito envolvido com costura e bordado”, assinalou.
Gosto pelo artesanato vem de família: trabalho de Mary |
Com uma produção organizada e que comercializa pela internet, a artesã saiu otimista do encontro no Sebrae: “Espero que possa renascer o artesanato em Marília porque ouvi pessoas contando e chorando ao falar dos tempos das feiras de artesanato, na praça perto da Prefeitura, que era referência para a região”.
Vanessa Alcazar |
Ela finalizou observando que “vejo um futuro brilhante porque a gente conseguiu associar técnicas milenares que foram desenvolvidas e aprimoradas com o novo conhecimento fazendo do artesanato essa coisa viva, que traz história, cor e emoção”. O contato de Mary é: (14) 991732211, nas redes sociais: https://www.facebook.com/RefazendadaMary/ e no Instagram Mary Kaneji Arte Têxtil.
Outra artesã que participou do evento, a administradora de empresas Vanessa Nonaka Alcazar, de 41 anos, contou que fez um curso no Sebrae, há dois anos, que lhe ajudou muito na empresa de bordado em que produz uma linha variada de itens. Ela também se dedica à saboaria artesanal. Os contatos dela são: https://www.atelieanesa.com.br/ e (14) 34223989.
*Reportagem publicada na edição impressa de 17,02,2019 do Jornal da Manhã
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