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Mostrando postagens de novembro, 2013

ÁLCOOL E DROGAS: A LUTA DIÁRIA DE QUEM QUER SAIR DAS RUAS.

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Por Célia Ribeiro Arrastando a velha sandália de pneu cujas tiras teimam em se despregar do solado gasto, o homem de cabeça baixa e costas curvadas tem o olhar embaçado. O sol a pino castiga a pele curtida e ele não se reconhece e nem ao lugar aonde chegou. Aparentando setenta e poucos anos, o homem não lembra o próprio nome, de onde veio e nem quando nasceu. Ao cruzar o portão, mais uma vez, ele sabe apenas que vai travar uma dura batalha para encontrar sua essência, aquilo que era antes de perder-se no mundo.   Ampla área verde: lugar de recomeçar. A chegada de um novo interno à Fumares (Fundação Mariliense de Recuperação Social), entidade retratada na reportagem de domingo passado, é acompanhada com curiosidade pelos 65 internos. Muitos estão ali pela terceira ou quarta vez e suas histórias são muito parecidas: depois de chegarem ao fundo do poço, finalmente aceitam ajuda e mudam-se para a entidade em busca do recomeço. No entanto, com o passar do tempo, a a...

MORADORES DE RUA: O RESGATE DA DIGNIDADE DE QUEM PERDEU TUDO.

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Por Célia Ribeiro Na tarde de sábado, depois do almoço caprichado onde não faltam carne e verduras colhidas na hora, a soneca é interrompida pelo burburinho que se ouve no pátio. O futebol está para começar e todos se dirigem à sala de TV em busca do melhor lugar. O aparelho de 50 polegadas, tela de LCD de última geração, conectado a uma antena parabólica da Sky transforma o espaço em uma sala de projeção confortável onde as torcidas são bem vindas, independente dos times do coração.   TV de LCD e som de primeira: futebol garantido Esse conforto, comum aos grupos de amigos que se juntam em chácaras, bares e restaurantes na hora do futebol, também está disponível aos 65 internos da Fumares (Fundação Mariliense de Recuperação Social). A sala ampla e arejada com a ajuda de ventiladores possui equipamentos modernos de som e imagem onde os ex-moradores de rua assistem os noticiários, os filmes e o esporte que é paixão nacional.   Paulinho checa as plantas: muito ve...

LIMPEZA VERDE: JOVEM EMPRESÁRIA INOVA EM NEGÓCIO FOCADO NA SUSTENTABILIDADE.

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Por Célia Ribeiro A lembrança do verde, dos pés de limão carregados, ficou marcada na infância feliz que dividiu com dois irmãos. Símbolo da esperança, a cor tornou-se inspiração na hora de escolher o layout da empresa que fundou, há quatro anos em Marília. Para a jovem empresária Mayra Di Manno, 33 anos, foi questão de tempo transformar o tino comercial, dos tempos em que saía para vender limão com o avô, em um negócio de gente grande que aposta na qualidade dos serviços sem descuidar do meio-ambiente. Preocupação ambiental: conceito inovador na cidade De fala mansa e pausada, Mayra surpreende seus interlocutores tão logo começa a discorrer sobre um assunto que domina como poucos: o setor de limpeza profissional. Ex-executiva de duas grandes empresas multinacionais, onde trabalhou por 10 anos, na Capital, sonhava ter sua própria empresa. “Fui aprendendo como o negócio funcionava, atuei como diretora comercial nestas empresas, e quando saí, tinha juntado algum dinheiro e r...

EDUCANDÁRIO: MOBILIZAÇÃO TENTA IMPEDIR FECHAMENTO.

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Por Célia Ribeiro Quando os olhinhos assustados do menino viram a imponente construção, pela janela do ônibus que o trouxe de São Paulo, emoções desencontradas invadiram-lhe a alma. Junto com outros 40 garotos, órfãos como ele, o pequeno iniciava naquela manhã uma nova fase da sua vida no Educandário Bento de Abreu Sampaio Vidal. Passados 50 anos, Francisco Santana, professor de marcenaria, continua na entidade que luta para não fechar as portas com o apoio da Sociedade São Vicente de Paulo, da Associação dos Amigos do Educandário e de voluntários.   Educandário nos anos 50: obra de Bento de Abreu ameaçada Desde sua criação, em 1957, o Educandário acolheu e cuidou de mais de 3.000 meninos formados, em sua maioria, por órfãos. Até o ano 2000, a entidade foi mantida exclusivamente pela Santa Casa de Misericórdia de Marília, explicou o diretor, Irmão Agenor Lima Rocha. Com a crise que assolou os hospitais filantrópicos, a instituição começou a receber auxílio da Prefeitur...