Quando os
primeiros raios de sol tocaram as verdejantes pastagens do Haras ZD, no último
dia cinco de outubro, um grupo de adolescentes, que mal conseguiu dormir de
ansiedade, comemorou a estiagem após uma semana de muita chuva. Tudo porque,
algumas horas depois, aconteceria a formatura da 7ª. turma do Projeto “Belo
Futuro”, à sombra de um imponente jatobá.
Grito de guerra no fim da solenidade |
O dia claro,
de céu azul praticamente sem nuvens, foi recebido como mais um presente pelos
convidados: formandos e seus familiares, além de diretores e colaboradores da Bel
Chocolates onde funciona a Belajuda. A ONG, criada em 2.003 pelos funcionários
e incentivada pela empresa, possui vários projetos sociais e apoia outros
tantos sendo o “Belo Futuro” aquele voltado à formação de um novo cidadão.
Formatura em dia de céu azul reuniu familiares e colaboradores da Bel |
“O ‘Belo
Futuro’ vem de um sonho de contribuir para a formação do jovem. Os professores
são os funcionários voluntários, sendo que cada um fala um pouquinho de sua
área de conhecimento e passa uma mensagem, principalmente de quais são os
valores de uma empresa do bem, e a Bel se enquadra perfeitamente nesta questão”,
explicou a presidente da Belajuda e gerente de Recursos Humanos da empresa, Ana
Ramalho.
(Esq.) Ana Ramalho e Eloizi Dedemo Ferraz com formanda da 7a. turma |
Segundo ela,
já passaram pelo projeto cerca de 200 alunos. Como os primeiros, que entraram
com 15 anos, agora estão atingindo a maioridade, alguns estão sendo contratados
pela Bel Chocolates. Em 2.013 foram registradas seis contratações e novas vagas
devem ser abertas na medida em que houver demanda.
As aulas são
ministradas na fábrica, aos sábados, no período da manhã. Além da preparação
para o mercado de trabalho através do conhecimento de áreas como contabilidade,
atendimento ao cliente etc, os jovens desenvolvem projetos sociais como forma
de valorizarem o trabalho voluntário.
NOVOS HORIZONTES
O “Belo
Futuro” tem como diferencial o fato de ser executado pelos próprios
funcionários da Bel Chocolates, através da ONG Belajuda, numa via de mão de
dupla que beneficia a todos: os adolescentes são preparados para o mercado de
trabalho e a própria empresa se vale dessa mão-de-obra moldada segundo seus
princípios.
Grupo chega ao fim do curso sonhando com o futuro |
“Hoje, nossas necessidades de mão-de-obra com responsabilidade, com empenho, com noção do que se quer da vida, como a capacidade de sonhar, está se tornando muito difícil de encontrar. Então, vimos esta oportunidade de poder formar nossos adolescentes que têm contato com nossos funcionários”, observou Eloizi Dedemo Ferraz, coordenadora de Inteligência de Mercado e sócia-proprietária da Bel.
Jatobá imponente: inspiração para o projeto de plantar para colher no futuro |
Entusiasmada,
ela anunciou a duplicação das vagas para a 8ª.turma, em 2014: serão 60
adolescentes, a partir de 14 anos de idade. Em parceria com a Escola “Amélia
Lopes”, próxima à indústria, na zona norte, serão encaminhados 10 jovens.
Outras escolas também devem ser contatadas para disponibilização de vagas.
Paulo Sérgio Dedemo e Sra. Izabel, proprietários da Bel Chocolates entregaram os certificados e brindes aos formandos. |
“Eles estão
chegando mais rápido pra gente e já chegam com princípios e valores muito
parecidos com os da empresa. Isso já é meio caminho andado”, observou Eloizi
sobre os jovens formados nas turmas anteriores e que vêm sendo aproveitados.
Conforme disse, o projeto está contribuindo para formar cidadãos melhores, mais
preparados e muito solidários. “No final do curso, muitos comentam que mudaram,
amadureceram, melhoraram na escola e que até seus pais notaram a diferença”,
pontuou.
Plantio de muda de "Ninho" é um marco no encerramento do curso |
Na
solenidade da semana passada, além de receberem certificado e brindes, os
formandos plantaram uma muda de árvore da espécie “Ninho”. Já foram sete mudas
desde a primeira turma simbolizando a crença no plantar e cuidar para colher no
futuro. A escolha da sombra do Jatobá foi providencial: “A gente imagina que
nosso trabalho é uma semente e que no futuro vai virar uma árvore forte e com
muitos frutos”, concluiu Eloizi.
FAMILIA ORGULHOSA
Ao lado dos
pais, Regina e Carlos, a jovem Monique Laura Leardine, de 16 anos, era uma das
mais animadas no coquetel que se seguiu à formatura. Estudante da Escola “Amélia
Lopes” que a encaminhou ao projeto, ela disse que o “Belo Futuro” abriu seus
horizontes. “Minha expectativa é continuar estudando, procurar me aperfeiçoar
nos estudos e começar uma faculdade para conseguir um bom emprego”, declarou.
Monique e seus pais, Carlos e Regina. |
Dos 22
encontros semanais que frequentou, Monique disse que tirou lições como “não
pensar só na gente; também pensar nos outros e ajudar porque não somos só nós
que temos problemas”. Um momento marcante para ela foi a visita a uma
instituição filantrópica que cuida de crianças: “É muito bom pensar no outro e
se doar”, disse.
Sorridentes,
seus pais elogiaram a iniciativa da Belajuda: “Achamos muito bacana por ajudar
nossa filha a enxergar o caminho certo, a caminhar sempre numa direção
benéfica. Temos essa preocupação que ela se torne uma boa cidadã”, destacou
Carlos Leardine.
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