Às
quintas-feiras, quando o relógio se aproxima das 14 horas, algumas coisas
inexplicáveis acontecem no ateliê de costura da Vila das Artes. As bonequinhas
de pano, que enfeitam as paredes, colocam sua melhor roupa para esperarem as
meninas barulhentas que chegam abalando: é a turma da “Marília Baunilha e
Patch”. Com idades entre 35 e 69 anos, as “meninas” contagiam o já descontraído
ambiente da Vila com sua alegria, exalando criatividade por todos os poros!
As "Bauniletes" e as criações de quinta-feira passada |
A paixão
pelo artesanato levou as pioneiras Eneida Genta de Oliveira Melo, Maristela
Oioli e Maria José Santos (Zezé) à Vila das Artes para o curso de boneca com a
professora Letícia Castilho. Mas, quando a artista plástica Patrícia Garcia
Muller Manzano, proprietária do ateliê, fez o convite para ensinarem artesanato
no lugar, as artesãs decidiram criar um grupo para compartilharem conhecimento.
Bonequinhas enfeitam o ateliê |
Assim, há quatro anos, nasceu o “Marília Baunilha e Patch” ao qual se juntaram Miramar Mamedio da Silva, Renata Pinheiro Nicolau, Gabriela Rueda e Télcia Vernaschi. Recentemente, Patrícia Manzano acabou sucumbindo ao encanto das “Bauniletes” e agora é o oitavo elemento.
Galinha alfineteira |
MOMENTOS PRECIOSOS
As artesãs
do “Marília Baunilha e Patch” criaram um forte laço de amizade. O Patchwork é apenas
um complemento para elas. Advogada, jornalista, oficiala de Justiça,
professoras, engenheira de alimentos e artista plástica deixam a vida atrás da
porta do ateliê para mergulharem no mundo da imaginação. Vale até declamar
poesia e cantar no “Momento Cultural” que acontece no intervalo do lanche. É
uma festa só!
Zezé e Maristela Ursulino concentradas |
“O
artesanato com Patchwork é ecologicamente corretíssimo”, destacou em entrevista
ao Correio Mariliense a mais falante do grupo, Eneida Genta de Oliveira Melo.
Ela contou que muitos trabalhos que exigem enchimento aproveitam sobras de
tecidos sem necessidade de utilizar outros materiais.
Além de sustentável,
o grupo também é solidário. Em diversas ocasiões, as artesãs doam peças para
bazares de entidades filantrópicas da cidade. Por dois anos, por exemplo, as
bauniletes produziram artigos natalinos para ajudarem a ACC (Associação de
Combate ao Câncer) no bazar de Natal realizado pela arquiteta Denise Guarezi.
Gabriela costura a peça da semana |
O espírito solidário une o grupo de uma maneira única: “É um laço. Aqui eu aprendo e ensino”, resumiu a oficiala de Justiça Renata Nicolau. Por sua vez, Patrícia Muller Manzano afirmou que considera “a Marília Baunilha o coração da Vila porque são elas que dão a direção de muita coisa que acontece aqui. O coração da Vila bate forte por causa da Marília Baunilha”, concluiu, emocionada.
Na mesma
linha, a veterana Eneida falou da amizade e cumplicidade entre as
bauniletes: “A Vila é o nosso teto. Sem
a Vila seríamos sem-teto”, observou arrancando gargalhadas das meninas. Em
seguida, complementou: “É a proteção casinha. Quando a gente entra aqui dentro
a gente está superprotegida, unida e nada pode nos afetar. E quando saímos
estamos prontas para enfrentarmos os problemas do dia-a-dia. A Vila nos
acolheu, a Vila nos protege, nos apoia e divulga nosso trabalho”.
Patrícia Muller Manzano e os tecidos da lojinha da Vila |
E assim,
entre linhas, tesouras, sonoras gargalhadas e muita amizade, as bauniletes concluíram
a entrevista já ansiosas pelo próximo encontro. Vai ter mais festa na próxima
quinta-feira, com certeza!
Para contatar o grupo, acesse: www.mariliabaunilhaepatch.blogspot.com
ou escreva para: mariliabaunilhaepatch@gmail.com
A Vila das Artes, já registrada em outras reportagens desta página, fica na Rua Atílio Gomes de Melo, 64, perto da Praça Athos
Fragata. O telefone é (14) 34547345.
FAÇA UM PORTA-COPOS PARA O “DIA DAS MÃES”
Coloque os dois que não foram dobrados, um sobre
o outro, avesso com avesso.
Arrume sobre eles os quadradinhos dobrados, trançando para
que apareçam 02 de cada estampa;
Passe uma costura ao redor, prendendo todos os quadradinhos.
Vire para o direito e passe a ferro novamente.
- * Reportagem publicada na edição de 14.04.2013 do Correio Mariliense
Não tenho palavras para agradecer todo esse carinho e atenção com que você nos descreveu em sua reportagem. Você conseguiu, nos poucos momentos em que ficou conosco, traduzir exatamente nosso amor pela arte dos tecidos, nossa alegria por nos encontrarmos a cada reunião, nosso trabalho, nossa união, nossa amizade.
ResponderExcluirObrigada pelas lindas palavras. Cada uma delas tem um peso que marcará, para sempre, nossos corações.
E venha sempre nos visitar. Seu lugar estará sempre à sua espera, ali, na cabeceira da mesa, para cantar conosco, para rir conosco, para trabalhar conosco, para celebrar a vida.
Um grande beijo, em nome das baunilhetes,
Eneida
Querida Eneida, só tenho que agradecer pela oportunidade de registrar o belo trabalho de vcs. Creia, não foi fácil tentar traduzir para meus leitores um pouco da magia que encontrei no grupo. Vcs são todas muito especiais. E, claro, aparecerei para visita-las. Beijo imenso a vcs!
ExcluirQue linda reportagem...cada dia mais fã do seu trabalho e tudo que é sustentável!
ResponderExcluirObrigada, Renata linda! Tremenda responsabilidade escrever para pessoas como vc. Beijos mil..
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