HORTA LITERÁRIA: ESCOLA PÚBLICA MODELO CONQUISTA PRÊMIO DO INSTITUTO CIDADANIA BRASIL PARA MARÍLIA.
Por Célia Ribeiro
A escola dos sonhos, cujos horários flexíveis permitem que cada aluno aprenda segundo seu ritmo, em que o verde é reverenciado, a começar pela horta orgânica, encerrou 2012 projetando Marília no cenário educacional: o Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (CEEJA) “Profa. Sebastiana Ulian Pessine” conquistou o primeiro lugar, no estado de São Paulo, do “Prêmio Construindo a Nação” promovido pelo Instituto Cidadania Brasil com apoio do SESI e Fundação Volkswagen.
Em março de
2013, os dedicados professores, acompanhados de dezenas de alunos de 16 a 70
anos, estarão na Capital para a solenidade de premiação na concorrida Sala São
Paulo. Na oportunidade, receberão o reconhecimento oficial ao projeto “Horta
Literária” que movimentou a escola durante o ano e chegou à comunidade com
ações extramuros que levaram poesia, música, artes e solidariedade.
  O
coordenador pedagógico disse que o nome do projeto (Horta Literária) surgiu da
ideia de aproveitar a horta nas oficinas literárias, e que com a participação
dos professores de todas as disciplinas o trabalho ganhou novas dimensões. Ele
assinalou que não havia preocupação com a série dos alunos: todos eram
preparados sobre os temas, realizavam trabalhos individuais e coletivos de modo
que o conhecimento fosse acessível a todos, independente do estágio em que se
encontravam (ensino médio ou de 5ª a 8ª série do ensino fundamental).
  Aos 61 anos,
a auxiliar de enfermagem aposentada Maria Valci de Lima concluiu, orgulhosa,
sua formação na última terça-feira. Fazendo planos para a viagem da premiação,
ela era só elogios à escola e aos professores: “Achei que fizeram um trabalho
excelente. Aqui eu tive contato com pessoas de todas as idades e até os alunos
com necessidades especiais estavam integrados no projeto”, comentou.
  COMUNIDADE
A coroação
do projeto, com suas dimensões pedagógica, social e cultural aconteceu de 29 a
31 de outubro no “Sarau do Saci”. Mais de 500 pessoas participaram, incluindo
visitantes de outros municípios como João Ramalho, distante 200 quilômetros de
Marília: “Houve apresentações individuais e coletivas dos alunos em cima dos
temas. Eles escreveram poesias, letras de música, fizeram artes plásticas etc”,
informou o coordenador pedagógico.
Ter
conquistado o primeiro lugar entre os estabelecimentos de ensino do estado de
São Paulo mostra que o pessoal que mexeu na terra e sujou os pés na horta da
escola, localizada no cruzamento das ruas 24 de Dezembro e Coronel José Brás,
plantou sementes que continuarão brotando na vida de quem retomou os estudos
para escrever uma nova história de vida. 
* Reportagem publicada na edição de 23.12.2012 do Correio Mariliense 
A escola dos sonhos, cujos horários flexíveis permitem que cada aluno aprenda segundo seu ritmo, em que o verde é reverenciado, a começar pela horta orgânica, encerrou 2012 projetando Marília no cenário educacional: o Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (CEEJA) “Profa. Sebastiana Ulian Pessine” conquistou o primeiro lugar, no estado de São Paulo, do “Prêmio Construindo a Nação” promovido pelo Instituto Cidadania Brasil com apoio do SESI e Fundação Volkswagen.
| Atividades realizadas na horta orgânica da escola | 
Segundo o
coordenador pedagógico, João Paulo Francisco de Souza, 32 anos e mestre em
Literatura, o projeto inscrito no concurso envolveu mais de 20 professores e
todos os estudantes. Cada disciplina foi trabalhada segundo um enfoque tendo a
horta da escola como base. “Durante a semana, fazíamos a divulgação no blog e
na escola para os alunos irem se preparando. Os professores desenvolveram os
temas em sala e nos dias das oficinas preparávamos uma aula aberta na horta”,
explicou.
| Alface cultivada naturalmente é usado nas refeições da escola | 
Conforme
disse, os assuntos surgiam naturalmente: “Da literatura para a genética, para a
botânica, a questão do solo etc. Ao final das oficinas, sempre tinha uma
degustação de verduras e legumes ou chás de erva cidreira e hortelã colhidos na
hora”. Por sua vez, a professora de Química, Ana Paula Garra explicou que um
dos eixos do projeto abordou “a química dos alimentos”, a importância da
alimentação equilibrada e saudável utilizando os exemplos da horta orgânica do
estabelecimento escolar.
| Aluna com os professores Fábio, Paulo e João | 
João Paulo
afirmou que através da interdisciplinaridade o projeto permitiu “levar todos os
alunos ao mesmo conhecimento, mesmo que eles não tivessem atingido aquele
índice na série deles”. E destacou o envolvimento dos docentes que usaram muita
criatividade para atraírem a atenção dos estudantes motivando-os em cada etapa
das atividades programadas.
DESCOBERTAS
Mestre em
Biologia, o professor Fábio José Lisboa falou com empolgação sobre a
experiência. Durante o ano, ele utilizou a “Horta Literária” para abordar um
tema complexo: o Projeto Genoma. “A genética é o resultado da interação
ambiental”, disse. Já o professor de Geografia, Paulo Roberto Borin Martins apontou
as oficinas pedagógicas, as exposições e outros recursos como sendo
fundamentais para conseguirem o envolvimento dos alunos.
| Colheita envolve professores e estudantes | 
A aluna
contou que parou de estudar em razão do trabalho, mas sempre sonhou em concluir
os estudos o que foi possível ao ingressar no CEEJA depois da aposentadoria.
Dedicada, ela preside o Grêmio Estudantil e, como os jovens estudantes, tem
muitos planos pela frente.
As
atividades da “Horta Literária” não ficaram restritas à escola. Alunos e
professores levaram poesia, música, artes plásticas e outras manifestações
culturais à comunidade. O asilo “Mansão Ismael” foi um dos locais visitados,
assim como o IOM (Instituto de Olhos de Marília) em que alunos promoveram um
lanche aos pacientes levando alimento para o corpo e para a alma através da
declamação de poesias e apresentações musicais.
| Desenhos realizados durante o Sarau do Saci | 
Ele
finalizou destacando o envolvimento e dedicação da equipe de professores que
mereceu o reconhecimento do Instituto da Cidadania Brasil. O prêmio, criado em
2.000, contou com a participação de 5.140 escolas de 25 estados do Brasil.
| Maria Valci: um novo caminho a trilhar. | 
Para saber
mais sobre o projeto, acesse: http://my.opera.com/jpgaruda/blog.
 
 
 
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