Nas primeiras horas da manhã, quando o sol desponta no horizonte anunciando a chegada de um novo dia, a sinfonia de pássaros soa como música para os ouvidos mais sensíveis. Na roça, o dia começa bem cedo. Mas, também, termina antes da cidade porque trabalho é o que não falta. E foi justamente com saudade de tudo isso que uma costureira, de 81 anos, resolveu criar no quintal de casa uma réplica do sítio onde viveu a infância e a adolescência com a família.
No caminho da roça urbana |
Alegre e comunicativa, dona Mazília Ramos Jorge é conhecida de toda vizinhança na região do Aeroporto. Costureira, quase não dá conta de tantas encomendas de consertos, fabrica deliciosos queijos que são disputados entre os fregueses, e ainda arruma tempo para cuidar do quintal repleto de legumes, hortaliças, ervas e frutas.
Pé de romã carregado |
Coqueiro em produção |
A sorridente dona Mazília |
UM POUCO DE TUDO
Do alto da sabedoria acumulada na vivência simples, a costureira não abre mão da qualidade de vida, de estar cercada de verde, de plantar e colher no quintal do mesmo modo que fazia antigamente: milharal, coqueiros, bananeiras, pés de romã, pitanga, abóbora, hortelã, poejo, tomilho, cebolinha e pés de couve gigante que ela tem dificuldade em alcançar, entre outros.
Couve gigante precisou de escoras |
“O dia para mim é pequeno. Meu quintal dá trabalho, mas é o que eu gosto de fazer”, assinala a simpática senhora, afirmando que entende do riscado: “Sei mexer com tudo. Engenheiro agrônomo perde longe pra mim. Eu tenho um neto que é agrônomo e vem de vez em quando dar uns palpites. Eu escuto, fico quieta...mas, faço do meu jeito”, revela às gargalhadas, com jeito sapeca.
Ela só lamenta que as pessoas não se dediquem mais às plantas como antes e não se preocupem em preservar a natureza. Se depender da dona Mazília, os passarinhos continuarão aparecendo na sua roça da cidade para se fartarem nas árvores frutíferas, pagando tanta dedicação com afinadas sinfonias anunciando a chegada de um novo amanhecer.
Célia querida a reportagem ficou graciosa.
ResponderExcluirUm encontro de uma pessoa tão especial como D. Mazília com sua sensibilidade e delicadeza no trato com as palavras só poderia criar esse texto lindo.
Abraços,
Edna
só mesmo uma jornalista com a competência e, principalmente, sensibilidade como Célinha Ribeiro para apresentar uma matéria desta qualidade, provando que ainda é possível se viver com simplicidade e dignidade, prova inconteste de que a sabedoria de nossos pais e avós são de extrema importância para nossas vidas e também que a teoria só o amor constrói ainda não ficou ultrapassada.
ResponderExcluirParabens pela belíssima matéria!! Minha avó é um exemplo de vida. Sua história ficou linda em seu texto. Muito obrigada. bjs
ResponderExcluirQue matéria linda! Parabéns a jornalista! Parabéns também para essa senhora, ela é um exemplo admirável!
ResponderExcluirObrigada, pessoal! Mas, a entrevistada é tão especial que qualquer jornalista conseguiria tirar ouro dali. Abraços!
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