O paladar refinado pelas experiências sensoriais da culinária mediterrânea levou uma socióloga a mergulhar no fascinante universo das ervas aromáticas. Diante da impossibilidade de encontrar ervas frescas, como o estragão, Edna Aparecida da Silva, decidiu cultivar os próprios temperos em casa, mesmo sem ter um único centímetro de terra: nascia, assim, uma vistosa horta em vasos.
Cuidado para manter os vasos |
Aos 41 anos, casada e mãe de um rapaz de 19 anos, Edna exala energia por todos os poros. Tudo indica que esse alto astral responda por grande parte do sucesso da empreitada de obter, nos fundos da confortável residência do Jardim Aeroporto, todos os temperos que costuma usar nas receitas que prepara para a família.
Eclética, a socióloga divide o tempo entre o tricô, que ensina voluntariamente na Unidade de Saúde da Família do bairro, e a mais nova paixão, o tear, com a finalização da tese de doutorado. Permeando os estudos e o artesanato, o cultivo das ervas ganha dimensão especial porque, a partir dos vasos cuidados com capricho, ela obtém a matéria prima para sofisticadas receitas das cozinhas francesa e italiana.
Temperos no quintal |
Inconformada em usar temperos prontos, Edna mergulhou na pesquisa sobre cultivo doméstico. Foi quando soube de um curso de jardinagem que o SESI promoveu, no começo do ano, com a professora Kazumi Takeya, que o “Correio Mariliense” entrevistou na semana passada nesta página.
QUINTAL VERDE
Com baixo investimento e alta dedicação, Edna seguiu à risca os ensinamentos passados naquela tarde do curso: “Descobri que eu fazia muita coisa errada. Tudo isso aqui é resultado de três horas de curso com a Kazumi, que é maravilhosa. Quando cheguei em casa, passei dois dias revirando meus vasos, jogando terra fora e refazendo o preparo para começar o cultivo”, contou.
Edna Silva |
Para ajudar na empreitada, Edna comprou um livro de jardinagem num sebo e usou a ferramenta da internet para pesquisar em sites alternativos. Como resultado, a área de lazer da residência exibe hoje, sobre o piso de cerâmica branca, bonitos vasos com tudo o que ela precisa para as receitas criativas.
O estragão “viçoso e verdejante”, como ela diz, está lá. Também há espaço para alecrim, tomilho, orégano, louro, manjericão, manjerona, menta, bálsamo, salsinha, cebolinha, levante, poejo, cidreira, melissa entre outros. Entremeando as ervas aromáticas, Edna plantou lavanda e cânfora porque, com seu cheiro característico, espantam os insetos sem necessidade de usar qualquer defensivo químico.
A emoção da primeira colheita foi inesquecível, recordou a socióloga, cujos olhos brilham ao falar sobre as belas sopas com tomilho, o famoso “tean de legumes” e o festejado ossobuco. Além das ervas frescas, ela seca o excedente à sombra no varal de roupa, guardando os temperos em potes de vidro. Outra forma de conservar as ervas é coloca-las frescas em forminhas e cobrir com água para congelar. Na hora de preparar um prato com ervas, basta colocar na panela o cubinho de gelo que o calor devolve o frescor do tempero como se tivesse acabado de ser colhido.
Diversidade de ervas aromáticas |
Para Edna, desde maio, quando começou a horta de temperos, todo esforço valeu a pena: “Meu marido curte muito o jardim, a culinária. É só vir no fundo de casa e escolher o que usar em determinado prato. Dá uma sensação de independência, de bucolismo, de incremento do sabor da comida”.
Depois de secas, as ervas são estocadas. |
DE OLHO NAS FLORES
Como a maioria das pessoas, Edna também traçou os planos para 2012. Entre outros, está o cultivo de flores e chás. Ela já aproveita as flores de lavanda que cultiva em vasinhos para enfeitar a casa, mas quer muito mais. Por isso, mergulhou na pesquisa sobre o assunto e espera iniciar o ano novo não apenas com a gastronomia em dia, mas com o perfume e a beleza das flores dando ainda mais vida ao espaço verde que criou para a família.
REFERÊNCIAS
Flores ganham destaque |
* Reportagem publicada na edição de 18,12,2011 do Correio Mariliense
Oi Celia,
ResponderExcluirObrigada, adorei o texto.
Este é o album da minha primeira colheita de ervas. Bjs
Edna
https://picasaweb.google.com/118364597571858985971/JardimAromaticoPrimeiraColheita
Maravilha Celia.
ResponderExcluirSeus escritos nos ajudam a descobrir a Marília (mais) sustentável e seus personagens. Ervas no quintal geram flores e alimentam a cadeia produtiva natural. As Jataís gostam muito das flores do Manjericão.
Parabéns pela matéria e um grande abraço para a Edna.
Edna, muito bacanas as fotos.Parabéns!
ResponderExcluirIvan, querido amigo, obrigada pelas palavras. Grande abraço
Sou a Thatê, tia da Valéria. Adorei o seu site e parabéns pela sua horta. Eu também faço tricô mas não uso o tear.
ResponderExcluirCurto cozinhar e tenho um site onde estou resgatando umas receitas de minha família e algumas outras que tenho ganho. São quase todas já experimentadas. A Valéria me pediu para passá-lo para você, por isso o faço aqui.
thathe.blogspot.com. Passe por lá.
Bjs. Tchau.