Com os portões sempre abertos, deixando à mostra as calçadas ecológicas bem cuidadas, uma instituição pública voltada à educação de jovens e adultos, encerra o ano letivo revelando a fórmula do modelo bem sucedido de “Escola Verde”: o comprometimento dos professores e a cumplicidade de funcionários. Focada no objetivo de formar e transformar o aluno dando-lhe as ferramentas para seguir adiante, a equipe do Centro Estadual de Jovens e Adultos (CEEJA) “Profa. Sebastiana Ulian Pessine” prefere olhar para os desafios do futuro a lamentar as dificuldades do passado.
(Esq) Benedita, Marquinhos e Professores Paulo, Maria Bernadete, Sílvia , o coordenador João Paulo e Tânia |
Havia oficinas de culinária com pratos vegetarianos, exposição de artesanato, como ímãs de geladeira feitos com massa biscuit e sabão produzido com sobras de óleo vegetal, venda de sacolas ecológicas, apresentação de poesia, música, capoeira, teatro, além de exposição de temperos cultivados na horta orgânica, de onde saem legumes e verduras para os pratos dos alunos em refeições servidas pela manhã, tarde e noite.
Produção de sabão a partir do óleo |
O grupo citou o caso da reciclagem de óleo de cozinha: uma senhora da comunidade ministrou a oficina de produção de sabão. A partir desse ensinamento, além de pensarem nos benefícios ao meio-ambiente, muitos estudantes passaram a fabricar sabão em casa, gerando uma renda adicional à família. O mesmo ocorreu com a decoupage de sabonetes, através de uma oficina para o “Dia das Mães” e as aulas de artesanato com biscuit (ímãs de geladeira).
TEORIA & PRÁTICA
“A gente conseguiu mostrar a teoria na prática. Eles trabalharam, eles aprenderam”, assinalou o professor Paulo lembrando que “o perfil dos estudantes, que estão na idade adulta, é mais imediatista” . Dessa forma, foi necessário adequar o conteúdo a uma nova maneira de transmitir o conhecimento visando resultados práticos, acrescentou.
João Paulo e Prof. Paulo no canteiro de temperos da hora orgânica |
Como as experiências têm sido bem sucedidas na CEEJA, a direção da escola encaminhou à Secretaria Estadual da Educação um documento mostrando os avanços registrados no estabelecimento, incluindo algumas sugestões que podem ser replicadas no ensino de jovens e adultos de todo o Estado.
Esta é uma escola diferenciada, em que o aluno faz o tempo dele. De manhã, tarde ou noite, é o aluno que se programa para o atendimento individual com o professor e os trabalhos em grupo: “É uma escola que atende às necessidades dos alunos. As duas principais características são o atendimento individualizado e a presença flexível”, explicou o coordenador.
Calçada ecológica bem cuidada |
Na escola, que já mereceu duas reportagens na página “Marília Sustentável”, o resultado do envolvimento da equipe começa a aparecer: “Temos vários alunos que se destacaram na educação, na política; alunos que chegaram aqui praticamente só sabendo assinar o nome e saíram do ensino médio com a cabeça formada, sabendo opinar criticamente. Isso é revitalizador pra gente”, acrescentou o professor Paulo Borin.
SOS MATA ATLÂNTICA
No bolo de doces resultados, a cereja foi a participação do aluno Pedro Yoshiharu Okyama, escolhido como monitor da exposição da ONG “SOS Mata Atlântica”, em agosto, em Marília. Os organizadores pesquisaram a cidade e, através de reportagem do Correio Mariliense, conheceram o trabalho da CEEJA como “Escola Verde”. Do contato inicial surgiu o convite para que um dos alunos fosse treinado para a monitoria.
Pedro, de aluno a monitor da ONG |
Para conhecer mais sobre a Escola de Sacis e vários projetos da instituição, acesse: http://revistadesacis.wordpress.com/ Veja, também, o blog da SOS Mata Atlântica: http://www.sama.org.br/
* Reportagem publicada na edição de 06.11.2011 do Correio Mariliense
Adorei o Blog . Parabéns pelo seu trabalho, Célia.Ainda bem que temos esse registro aqui no Blog... Parabéns aos professores que se envolveram com a proposta e trouxeram para esses alunos uma experiência riquíssima. Através dessa maneira de aprender ,esses alunos, com certeza, podem trabalhar não só a aprendizagem como abrir o leque para as possibilidades do agir e assim se fortalecerem.
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