domingo, 30 de junho de 2013

“BOMBEIRO SANGUE BOM”: 10º. GRUPAMENTO DE MARÍLIA MOBILIZARÁ DOADORES PARA SALVAR VIDAS.

Por Célia Ribeiro

A partir desta segunda-feira , paralelamente aos exaustivos treinamentos responsáveis por deixa-los de prontidão para enfrentarem os mais terríveis acidentes, os integrantes do 10º. Grupamento do Corpo de Bombeiros estarão unidos em uma missão da maior relevância: conquistar mentes e corações para levarem o maior número possível de doadores de sangue ao Hemocentro de Marília.
Tenente Lurela e Cabo Domingos
A campanha “Bombeiro Sangue Bom”, que acontece durante todo o mês de julho no Estado de São Paulo, aproveita o mês comemorativo do bombeiro para estar ainda mais próximo da comunidade. E isso vem em boa hora: justamente no inverno, que coincide com as férias escolares, as doações de sangue baixam a estoques mínimos obrigando o cancelamento de cirurgias eletivas além de colocarem em risco a vida de acidentados e outros pacientes que necessitam de transfusões emergenciais.
 
E no melhor estilo militar, os valorosos homens e mulheres do 10º GI aproveitam para competirem visando os melhores resultados no âmbito estadual, de olho nos troféus e medalhas. Segundo a Tenente Lurela Alice Tamião, relações públicas da unidade, o melhor resultado alcançado, desde o início das competições em 1994, foi um 4º. quarto lugar. Em 2012, Marília e região conseguiram 896 doadores. A meta para este ano é superar 1.000 doações de sangue ao longo do mês.

Panfleto informa sobre prevenção
de acidentes com motocicletas
Conforme disse, os bombeiros fazem o que for preciso para mobilizarem a população: percorrem escolas, centros comerciais e shoppings distribuindo folhetos quando tiram dúvidas e orientam sobre a importância da doação de sangue. A tenente justificou a expectativa da equipe: “Queremos conseguir novos doadores” ampliando o número das pessoas que fazem doações de sangue rotineiramente.


Bombeiros em salvamento
(Foto Correio Mariliense)
Para participar da campanha, qualquer pessoa em bom estado de saúde pode dirigir-se ao Hemocentro, sendo que menores de 18 anos devem estar acompanhados de um responsável. É importante que os doadores não estejam em jejum e tenham feito uma refeição leve. Outras informações podem ser obtidas no telefone: (14) 34021744. O Hemocentro de Marília está localizado à Rua Lourival Freire, 240, próximo ao Fórum. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 7 às 18h; às quintas-feiras funciona até às 20 h e aos sábados, das 7 ao meio-dia.

Quem for doar sangue pela campanha do 10º. GI deve informar ao atendente quando chegar ao Hemocentro. Será preenchido um protocolo para validação que será colocado na urna da campanha. Só assim computará pontos para os bombeiros de Marília e região.

A doação de sangue é rápida e segura
SOLIDARIEDADE

O que fazem os bombeiros quando não há nenhum incêndio, afogamento, acidente de trânsito? A resposta é: zelam pela segurança da população! Apontados em todas as pesquisas de opinião como verdadeiros heróis, que arriscam a própria vida para salvarem a do próximo, os bombeiros têm uma rotina extenuante. Realizam atividades físicas para estarem sempre em forma e treinam muito as técnicas de salvamento em terra, na água e no ar.
 
Mas, além das atividades inerentes ao trabalho, os bombeiros promovem cursos e treinamentos voltados aos civis, à comunidade em geral. Assim, proferem palestras em empresas, escolas etc, além de ministrarem cursos complexos como o de primeiros socorros (duração de 30 horas), de prevenção de acidentes domésticos e de colocarem na rua campanhas do tipo “Motociclista inteligente não provoca acidente”, diz o bordão do material informativo de um treinamento aos condutores de motocicletas.

Atividade exige muito treino e preparo
Até na hora de promover os cursos, a solidariedade está em primeiro lugar. Segundo informações da Tenente Lurela, em 2012 foram formadas 05 turmas de até 80 participantes do Curso de Primeiros Socorros. Cada inscrito doou um cobertor novo que foi encaminhado à Campanha do Agasalho do Fundo de Solidariedade do Município. Este ano, já foram formadas 02 turmas, também com arrecadação de cobertores que serão encaminhados a um asilo.

Para agosto, a próxima turma terá como taxa de inscrição a doação de um brinquedo novo e todo o montante arrecadado será destinado às crianças em tratamento de câncer, acrescentou a relações públicas do 10º. Grupamento de Incêndio de Marília.

* Reportagem publicada na edição de 30.06.2013  do Correio Mariliense.

sábado, 22 de junho de 2013

EM MARILIA, “SEMANA JOVEM” COMPLETA 10 ANOS COM O DESAFIO DE EVANGELIZAR NO SÉCULO XXI.

Por Célia Ribeiro

Num momento em que a juventude cara-pintada saiu às ruas ecoando o grito de protesto que se fez ouvir no Brasil e no mundo, centenas de rapazes e moças cheios de sonhos próprios da idade voltam a chamar a atenção em Marília. Desta vez, soltarão sua voz para louvar a Deus na 10ª. Edição da “Semana Jovem”, evento da igreja católica que acontecerá de 06 a 12 de julho na Matriz de São Bento.

(Esq.) Fernanda e Pammella,
 coordenadoras
E como não é todo dia que se comemora 10 anos, a semana terá 08 dias porque começará no dia 06 e será encerrada com um mega show da Banda “Missão Louvor & Glória”, no dia 13 de julho, no ginásio de esportes do Yara Clube, quando são esperadas caravanas de vários municípios com seus alegres e barulhentos jovens católicos.

Trajando a camiseta promocional da “Semana Jovem”, as coordenadoras Fernanda Jordão, publicitária, e Pammella Oliveira Rodrigues, bancária, ambas de 22 anos, são o exemplo bem acabado de uma nova geração que busca a espiritualidade apesar de todas as distrações e tentações oferecidas pelo mundo moderno.

Momento de louvor e oração une os jovens
 “Se conseguirmos evangelizar pelo menos um jovem, já terá valido a pena”, afirmou Fernanda iluminando o rosto com um sorriso. De longos cabelos castanhos, e aparentando menos idade, a publicitária usa maquiagem leve que valoriza seus belos traços. Mas, quando fala sobre o evento o jeito de menina dá lugar à firmeza de quem sabe o que diz: “O objetivo da semana é a evangelização tanto do jovem, quanto da família, dos adultos. O público da semana é de zero a 100 anos”, assinala.

Jovens na praça em frente à igreja São Bento
A “Semana Jovem” nasceu de um movimento da JUSSAMI (Juventude São Miguel) da paróquia de mesmo nome. Com o passar dos anos, atraiu a atenção de jovens de outras igrejas e, há 03 anos, ganhou o reconhecimento e apoio da Diocese de Marília passando a integrar seu calendário oficial. Desde 2010 os jovens se reúnem na Matriz de São Bento, cedida pelo Padre Clécio, apoiador do movimento.

ESTRUTURA

 Pammella e Fernanda contam que a organização da “Semana Jovem” exige um planejamento de longo prazo. Os preparativos começam vários meses antes com a participação de aproximadamente 30 jovens, cada um com sua atribuição. Eles saem à caça de patrocinadores para ajudarem a custear as despesas, que não são poucas: passagens aéreas, hospedagem e alimentação dos pregadores, estrutura de som e palco dos shows etc.

Previsão de 400 pessoas por noite, durante a semana.

Organizado, o grupo mantém uma conta-poupança na Caixa Econômica Federal e faz promoções para arrecadar recursos. Durante os dias de pregação e louvor (06 a 12 de julho), a entrada é franca e aberta a toda a comunidade. No show de encerramento do dia 13, no Yara Clube, foi fixado o preço único do ingresso em 15 reais, apenas para cobrir os custos “porque o evento é sem fins lucrativos”, destacaram.

União na 9a. Semana, em 2012.
De acordo com Pammella, a divulgação entre a moçada é essencial para o sucesso da semana: “A gente tenta trazer não só os jovens que são da igreja como os que não são e que ainda estão fora da igreja. Então fazemos nossa divulgação nos grupos de oração, panfletamos em escolas, no comércio, justamente para pegar esse jovem que não está na igreja”.

Fernanda disse que há inúmeros exemplos de pessoas que tiveram suas vidas transformadas após participarem da Semana Jovem. Aliás, alguns desses jovens vão dar seus testemunhos, publicamente, durante o evento. Há casos de famílias que  também se formaram lá: “Um desses casais se conhecia da igreja, se aproximou durante a ‘Semana Jovem’, começou a namorar e faz dois anos que se casou”, contou.

Show de Ziza Fernandes, no ano passado.

A publicitária citou um exemplo pessoal para ilustrar as transformações que o evento pode trazer: “Durante a ‘Semana Jovem’ eu senti vontade de voltar com o grupo de jovens da São Miguel. A JUSSAMI estava desativada há um ano. Na 7ª. edição, Deus tocou no meu coração para ir atrás e fazer com que o grupo voltasse. E voltou. Está lá até hoje”, revelou, assinalando que “não se pode deixar que a obra acabe, é preciso continuar evangelizando e trazendo mais pessoas para a igreja”.

Por sua vez, Pammella observou que “nestes 10 anos a gente percebe que o evento cresceu, graças a Deus, atraindo mais jovens. Com certeza está fazendo a diferença. Um jovem que só de querer ir à missa, chamar a família para ir, já é muito importante”.

Na 9a. Semana, jovens em oração
 Finalizando, as coordenadoras reforçaram o convite à população, independente da idade, para participar dos 08 dias da “Semana Jovem”. De 06 a 12 de julho, na Matriz de São Bento, a partir das 19h, com entrada franca. No show de encerramento, dia 13, a partir das 21h com a banda da “Missão Louvor & Glória”, ingressos a 15 reais, à venda nos seguintes locais: El Shadai, Cantinho Cristão, Casa do Bom Samaritano, Mari Cabelo & Estética e com os organizadores pelo telefone: (14) 98655550.

Quem quiser ajudar o grupo também pode contribuir com qualquer valor depositando na Caixa Econômica Federal: Agência 4113, Conta Poupança 01300012334-7.

* Reportagem publicada na edição de 23.06.2013 do Correio Mariliense

domingo, 16 de junho de 2013

HABEAS FEST: UNIVERSITÁRIOS PRATICAM A CIDADANIA PROMOVENDO EVENTO COM CARÁTER SOCIAL.

Por Célia Ribeiro

A começar do nome, num trocadilho com um conhecido termo jurídico em latim, “Habeas Fest” poderia ser mais uma badalada festa universitária promovida para comemorar o fim do período de provas. Mas, um grupo de estudantes de Direito do Centro Universitário Eurípedes de Marília – UNIVEM foi mais além e resolveu conciliar o momento de descontração e confraternização dos estudantes com uma causa social. Assim nasceu o primeiro evento que promete “bombar”, como diriam os rapazes: é a 1ª. Feijoada Solidária do Direito.

Moçada do "Habeas Fest" do UNIVEM
Marcada para o dia 29 de junho, na Chácara Pangeia, próxima à Spaipa (Coca-Cola), a feijoada tem disponibilizados apenas 200 convites que estão sendo vendidos a 25 reais (primeiro lote) e 30 reais os convites restantes. Além do convite, no entanto, os interessados devem levar um quilo de alimento não perecível que será doado ao projeto social da zona norte “Horta Comunitária Vinha do Senhor”.

A ideia de agregar a solidariedade aos eventos estudantis surgiu depois de três bem sucedidas promoções da “Habeas Fest”, em 2012 e início de 2013. “Sou o mais velho da turma, com 30 anos, formado em Administração de Empresas e trabalho como auditor do Ministério do Trabalho”, apresentou-se José Luiz Queiroz, jeito de garotão ao lado de Lucas Colombera e Bruno Baldinotti, ambos de 19 anos.

Ao ingressar no curso de Direito José Luiz contou que encontrou “uma rapaziada muito bacana e notamos a necessidade de promovermos eventos para estreitarmos o relacionamento, fortalecermos a amizade entre os alunos e fazermos com que eles se conheçam. O Direito necessita muito disso”, explicou o “tio” da turma.

 
(Esq)  Lucas Colombera, Bruno Baldinotti e José Luiz Queiroz
A escolha da entidade aconteceu pelas mãos de Bruno, cujo pai já tinha colaborado com o projeto social da zona norte: “A horta comunitária trabalha com gente de baixa renda e essas pessoas não possuem uma cidadania de fato, aquela que está na Constituição, de que todos somos iguais”, assinalou o estudante revelando seu histórico de atuação solidária dos tempos do ensino médio na Escola Técnica “Antônio Devisate”.

Ao promover um evento de confraternização e arrecadar alimentos para doação a uma entidade filantrópica, os alunos do 2º. ano do Direito querem despertar a solidariedade e manter uma tradição de eventos beneficentes até o final do curso, que tem duração de cinco anos. “Começou como brincadeira. Mas, está tomando corpo. Tem pessoas bem intencionadas e ninguém quer aparecer. Vamos nos divertir e se com isso pudermos ajudar os outros, melhor ainda”, comentou José Luiz.

Segundo ele, “temos três anos pela frente. A ideia é criar uma tradição, uma conscientização na universidade da importância desses eventos, de você inserir os estudantes, que muitas vezes não têm essa consciência, dentro dos problemas sociais. Você pode estudar, pode se divertir e pode ajudar o próximo. As coisas não são excludentes. Pretendemos fazer campanhas para doação de sangue e também arrecadação de materiais de limpeza para doação às entidades”.

José Luiz destacou que os eventos com a marca “Habeas Fest” podem “fazer esse meio de campo para algumas instituições que a gente possa ajudar, para que quando sair, no quinto ano, a pessoa saiba que nos cinco anos da faculdade contribuiu com alguma coisa. Queremos criar esse espírito nos alunos”.

FEIJOADA SOLIDÁRIA

Apesar da boa receptividade aos eventos da turma, os organizadores esbarram num certo descrédito: “Como é algo novo, esse projeto praticamente não existia, as pessoas te olham com um pouco de receio, te veem com o pé atrás”, contou José Luiz, comentando que o estereótipo de festa universitária está relacionado “à cerveja, bagunça. Mas, não é isso. Hoje estamos organizados, temos camiseta com logomarca do grupo”, observou, acrescentando que espera que o “Habeas Fest” tenha prosseguimento com as próximas turmas que ingressarem no Direito do UNIVEM.

UNIVEM: formação humanista
(Foto: Ivan Evangelista)
Bruno, Lucas e José Luiz explicaram que toda a arrecadação da venda dos convites será utilizada na feijoada que utilizará ingredientes de primeira linha. A produção ficará a cargo do chef Fabiano Capelato. A partir das 11h30, os 200 participantes poderão usufruir de um ambiente animado por samba e som de DJ e, com a doação de alimentos, colaborarão com as famílias de baixa renda assistidas pela horta comunitária.

Informações sobre os convites podem ser obtidas pelos telefones: (14) 96528802 – Bruno, 96193549 – Lucas e 98245060 – José Luiz.

FORMAÇÃO HUMANISTA

“É consenso que vivemos época de crise de valores em quase todos os segmentos da sociedade. Na perspectiva de romper com essa situação o UNIVEM tem procurado redirecionar suas práticas educativas, a fim de que se desenvolva uma educação que contribua para a humanização de indivíduos. É o que chamamos de formação humanista”, afirmou a Pró-reitora de Graduação, Raquel Cristina Ferraroni Sanches.

Conforme disse, a universidade “busca formar um indivíduo humanizado, capaz de operar mudanças em si mesmo, reinterpretando a realidade de forma crítica e intervindo no
meio social no qual está inserido. Essa postura pedagógica contribui para que nossos alunos passem a ser sujeitos proativos, participativos e críticos, que discutem e respeitam os distintos valores dos homens. Dessa forma, são formados como seres não somente capacitados profissionalmente, mas também cidadãos críticos, conscientes e atuantes, que busquem mudanças que beneficiem a todos”.

* Reportagem publicada na edição de 16.06.2013 do Correio Mariliense

domingo, 9 de junho de 2013

EM BUSCA DO NÉCTAR, ABELHAS MORREM ENVENENADAS NAS FLORES DAS ESPATÓDEAS DO BAIRRO LORENZETTI.

Por Célia Ribeiro

“Espatódea, gineceu, cor de pólen, sol do dia”...Quando Nando Reis compôs a canção “Espatódea” para homenagear a filha Zoé, de lindos cabelos ruivos, não imaginava que esta espécie de árvore, originária da África e muito comum no Brasil, seria responsável pela mortandade de abelhas na zona urbana. Em Marília, o fenômeno chamou a atenção do apicultor Wenceslau Gomes Soares, o “Lau”, que luta para erradicar as espatódeas do bairro Lorenzetti, na zona oeste da cidade.
 
Flor guarda abelhas em decomposição
Barbeiro por profissão, Lau dedica-se à apicultura há mais de 40 anos. Membro da Associação de Apicultores de Marília, ele é uma das referências na produção de mel, própolis, cera e pólen conforme reportagem desta página mostrou na edição de 15 de janeiro de 2012. Junto com o amigo Dirceu Manzon, também aposentado da SUCEN (Superintendência para Controle de Endemias), possui apiários em casa por distração e dedica-se à apicultura comercial nas colmeias instaladas ao longo da mata ciliar do Rio do Peixe.

Esta semana, preocupado com o grande número de abelhas mortas, encontradas nas flores que se desprenderam das espatódeas do bairro, ele desabafou: “Com tantas espécies de árvores boas para plantar, ainda insistem em ter quaresmeiras, espirradeiras e espatódeas que são veneno puro para as abelhas. No dia em que acabarem com as abelhas, também vai acabar o homem”.

Bem informado quando o assunto é apicultura, Lau observou que as agressões constantes ao meio-ambiente estão afetando diretamente as abelhas, responsáveis pela polinização de milhares de espécies de plantas. Sem elas, os reflexos ao equilíbrio do ecossistema são incalculáveis, frisou.
 
Lau caminha sob a espatódea do bairro: desolação
“Na Europa, os produtores de mirtilo pagavam 40 dólares por colmeia para garantir a polinização. Hoje, estão pagando 150 dólares por colmeia porque as abelhas estão desaparecendo”, ressaltou o apicultor que espera ver em prática a resolução que prevê certos cuidados na aplicação de defensivos agrícolas em áreas exploradas pela apicultura.

INDIGNAÇÃO

Lau caminha pelas ruas do bairro, onde vive desde 1.954, como quem conhece cada palmo de chão. E por justamente estar familiarizado com o lugar que notou o desaparecimento das abelhas. Não foi preciso ir longe para descobrir a causa da mortandade: várias espatódeas, plantadas no entorno da Escola “Prof. Antônio Gomes de Oliveira”, com suas flores de cores fortes, num misto de laranja avermelhado, são a porta da morte para as abelhas.
 
Apicultor há 40 anos, Lau explora comercialmente a produção de mel.
(Foto: Ivan Evangelista Jr.)
“Nesta época do ano as árvores quase não têm flores. Sem alimento, as abelhas vão atrás do néctar das espatódeas e morrem”, afirmou o apicultor mostrando várias flores murchas onde podem ser vistas as abelhas em decomposição em seu interior.

“A Prefeitura precisa erradicar essas árvores. Não é possível manter as espatódeas que envenenam os insetos”, acrescentou Lau, comentando que “um tempo atrás andaram cortando as espatódeas pela cidade. Mas, não tiraram todas, como se vê aqui no bairro. É preciso fazer alguma coisa urgente”.
 
Apicultura exige técnica e cuidados especiais
(Foto: Ivan Evangelista Jr.)
Consultado sobre o assunto, o secretário municipal do Meio-Ambiente, Leonardo Mascarin, afirmou não ter recebido nenhuma denúncia sobre as árvores venenosas. Mas, assegurou que determinará a realização “de um levantamento e, se for o caso, elaboraremos um plano de trabalho para cuidar do problema”.

FENÔNEMO

Segundo o zootecnista Valter Eugênio Saia, da Secretaria Municipal da Agricultura, e um dos maiores especialistas em Apicultura, o néctar das espatódeas “contém um piretroide natural que mata os insetos. É uma forma natural de a planta garantir matéria orgânica com os restos dos insetos que funcionam como adubo. Agora, não é comum matar abelhas. Sabe-se da morte de vespas e marimbondos”.
 
Ao lado do muro da escola, a espatódea que
ameaça as abelhas no bairro Lorenzetti
O especialista ponderou que uma das causas desse fenômeno talvez seja o excesso de chuva das últimas semanas. “Como choveu bastante e lavou o néctar das flores, as abelhas podem ter ficado sem opção e procurado as espatódeas. As abelhas da região urbana têm dificuldade de encontrar uma fonte de néctar saudável”.

Enquanto o fenômeno não é totalmente esclarecido, resta ao Lau improvisar para garantir a vida dos poucos enxames que mantém em casa: ele está colocando mel nas colmeias para impedir que as abelhas voem longe em busca de alimento. “Seria o voo de morte!”, finalizou.

Reportagem publicada na edição de 09.06.2013

domingo, 2 de junho de 2013

RESTAURANTE INFANTIL BUSCA APOIO A PROJETO QUE GARANTIRÁ GERAÇÃO DE RENDA PERMANENTE.

Por Célia Ribeiro

Criança feliz é criança bem alimentada. Não há como proporcionar o desenvolvimento físico e intelectual dos pequenos sem oferecer a eles uma boa nutrição desde os primeiros meses de vida. Foi pensando nisso que o libanês e mariliense de coração, Carim Haber El Haber, fundou o Restaurante Infantil, em 1.960. Passados 53 anos deste trabalho social de valor inestimável, a instituição poderá alcançar a sustentabilidade econômica quando tirar do papel o projeto do novo prédio, anexo à entidade, onde serão desenvolvidas atividades de geração de renda.

Educação e alimentação de qualidade, dos 02 aos 05 anos.
Localizada no bairro Palmital, o Restaurante Infantil de Marília é uma das poucas instituições certificadas como de Utilidade Pública Municipal, Estadual e Federal. A gestão transparente, sob a responsabilidade de 14 diretores voluntários, e o apoio de empresas e instituições permitem à entidade acolher mais de 90 crianças de 02 a 05 anos de idade, oferecendo educação básica, alimentação e recreação em período integral, das 7h30 às 17h.

“Nossa diretoria trabalha pra valer”, afirmou o presidente José Agostinho Pinto Roim, contador por profissão. A renda para manutenção das atividades vem de dois grandes eventos anuais --- o jantar do mês de março e o “Marília Fashion Day” realizado em outubro --- e de outras promoções de clubes de serviço com percentual da renda revertido ao Restaurante Infantil. Por isso, a participação dos voluntários é essencial.

(Esq.) Daércio e Agostinho na cozinha reformada recentemente


Através de convênio com a Prefeitura, 08 professoras e uma auxiliar de serviços gerais prestam serviços à instituição. Mas, o Restaurante Infantil assume o pagamento de outros 05 funcionários, além das despesas com contas de água, energia elétrica, telefone, impostos, uniforme infantil e o complemento de alimentação fornecida às crianças. São três refeições diárias com cardápio elaborado por nutricionista. Nas férias, as famílias levam cestas básicas para casa.

NOVO PRÉDIO

Em 2.010, a entidade conseguiu adquirir um terreno de 500 metros quadrados vizinho ao prédio atual, com ajuda de 30 mil reais repassados pela Prefeitura após a Câmara Municipal devolver recursos de seu orçamento. Como tudo o que envolve o Restaurante Infantil, a solidariedade também chegou na forma do projeto doado pelo arquiteto Maurício Rezende que fez um detalhado estudo para o máximo aproveitamento da área.

Falta uma sala de repouso para o soninho dos pequenos

Orçada em aproximadamente 500 mil reais, a construção solucionará um grave problema de falta de espaço para o descanso das crianças. Hoje, na hora do soninho, colchonetes são dispostos em sala de aula por falta de outro local. O projeto prevê, além da sala de repouso, mais uma sala de aula, ampliação dos vestiários, centro administrativo, e o brechó permanente que funcionará com doações da comunidade para geração de renda o ano inteiro.

A leitura é estimulada na biblioteca da entidade
Diante das despesas crescentes, a diretoria se preocupa com a sustentabilidade econômica da instituição. Dessa forma, além do brechó permanente em estudo, a locação da quadra esportiva coberta poderá ser viabilizada quando for instalada a iluminação no local: “A Prefeitura tinha assumido esse compromisso com a gente, no ano passado. Chegaram a fazer orçamento, mas não aconteceu”, explicou o presidente do Conselho Fiscal, Daércio Galati Vieira. Ele acredita que 15 mil reais seriam suficientes.

Hora de brincar: entidade bem cuidada

O Restaurante Infantil de Marília é uma entidade modelo que assiste crianças em situação de vulnerabilidade social. Pela excelência do trabalho desenvolvido tem conseguido algumas importantes vitórias. Por exemplo, muitos recursos de penas alternativas são direcionados à instituição. Foi o caso da reforma do playground, que custou 10 mil reais. Uma multa ambiental aplicada a uma empresa chegou em boa hora.

NECESSIDADES

Destacando que não há políticos na diretoria, o presidente José Agostinho Pinto Roim falou sobre o entusiasmo que move os voluntários. São médicos, dentistas, funcionários públicos, corretor de imóveis, engenheiros, advogados, comerciantes, bancários, aposentados que doam seu tempo e energia a uma causa nobre seguindo os preceitos do fundador Carim Haber El Haber.

Sala de informática equipada com recursos de emenda do
então deputado Vinicius Camarinha

Por outro lado, reconhecendo a importância do auxílio da Prefeitura, ele observou que a colaboração poderia ser ampliada com coisas simples, mas essenciais: um filtro com sistema de refrigeração de água e a disponibilização de um vigia são os mais urgentes. “Fazemos um trabalho que é da Prefeitura. Sem a entidade, onde colocariam essas 90 crianças em período integral?”, frisou Daércio Galati.

Conforme disse, “todas as EMEIs e EMEFs têm vigias e filtros. Como nossa atividade é educacional e não temos qualquer subvenção, a Prefeitura poderia nos ajudar cedendo um vigia para segurança do prédio à noite e nos finais de semana. Já o filtro com refrigeração é muito importante, principalmente nos dias muito quentes”.

Playground reformado graças a 10 mil reais de pena alternativa

Finalizando, os diretores agradeceram a colaboração da comunidade, de pessoas comuns e de empresas e instituições que ajudam esse projeto social. Eles citaram a Univem e a Unimed, o Tauste, os Rotary Clubes e a Maçonaria, entre outros, concluindo que agora o desafio será tirar o projeto do papel e conseguir apoio para a obra que significará mais conforto para as crianças e mais renda para o Restaurante Infantil manter suas nobres atividades.

Para colaborar e conhecer mais sobre a entidade localizada à Rua Machado de Assis, 760, acesse: www.restauranteinfantil.org.br O e-mail é: restauranteinfantil@gmail.com e telefone: (14) 34333719.

 * Reportagem publicada na edição de 02.06.2013 do Correio Mariliense