Por Célia Ribeiro
Há cada quatro anos a ginástica artística ganha os holofotes durante os jogos olímpicos. O que pouca gente sabe é que, para chegar ao nível de excelência necessário, os ginastas precisam trilhar um árduo caminho superando não apenas a dor física, mas o estresse emocional. Em Marília, o Centro de Treinamento Fabi Meirelles tem se destacado por revelar atletas que, além de representarem a cidade nas competições, estão alçando voos mais altos em grandes clubes do País.
Emily Gabrielle
Ginastas na competição de Bauru
Na época, não houve interesse por
parte dos dirigentes da Secretaria de Esportes. E Fabi acabou contratada por um colégio
particular acalentando o desejo de estruturar um Centro de Treinamento aberto
não apenas às meninas e meninos que podiam pagar, mas também às crianças de
baixa renda.
Com o passar do tempo, ela observou que aumentava o interesse pela ginástica artística e resolveu, finalmente, montar um centro de treinamento que recebe crianças a partir dos quatro anos de idade: “A ginástica artística tem esse tabu de só trabalhar o nível competitivo. Mas, não é isso. A gente trabalha bem a nível formativo”.
(Esq) Emily Gabrielle, Catarina Trevisi, Rafaella Vieira, Alycia Queiroz
e Yasmim Ribeiro, vice- campeãs no Jogos Abertos da Juventude
Conforme disse, “a ginástica
artística e o atletismo deveriam ser mais explorados nas escolas como esportes de
base porque eles servem depois para qualquer outro esporte”. Fabi Meirelles
destacou os benefícios da modalidade: “A ginástica artística trabalha com as
posições invertidas, a autoconfiança, a segurança da parte mental que é muito
grande além da parte física”.
Maria
Medeiros Gonçalves, 06 anos,
no Festival de Bauru com Fabi,
Jessica e Danilo
“Procuramos atender crianças que não têm condições. Eu queria poder atender todo mundo se eu tivesse apoio, um patrocínio que custeasse o aluguel, por exemplo, que é de 4,5 mil reais. Eu tenho gastos fixos altos e, por isso, tenho alunos particulares que ajudam a bancar esses custos”, frisou.
Fabi Meirelles afirmou que as cidades que mais brilham na ginástica artística são as que têm projetos com as Prefeituras, como Barueri, Guarulhos e São Bernardo do Campo. E por falar em destaque, várias ginastas de Marília têm conquistado medalhas e algumas já foram embora, treinando em renomados centros profissionais.
MEDALHAS
No fim de semana passado, atletas de Marília participaram de uma competição em Bauru. Para preservar atletas que competirão em Araraquara, no dia 03 de setembro, nos Jogos Regionais classificatórios para os Jogos Abertos, ela levou apenas o pré-infantil C de 08 a 10 anos e as pequenas de 06 e 07 anos que participaram do Festival, com direito à medalha, mas sem pontuação.
Rafaela
Vieira hoje treina
em São Bernardo
Fabi Meirelles disse que os dois anos de pandemia foram devastadores porque o CT não pode funcionar deixando as atletas sem treino e perspectivas de competição, sem contar o prejuízo financeiro que começa a ser recuperado só agora.
Apesar dos percalços, a técnica é abastecida de esperança diante dos resultados: “Nos Jogos Abertos da Juventude, Marília ficou em segundo lugar. Perdemos só para São Bernardo do Campo e ficamos à frente de Guarulhos. No ano passado, fizemos vaquinha virtual para conseguir participar do nacional no Mato Grosso e a Emily ficou entre as cinco melhores ginastas do Brasil”.
Fabi e as ginastas no CT de Marília
Ela aproveitou para falar da falsa ideia de que a ginástica artística impede os atletas de crescerem: “Eu fiz pós-graduação em Fisiologia do Exercício na Escola Paulista de Medicina em São Paulo. E o meu trabalho foi qual a influência do treinamento de força na estatura das atletas de ginástica artística”.
Conforme disse, ela ouviu médicos e vários especialistas que derrubaram esse mito. A confusão se dá pelo fato de que ginastas menores e mais leves conseguem se sair melhor nos diversos aparelhos, ocorrendo uma seleção natural. Isto é, atletas que crescem mais migram para outros esportes como o vôlei e o basquete.
Equipe de Marília brilhou em Bauru
Fabi Meirelles disse que espera
abrir mais vagas no futuro: “Gostaria de atender mais crianças, ampliando o
espaço, trocando até de lugar. Se tirar uma criança da rua e colocar em uma
atividade física já está valendo. Não estou preocupada em formar atleta, mas em
formar cidadãos de bem”.
E finalizou: “Temos duas meninas que conquistaram medalhas e conseguimos bolsas de estudo em colégio particular. Através da educação, vão ter uma profissão, um estudo maior. Formar atleta é consequência. Se trago para o esporte competitivo, conseguem bolsa de estudo e a gente vai ajudar a sociedade. É um grãozinho de areia, mas é um começo”.
Pequenas
ginastas: CT aceita a partir de 4 anos
O Centro de Treinamento Fabi
Meirelles está localizado à Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, nº 2990, com
atendimento das 9h às 11h e das 14h às 19h30. Informações: (14) 34330415. Nas
redes sociais, acesse: https://www.instagram.com/fabimeirellesginasti/
SELETIVA
Fabi no segundo lugar no pódio
O secretário municipal de
Esportes, Gastão Lúcio Rodrigues Pinheiro Junior, explicou que “30 vagas é o
que a Fabi Meirelles consegue absorver no centro de treinamento. Nós damos
apoio para as viagens e inscrições”. Conforme disse, no dia 15 de setembro
haverá uma nova seletiva para o Centro Fabi Meirelles. Meninos e meninas podem
se inscrever pelo telefone (14) 34323023 ou no ginásio de esportes da Avenida
Santo Antonio, 2701, das 8 às 16h.
*Reportagem publicada na edição de 28.08.2022 do Jornal da Manhã
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