Ainda está escuro e há pouco movimento na rua. Mas, um grupo de trabalhadores saiu de casa ainda mais cedo para iniciar a jornada, pontualmente, às 6 horas. São os funcionários do Restaurante Bom Prato, um dos projetos sociais mais impactantes do governo do Estado em parceria com o município. Com a pandemia do Covid-19, à clientela tradicional, formada por pessoas em vulnerabilidade social, somaram-se trabalhadores desempregados, autônomos que ficaram sem renda de um dia para o outro, e muitos idosos.
Dulce entrega o café da manhã: pão com margarina, leite com achocolato e uma maçã |
As filas são frequentes e poucos respeitam a distância de um metro e meio |
Nutricionista mede a temperatura dos funcionários |
ORGANIZAÇÃO
A reportagem do JM acompanhou a manhã do dia 15, desde a chegada dos trabalhadores. No interior do “Bom Prato”, muito limpo e organizado, chamou a atenção a montanha de embalagens descartáveis. Segundo a gerente Edna Macedo, há um rigoroso controle por parte do governo do Estado e as vistorias são frequentes. Ela relatou que a Fumares (Fundação Mariliense de Recuperação Social), da qual é contadora, é responsável pelo “Bom Prato”.
Foi preciso adequirir milhares de embalagens |
Funcionários têm o mínimo contato com o público e estão protegidos por luvas e máscaras |
Marília, Edna e Zileide |
Feijoada era o cardápio do almoço de quarta-feira |
“Uma das maiores mudanças foi que tivemos que porcionar as refeições em marmitas. Também houve mudanças na parte de limpeza e higienização do local. Nós tentamos fazer o máximo possível para proteger nossos funcionários que estão expostos”, frisou.
GOVERNO DO ESTADO
Em entrevista exclusiva ao JM, por telefone, a secretária estadual de Desenvolvimento Social, Célia Parnes, afirmou que o maior desafio foi organizar, em um prazo de 24 horas, a nova forma de servir as refeições, incluir o jantar e manter o serviço nos finais de semana e feriados. Conforme disse, são 59 restaurantes no Estado de São Paulo operados por instituições diferentes.
Secretária Célia Parnes |
Os números impressionam: o “Bom Prato” passou de 2 milhões para 3,2 milhões de refeições mensais, prosseguiu a secretária que falou da importância do projeto neste momento difícil de pandemia: “Nos dá muito trabalho, mas muita satisfação também. Isso não tem preço”, comentou, citando a “emoção dessas pessoas que pela primeira vez têm jantar”.
De acordo com a secretária, além das pessoas em situação de rua que continuam sendo atendidas, milhares de outras pessoas e famílias inteiras recorrem ao “Bom Prato” para se alimentarem com dignidade: “A gente sabe que está fornecendo refeições de qualidade e isso aquece o coração da gente”.
Sobre o comprometimento dos trabalhadores dos restaurantes do projeto, Célia Parnes elogiou o empenho de cada um: “Fazem isso por amor ao público que atendem. Eles sabem que esse público é extremamente frágil e se não forem fazer, não terão o que comer. É uma causa”, pontuou.
Finalizando, a secretária disse que o governador João Dória abre as reuniões semanais da equipe pedindo empenho no atendimento à população menos favorecida. Especialmente neste momento difícil da contaminação pelo Covid-19 se espalhando, ela destacou o papel do governo na área social.
*Reportagem publicada na edição de 19.04.2020 do Jornal da Manhã
bela matéria! excelente trabalho! Profissionalismo puro!!! PARABÉNS!
ResponderExcluirObrigada, querido amigo. Abração
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