SABÃO ARTESANAL: VOVÓS PASSAM O TEMPO EM OFICINA QUE GARANTE RENDA E COMPARTILHAM CONHECIMENTO.
Por Célia Ribeiro
Um grupo de idosas, acostumadas a dormir pouco e dar conta de todo trabalho doméstico, desperta ainda mais cedo, às terças-feiras, em diferentes bairros de Marília. Além de netos, bisnetos e famílias numerosas, as simpáticas senhorinhas têm em comum a disposição para o trabalho e um bom humor contagiante que alegra as manhãs da ONG Unijovem, mantida pela Unimed de Marília.
É que às
terças-feiras, das 8 às 10h30, acontece a Oficina de Sabão Artesanal
responsável pela utilização do óleo residual de fritura na produção de sabão em
barra que vem conquistando clientes fieis. O grupo é formado por 09 idosas, na
faixa etária de 67 a 79 anos, que aproveitam para trocarem experiências,
receitinhas de família e, claro, ocuparem o tempo enquanto trabalham.
Em média,
são produzidos 180 pedaços de sabão por semana, explicou a auxiliar de projetos
sociais da entidade, Camila Rodrigues da Silva, 23 anos. Cada unidade é vendida
a 80 centavos, sendo que kits com 03 unidades saem por R$ 2,50 e de 05 unidades
por R$ 3,50. O capricho na produção do sabão é tanto que a propaganda
boca-a-boca gerou uma clientela fixa. Tem uma compradora que encomenda 50
pedaços de sabão de uma vez para enviar a parentes e amigos.
Também da
zona sul, dona Adelaide Teles de Barros Denadai, 72 anos, mora no Jardim Santa
Paula e não se incomoda de percorrer um longo trajeto de ônibus para chegar
pontualmente à oficina: “Depois que termina o serviço a gente toma café,
conversa, conta as histórias e se diverte”, explicou. Da mesma forma, a mais
idosa da turma, dona Verônica Pereira Bernardo, 79 anos, da Vila Jardim, contou
que espera ansiosa chegar o dia da oficina para rever as amigas, como dona
Maria Dolores Santos Silva, 67 anos, que também reside no bairro.
A qualidade do sabão em barra do grupo é divulgado com entusiasmo. Dona Francisca contou que uma cliente deixou tão brancas as meias de um neto que o menino pensou tratar-se de meias novas quando as encontrou na gaveta. As vovós destacam o alto poder de limpeza do produto que também vem sendo muito procurado para higienizar lençóis de pessoas acamadas: “Tenho uma cliente que só lava com nosso sabão porque tira todo o cheiro e deixa bem limpo”, assinalou vovó Francisca.
Por outro
lado, perguntadas sobre a parte econômica, as idosas revelaram que ganham até
70 reais com a venda do sabão. Como o óleo usado chega por doações da população
e de empresas e a Unijovem compra os materiais químicos necessários, o lucro é
líquido para as participantes.
* Reportagem publicada na edição de 03.02.2013 do Correio Mariliense
Um grupo de idosas, acostumadas a dormir pouco e dar conta de todo trabalho doméstico, desperta ainda mais cedo, às terças-feiras, em diferentes bairros de Marília. Além de netos, bisnetos e famílias numerosas, as simpáticas senhorinhas têm em comum a disposição para o trabalho e um bom humor contagiante que alegra as manhãs da ONG Unijovem, mantida pela Unimed de Marília.
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Compartilhando conhecimento nas oficinas de sabão artesanal |
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Dona Angelina embala as unidades para venda |
Utilizando
equipamentos de segurança, como luvas e máscara, as idosas já estão craques no
trabalho e se dividem com a distribuição de funções (lavagem das formas,
embalagem das barras, limpeza do local etc). Toda semana, cada participante
recebe uma quantidade do produto que comercializa livremente para reforçar o
orçamento familiar. Mas, quem quiser, também pode adquirir o produto
diretamente na ONG.
ADEUS DEPRESSÃO!
Na tarde de
quinta-feira as simpáticas senhorinhas participaram de um animado café da tarde
na ONG. Vaidosas, chegaram perfumadas e com batom emoldurando o sorriso só para
apresentarem a Oficina de Sabão. Uma das mais animadas, dona Angelina dos
Santos Cruz, 70 anos e moradora do Nova Marília, foi responsável por trazer
outras amigas ao grupo.
Animação na hora do cafezinho das vovós |
“Aqui não
tem depressão. Só tem alegria. Eu adoro vir aqui e acordo feliz na
terça-feira”, contou explicando que ultimamente tem se dedicado ao setor de
embalagem da produção. Ao seu lado, dona Francisca Ignácia Pedro, 75 anos e
orgulhosa bisavó, foi uma das idosas que conheceu a ONG através de Angelina: “A
gente mora perto e vem junto pra cá. Eu adoro”, disse sorridente.
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Produção pronta para venda: qualidade |
As vovós já sabiam
fazer sabão, mas à moda antiga. Elas disseram que o método ensinado na ONG é
muito mais fácil e seguro. E como coisa boa tem que ser compartilhada, a
Unijovem sempre promove oficinas, abertas ao público, em entidades, escolas,
centros comunitários etc. A ideia é ensinar as donas-de-casa a reaproveitarem o
óleo usado, altamente poluente, e ainda economizarem com material de limpeza.
As tarefas são divididas no grupo |
A qualidade do sabão em barra do grupo é divulgado com entusiasmo. Dona Francisca contou que uma cliente deixou tão brancas as meias de um neto que o menino pensou tratar-se de meias novas quando as encontrou na gaveta. As vovós destacam o alto poder de limpeza do produto que também vem sendo muito procurado para higienizar lençóis de pessoas acamadas: “Tenho uma cliente que só lava com nosso sabão porque tira todo o cheiro e deixa bem limpo”, assinalou vovó Francisca.
Dona Francisca confere o estoque |
“Aqui a
gente não vem só pelo dinheiro do sabão, que ajuda muito. A gente também vem
para se distrair, passar as horas, deixar a tristeza e os problemas para trás”,
finalizou vovó Angelina.
PROJETOS SOCIAIS
A ONG,
mantida pelos colaboradores da Unimed Marília, possui vários projetos sociais
gerenciados pela consultora Maria Estela Monteiro e que já foram registrados
pelo Correio Mariliense em reportagens publicadas em 2011 e 2012. Além de
ensino profissionalizante e encaminhamento para o mercado de trabalho, a
Unijovem atua com fomento cultural.
Rea roveitamento de garrafas PET na entrada da oficina de sabão mostra a preocupação ambiental da ONG |
Para 2013,
há vagas para jovens a partir dos 15 anos nos cursos de auxiliar de escritório
e de atendimento e vendas. As aulas terão início em março, com duração até
julho. Os interessados podem entrar em contato pelo telefone (14) 32218388 ou
se dirigir à sede da instituição localizada na Avenida Campinas, 167, próxima à
Santa Casa de Marília.
* Reportagem publicada na edição de 03.02.2013 do Correio Mariliense
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