Moradores dos bairros da zona leste de Marília vivem o paradoxo de terem, ao alcance dos olhos, um cenário digno de cartão postal enquanto sofrem com a falta de opções de lazer . Os itambés, com suas cachoeiras e quedas d’água brotando da imensa área verde, são um espetáculo à parte que poucos têm aproveitado, como por exemplo, para a prática de esportes radicais. O que se vê, por outro lado, é o descaso com o acúmulo de lixo e entulho da construção civil que a Associação de Moradores do Jardim Aeroporto luta para combater.
Prática de parapente no Jardim Lavínia, captada por Ivan Evangelista |
Por incrível que pareça, carente de áreas públicas de lazer, a região possui um terreno com quase 10 mil metros quadrados, localizado no fim da Rua Shinji Kuroki, que reúne todas as condições para ser revitalizado. Os moradores sonham com a construção da praça que tem até nome: “Praça Pôr-do-sol”, cujo projeto foi elaborado pela arquiteta Angela Torres, gratuitamente.
Projeto da praça está só no papel |
VIGILÂNCIA
Segundo a presidente da Associação de Moradores, a Prefeitura de Marília deveria investir naquelas áreas de preservação permanente, realizando limpeza periódica, bem como intensa fiscalização para coibir e, em caso de flagrante, punir com multas pesadas quem joga lixo ou descarrega caçambas de entulho da construção civil nos itambés que margeiam os bairros.
Sempre que ela recebe denúncia de moradores, Waldivia Maria recorre aos órgãos públicos na tentativa de resolver o problema. No entanto, é um trabalho de formiguinha que nem sempre é reconhecido, assinalou a líder comunitária. Sem sede própria (a entidade funciona na sua residência), a Associação também não tem renda, o que dificulta a atuação. Mesmo diante das dificuldades, a presidente está sempre batendo à porta da Câmara Municipal e da Prefeitura levando as reivindicações da população.
Itambés: grande potencial turístico inexplorado (Foto: Ivan Evangelista) |
Segundo a presidente, com poucos investimentos a administração municipal poderia fazer muito pela zona leste. Waldivia Maria citou o campo de futebol do Cecap Aeroporto: sem vestiários ou bebedouros de água, até os campeonatos esportivos promovidos anteriormente no local ficaram comprometidos: “Conseguimos que um projeto das melhorias fosse elaborado na Secretaria de Obras e levamos ao prefeito. Mas, por infeliz coincidência, recebemos a resposta negativa justamente no dia que o prefeito renunciou, cinco de março”.
Waldívia, presidene da Associação |
Finalizando, a presidente da Associação do Jardim Aeroporto destacou que o Plano Diretor do Município previu “a criação do Parque dos Itambés, através de lei específica. Mas, nada foi feito. O que se vê é sujeira, entulho, lixo de construção que jogam dentro dos itambés. Não há nenhuma proteção ou recuperação ambiental”.
PREFEITURA
Através de nota da assessoria de Imprensa, a Prefeitura informou que adotou providências para solucionar os problemas citados pela líder comunitária: a Secretaria de Serviços Urbanos reuniu caçambeiros para orientação sobre descarte de entulho, promoveu a limpeza nas margens dos itambés, e realizou o plantio de 150 mudas de árvores no terreno destinado à praça.
Imagem de satélite mostra a vasta área verde e o terreno de 10.000 m2 destinado à Praça Pôr-do-Sol, no fim da Rua Shinji Kuroki |
A nota acrescenta que está prevista a revisão do Plano Diretor e que, através de financiamentos habitacionais do governo federal, “promoverá a saída das famílias que moram em submoradias em áreas irregulares, como a dos itambés, para que estes espaços sejam mantidos com as características primitivas”.
Sem especificar qualquer previsão de construção da praça reinvindicada, a Prefeitura informa que “pela Lei Municipal 3600/1990 há a possibilidade de as praças municipais serem adotadas por Associações de Moradores, Comércio Local, e demais cidadãos na oportunidade de revitalização e ocupação do espaço público com suporte paisagístico e orientação técnica da Secretaria”.
A população pode denunciar o uso incorreto da área pelo telefone da SMA (Secretaria Municipal do Meio Ambiente) 3401-2000.
*Reportagem publicada na edição de 20.05.2012 do Correio Mariliense
Oi Celinha,
ResponderExcluirque loucura hein. Moro ao lado dessa area ha sete anos, nunca recebi convite pra reunião da associação nem conhecia ou votei nas eleições.
Quanta coisa, poderiam apenas manter a area limpa com um jardim, seria ótimo. Será que os moradores do entorno da área querem mesmo tudo isso? Tenho dúvidas, Bjs
Olá, Edna!
ExcluirProvavelmente, o que falta é comunicação entre os moradores do entorno. Com ou sem associação, quem mora no bairro poderia tentar se organizar e pleitear as melhorias. É um lugar lindo, privilegiado pela natureza. Bjssss