Por Célia Ribeiro
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Dra. Rossana (esq.) no primeiro programa |
Articulado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, com apoio da Rede Mulher, Coordenadoria de Política para as Mulheres, entre outras entidades, o movimento pelo fim da violência doméstica conquistou mais um importante espaço. Nesta segunda-feira, às 19hs, será lançado o Programa “TV Câmara Mulher”, durante sessão da Câmara Municipal de Marília.
Com estreia prevista para o dia 08 de dezembro, às 12 horas, o programa também poderá ser acessado pela internet (www.camar.sp.gov.br/tv) e não se limitará à questão da violência doméstica. “Nosso objetivo é trazer as mulheres participantes na comunidade, na paróquia, na associação de moradores, nos movimentos de voluntariado” explicou a coordenadora da TV Câmara, Maria Manuela Martins Nunes dos Santos.
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Convidadas da primeira gravação, dia 02/12 |
A gravação dos dois primeiros programas, que terão exibição quinzenal, com reprises na programação, aconteceu na quarta-feira quando representantes das diversas entidades e movimentos de mulheres se reuniram na TV. A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e delegada de Polícia da Delegacia de Defesa da Mulher, Dra. Rossana Camacho, esteve na bancada como mediadora das entrevistas.
Pelo modelo proposto, as mediadoras se revezerão, a cada edição, de modo a dar agilidade às entrevistas porque cada profissional tem experiência em determinada área. Segundo as organizadoras, muitos trabalhos inspiradores praticamente desconhecidos terão visibilidade e boas ideias poderão sair do papel.
A advogada Adriana Tognoli, membro da OAB Mulher e do Conselho dos Direitos da Mulher, observou que “diversas mulheres formadoras de opinião, que estão trabalhando por suas comunidades, não aparecem e são desconhecidas do público”. Ela acrescentou que “quando a mulher trabalha para sua comunidade ela não trabalha só para as mulheres, mas trabalha também para a família, para todos”.
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Reunião de pauta |
Já a assistente social Cássia Giandon, do Núcleo de Apoio Multidisciplinar (NAM), que funciona na Delegacia de Defesa da Mulher, assinalou: “As mulheres que atuam nas associações de moradores são as que vão levar informações de cidadania para as demais mulheres nos bairros. Elas são multiplicadoras da cidadania e esse é o objetivo do Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência. A partir do momento que a mulher tem a informação ela não se deixa mais ser agredida física ou sexualmente”.
Ela acrescentou que “só através da multiplicação da informação sobre a cidadania, da mulher conhecer seu direito, ela será empoderada do que ela realmente pode fazer e vai conquistar seu espaço”.
QUEBRE O CICLO DA VIOLÊNCIA
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Dra Rossana, Cássia e Gelsi com Maria da Penha |
No final de novembro a delegada Dra. Rossana Camacho, a assistente social Cássia Giandon e o psicólogo Antônio Carlos Gelsi, participaram, na Capital, do lançamento do portal “Quebre o Ciclo da Violência contra a Mulher”( www.quebreociclo.com.br ) idealizado pelo UNIFEM (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher) e patrocinado pelo Instituto Avon.
Na oportunidade, esteve presente a biofarmacêutica cearense Maria da Penha que inspirou a lei que leva seu nome. Agredida durante anos pelo marido, ela ficou paraplégica após levar um tiro disparado por ele enquanto dormia. Atualmente dedica-se a viajar pelo Brasil e exterior divulgando a causa do combate à violência doméstica.
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Lirio Cipriani (Instituto Avon) e Dra. Rossana |
Ao final de sua exposição, Maria da Penha recebeu o grupo de marilienses. A Dra. Rossana Camacho lhe entregou material informativo sobre o trabalho pioneiro desenvolvido em Marília no combate à violência doméstica, com suporte para as vítimas através do Núcleo de Apoio Multidisciplinar e da Rede Mulher.
Em seguida, a delegada conversou com o diretor-executivo do Instituto Avon, Lirio Cipriani, repassando-lhe um esboço do projeto que pretende exportar o trabalho de Marília para outras regiões do País, com ênfase na implementação da Lei Maria da Penha e apoio às vítimas. “A campanha Fale sem Medo da Avon e a divulgação do telefone 180 têm sido muito importante para informar as mulheres. Muitos casos nos chegam na delegacia a partir deste bonito trabalho da Avon”, ressaltou a delegada.
No dia 22 de agosto, o “Correio Mariliense” publicou reportagem especial sobre esse trabalho que também pode ser acessado no blog (www.mariliasustentavel.blogspot.com) nos arquivos do mês de agosto.
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Célia Ribeiro, Lirio Cipriani, Dra Rossana e Olga Corch |
Para a Dra. Rossana, “ainda há poucas Delegacias da Mulher no País e muito ainda pode ser feito para capacitar os profissionais que atuam na área e criar mecanismos que garantam todo o suporte às vítimas”. Por isso, a experiência local, reconhecida nacionalmente na Feira de Conhecimento em Segurança Pública com Cidadania, realizada ano passado em Brasília, só depende de suporte financeiro para ser replicada.
* Reportagem publicada na edição de 05.12.2010 do Correio Mariliense
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