domingo, 31 de outubro de 2010

GMADC: VOLUNTÁRIAS TRABALHAM COM CRIATIVIDADE EM APOIO AOS PORTADORES DE CÂNCER

Por Célia Ribeiro

Voluntárias se reunem todas as tardes
As tardes no casarão da Avenida Nelson Spielmann, atrás da Matriz de São Bento, são sempre alegres. Em meio aos cestos de linha e apetrechos de artesanato, um grupo de mulheres trabalha animadamente na confecção de lindas peças que farão a alegria de muita gente neste Natal. Do local está saindo a produção para o bazar de dezembro, um dos mais esperados eventos que o GMADC (Grupo Mariliense de Apoio ao Doente com Câncer) realiza para arrecadação de fundos.

Aos 30 anos de existência, a entidade é uma das mais atuantes no apoio aos portadores de doenças oncológicas de Marília. De remédios a suplementos nutritivos, o GMADC atende cerca de 150 pacientes levando mais que ajuda material: as 45 voluntárias trabalham com amor e dedicam seu tempo para minimizar o sofrimento do próximo.

Enfeites natalinos
Na ensolarada manhã de quinta-feira a presidente, Maria Lúcia Rocetti Costa, abriu a instituição para o “Correio Mariliense”. As atividades acontecem no período da tarde (entre 13 e 17hs) quando as voluntárias se revezam para confeccionarem os trabalhos manuais. Neste horário também chegam os pedidos de ajuda.

“Mudamos recentemente para essa casa. Antes, estávamos num local muito apertado que não comportava todo mundo”, contou a presidente, citando o apoio do município, responsável pelo aluguel do imóvel e do repasse de cinco mil reais, por ano. Como as despesas passam de dois mil reais mensais, as voluntárias mantém um calendário de eventos beneficentes e contam com contribuições de mensalistas.

Maria Lúcia e o artesanato do bazar de fim de ano
Maria Lúcia disse que a entidade sobrevive, também, graças à solidariedade de anônimos: “Tem um senhor, ex-funcionário público, que arrecadava ajuda no seu trabalho e nos repassava. Ele se aposentou e continua indo lá todo mês para pegar a contribuição para a entidade”, revelou destacando que os 400 ou 500 reais da caixinha são de grande ajuda.

“Para se ter uma ideia, temos um paciente que precisa tomar, por dia, um litro e meio de um tipo de leite super nutritivo que custa 17 reais o litro. Sem ajuda da comunidade que participa dos eventos, compra nos nossos bazares e faz as doações, não teríamos como manter essa assistência”, observou.

A exemplo do ex-servidor público, uma senhora de 92 anos é outra assídua contribuinte. Ela arrecada doações junto a amigos e conhecidos no seu bairro para destinar ao GMADC. “Ela tem uma energia incrível e faz um trabalho de formiguinha”, comentou a presidente.
As peças têm acabamento perfeito
Não apenas pessoas físicas colaboram com a instituição. Maria Lúcia citou o apoio de empresas como a Marilan e o Supermercado Big Mart que doam bolachas, frutas e cestas básicas distribuídas aos pacientes cadastrados. Os biscoitos da Marilan, por exemplo, são usados no café da manhã oferecido, diariamente, aos pacientes e acompanhantes nas alas de quimioterapia e radioterapia do Hospital de Clínicas.

“Faz 30 anos que, às 7hs da manhã, levamos café, chá, pão com manteiga e bolacha aos doentes e acompanhantes no HC. Tem gente que sai de madrugada, que roda mais de 300 quilômetros para fazer o tratamento. Eles chegam em jejum e depois precisam se alimentar”, justificou Maria Lúcia, explicando que há uma escala para que as voluntárias possam colaborar também com essa ação.

Solidariedade no DNA

A presidente do GMADC é voluntária há 40 anos. Já passou pela Pastoral da Saúde, por creche e há 08 anos colabora com a entidade. Com um sorriso contagiante, Maria Lúcia é um belo exemplo de humildade: “O mandato da diretoria é de dois anos. Acho muito bacana porque dá para ter uma rotatividade no comando já que cada presidente tem um jeito de trabalhar. Sou a favor da alternância na presidência”.


Voluntária prepara cartelas de bingo beneficente
 Com histórico de câncer na família (perdeu o pai e um irmão), Maria Lúcia comemora a vitória de uma nora que superou a doença. “Meu marido é meu grande apoio, me ajuda demais na entidade. E, com as companheiras voluntárias e a ajuda de Deus, vamos superando as dificuldades e seguindo adiante”.

Na tarde de quinta-feira, quando registramos o trabalho na oficina de artesanato, o café da tarde (recheado de bolo e guloseimas) estava, como sempre, animado. Um dos motivos era a euforia às vésperas da mobilização “Avon contra o câncer de mama” realizada ontem, no centro da cidade. “Vamos todas bem bonitas com uniforme novo, hein?”, conclamou Maria Lúcia.

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