Por
Célia Ribeiro
Neste
final de ano, o Instituto Nacional do Câncer (INCA), órgão do Ministério da Saúde,
divulgou uma estimativa preocupante: até 2025 o Brasil deve registrar 704 mil
novos casos de câncer. Se excluir o câncer de pele não melanoma, espera-se a
ocorrência de 483 mil novos casos. Por isso, ampliar a rede de apoio aos pacientes
durante o longo tratamento é um dos maiores desafios da sociedade.
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Lançamento da pedra fundamental |
No
último dia 25 de novembro, o lançamento da pedra fundamental da sede da AMAPON (Associação
Mariliense de Apoio ao Paciente Oncológico) na Rua Feres Mattar, 475, bairro Fragata,
marcou o pontapé inicial da instituição criada para dar suporte aos portadores
de câncer de baixa renda que vêm a Marília para tratamento.
Presidida por Tadaumi Tachibana (Tadau), a ONG
oferecerá refeições, pernoite, atendimento psicológico e assessoria jurídica,
além de doar medicamentos, fraldas e cestas básicas com a ajuda de voluntários.
A sede será construída em terreno adquirido e doado pelo empresário Luiz Antônio
Duarte Ferreira, o “Cai”, com previsão de conclusão em julho de 2024.
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Tadau lacrou a cápsula do tempo que será aberta em 2.043 |
Atualmente,
Marília conta com a ACC (Associação de Combate ao Câncer), entidade estruturada
e que atende centenas de pacientes de mais de 60 municípios da região. Além
disso, o GACCH (Grupo de Apoio à Criança com Câncer e Hemopatias) oferece o
mesmo acolhimento com pernoite e refeições para crianças e adolescentes e seus acompanhantes.
No
entanto, com o aumento dos casos de câncer e as dificuldades financeiras que
muitos pacientes passam durante o tratamento, o que se vê são pessoas debilitadas
dormindo em veículos coletivos nas portas dos hospitais. Com a AMAPON, “o
atendimento será humanizado. Vamos acolher essas pessoas que já estão
debilitadas, oferecendo um lugar de descanso, pernoite, refeições e todo
suporte que precisarem”, afirmou o presidente.
Ele
explicou que o prédio terá 590 metros de área construída e capacidade para “atender
20 pessoas com pernoite e de 40 a 50 pessoas com refeições, área de descanso,
leitura, área de lazer e atendimento psicológico e jurídico”. Para tanto, a
entidade que nasce de outra ONG, os “Amigos Solidários de Marília”, conhecidos
por “Amigos do Bar” espera contar com a comunidade nas campanhas que serão
desenvolvidas para arrecadação de recursos.
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Dezenas de pessoas acompanharam o evento |
“Nosso
grande objetivo é humanizar o atendimento. O lançamento da pedra fundamental
significou um sonho que nasceu no dia 26 de dezembro de 2022”, assinalou o
presidente, acrescentando que “a responsabilidade aumentou muito porque a gente
vê a confiança da sociedade que está nos apoiando”.
SOLIDARIEDADE
Para
o empresário Luiz Antônio Duarte Ferreira, a ONG “será um refúgio para as
famílias carentes da região de Marília que enfrentam a difícil batalha contra o
câncer. Esse projeto é um verdadeiro elo de solidariedade. É fundamental que
toda a comunidade se una para garantir que haja acolhimento, amor e inclusão
nesta casa. A força coletiva é a base que sustentará esse abrigo permitindo que
ele seja um farol de esperança para aqueles que mais precisam”.
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Quimioterapia (Foto HCFamema) |
Ele
prosseguiu afirmando que “não mediremos esforços para que esta casa seja
construída com toda a qualidade e conforto, garantindo os recursos financeiros
para que não haja interrupção na construção e que tudo aquilo que foi planejado
no projeto seja realizado”.
Assim,
o empresário agradeceu aos apoiadores, expressando “a gratidão às pessoas que
se voluntariaram para colaborar com a Associação cujo trabalho será a essência
desse projeto. O comprometimento do Sr. Tadau, presidente da Associação
Mariliense de Apoio ao Paciente Oncológico, é verdadeiramente inspirador. Seu
esforço e liderança têm sido fundamental na construção desse sonho que agora se
torna realidade”
O
empresário citou ainda os autores do projeto: “Não podemos deixar de reconhecer
a contribuição valiosa dos arquitetos José Carlos Reis e Carolina Ferreira cujo
talento e visão estão moldando não apenas a estrutura física, mas também em
esperança e futuro”.
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Futura ONG no bairro Fragata |
E
finalizou: “Enquanto celebramos este marco, agradeço a Deus por nos conceder
saúde e sabedoria e que nosso tempo seja
investido em construção de um lugar melhor para o próximo reforçando a importância
de se estender a mão ao próximo em tempos de necessidade. Que esse abrigo seja
mais do que paredes e telhados. Que seja um símbolo vivo da compaixão humana, juntos
capazes de transformar vidas e construir um legado de amor e solidariedade”.
PALOMA
LIBANIO
O
complexo HCFAMEMA é referência no tratamento oncológico para mais de 60
municípios, recebendo, diariamente, centenas de pacientes vindos das mais
diferentes regiões. Assim, a criação da AMAPON foi recebida com entusiasmo pela
superintendente Drª Paloma Aparecida Libanio Nunes: “Sabemos que o impacto do
diagnóstico do câncer e seu tratamento desencadeiam emoções, necessidades e
mudanças na vida dos pacientes e familiares. Então, ter com quem contar, neste
momento, faz muita diferença”.
Conforme
disse, “nesta perspectiva, a AMAPON surge para oferecer um cuidado holístico e
humano aos que nela se encontram, buscando preencher lacunas cruciais no
suporte a pacientes e familiares, proporcionando não apenas assistência
prática, mas também um valioso apoio emocional”.
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Drª Paloma, superintendente do HCFAMEMA |
Neste
sentido, Drª Paloma concluiu: “Para o HCFAMEMA, que é referência em Oncologia,
sendo habilitado como Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia
(CACON) e, anualmente, atende, em média, 516 cirurgias, 7.980 sessões de
quimioterapia e 11.804 sessões de radioterapia, essa iniciativa local tece uma
rede de solidariedade, proporcionando conforto e esperança aos pacientes e suas
famílias, criando um ambiente onde a compaixão e o cuidado tornam-se
fundamentais na jornada contra o câncer”.
CÁPSULA
DO TEMPO
Quem
compareceu ao lançamento da entidade foi convidado a colocar mensagens em uma
cápsula do tempo. O jornalista Fernando Garcia e Johnny Santana, do projeto de
criação de abelhas sem ferrão “Doce Futuro” depositaram um pote de mel e uma
mensagem na caixa que será aberta em 25 de novembro de 2043.
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Fernando e Johnny |
“Colocamos
um vidro de 120 ml de mel de apis melífera, mel silvestre com blend de mel de
uva japonesa e um cartão. Colocamos o que a Associação Doce Futuro deseja para
daqui a 20 anos: a cura do câncer, a preservação das abelhas nativas, as
florestas em pé e o mundo em paz”, revelou Fernando Garcia.
Para
saber mais sobre a AMAPON clique AQUI
Leia
reportagens do Projeto Doce Futuro AQUI e AQUI
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