domingo, 8 de maio de 2022

DEPARTAMENTO INFANTIL ANDRE LUIZ ASSISTE GESTANTES COM ORIENTAÇÕES E SUPORTE

Por Célia Ribeiro

A notícia da chegada de um bebê é motivo de alegria e celebração na família. Mas, para muitas mães de baixa renda, com vários filhos pequenos, a gravidez também vem cercada de preocupações. Há amor em abundância, mas e os primeiros cuidados? Por isso, o trabalho das voluntárias do Departamento Infantil André Luiz, do NEAP (Núcleo Espírita Amor e Paz), é um dos mais importantes na rede de proteção social de Marília. 

(Esq) Margarida, Eliíde, Sonia e Carol 

Ao longo do ano, as gestantes participam de encontros mensais, quando recebem orientações da médica pediatra Dra. Zilda Tosta Ribeiro e da odontopediatra Dra. Simone Martelato que fala sobre a amamentação. Além disso, a nutricionista Michelle Righetti Morossato explica como manter uma alimentação mais saudável, mesmo com poucos recursos.

A única exigência é a carteirinha de pré-natal, como forma de garantir o acompanhamento da gestação nas unidades de saúde, explicou a coordenadora Maria Carolina Peres Ruano. Assim, na época do parto, as gestantes recebem uma bolsa de maternidade contendo vários itens de enxoval, que vão de mantas, lençóis, toalhas de banho e cobertores até casaquinhos e fraldas descartáveis. De janeiro a abril deste ano já foram entregues 100 enxovais. 

Peças de enxoval para as mamães

Muitas peças de roupas são novas, mas há algumas seminovas que passam por um processo de higienização. E, como a solidariedade parece ser contagiante, há pessoas que preferem contribuir de longe, sem pertencerem à entidade: são artesãs talentosas que confeccionam mantas de retalhos e roupinhas de lã, tão úteis no outono e inverno, como casaquinhos, gorros, meias e sapatinhos.

BRECHÓ FINO

 Nesta semana, a reportagem do JM visitou a entidade para conversar com a coordenadora Carol Ruano e três das voluntárias: Sonia Primo Velanga, Margarida Martins da Silva e Eliúde Martins que, do alto de seus 76 anos, é uma especialista no corte-costura com participação destacada no grupo. 

Brechó com roupas de qualidade: fonte de renda

As voluntárias presentes na quarta-feira falaram com emoção sobre o trabalho com as gestantes que requer tempo  e dedicação. É que, para oferecer assistência às mamães, a instituição mantém um brechó muito organizado que lembra uma loja de shopping center.

As peças estão impecáveis, limpas e passadas antes de irem para os cabides. Nada de banca com peças jogadas, como geralmente se vê em bazares populares. O brechó do Departamento Infantil André Luiz é diferenciado: a voluntária Margarida, por exemplo, adora separar as doações que chegam e leva para sua casa para lavar e passar. Só então, as peças recebem a etiqueta de preços e vão para as araras.

 

 Margarida na “lojinha” da entidade

E por falar nisso, Margarida acabou se tornando uma especialista em vendas. Carol contou que “ela bate o olho na pessoa e já sabe o que combina, o que fica bom. Não dá outra: a roupa fica linda e a cliente vai embora feliz”. Não raras vezes, elas separam um tempo para formar conjuntinhos: embora as roupas sejam de baixo preço (algumas custam só cinco reais), são produtos de boa qualidade. 

É com a venda dessas doações, que vão desde roupas, calçados, utilidades domésticas, eletrodomésticos etc, que a ação social tem condições de prosseguir, destacou a coordenadora, assinalando que “não temos outra fonte de renda”. Só não aceitam móveis por falta de espaço para estocar.

 

 Mantimentos para socorro
emergencial
ACOLHIMENTO

Os clientes do brechó e as mamães recebem acolhimentos diferenciados: Quem vai comprar e, dessa forma, ajudar na geração de renda para o projeto social, é bem atendido com uma vendedora voluntária disposta a fazer tudo para que os clientes encontrem o que procuram.

Já as mamães são recebidas em um cantinho do café, na cozinha, onde podem tomar um chá com bolacha e descansar antes de receberem as doações. “Quando a gente gosta de uma pessoa não recebe na cozinha? Por isso, pensamos em criar um cantinho do café para que as mamães se sintam bem acolhidas aqui”, explicou Carol Ruano.

A sensibilidade das voluntárias é tamanha que elas não ignoram as dificuldades de quem as procura. Elas contaram várias histórias como a de uma gestante de risco, na quinta gravidez, que não tinha o que comer naquela semana. Por isso, a entidade mantém um estoque pequeno, mas estratégico, com itens não perecíveis como arroz, feijão, óleo, macarrão, sardinha, sachê de molho, leite e bolachas para doar a quem mais precisa. 

Bolsas de maternidade prontas para entrega

A coordenadora explicou que “não entregamos cesta básica, mas temos sempre alguma coisa para socorrer. Então, a gente encaminha essas gestantes para outras instituições que dão cesta básica que é o Centro da Rua XV de Novembro e o Centro perto da Galeria Atenas. Eles mandam gestantes para nós e nós mandamos para eles”.

SEM PRECONCEITO

Carol Ruano destacou que todas respeitam as gestantes e não fazem perguntas incômodas do tipo “por que engravidou de novo?”. Lá é um local para dar orientação e suporte às mulheres em situação de vulnerabilidade social e não julgar. “Outro dia recebemos aqui um pai com duas filhas, uma de 15 e outra de 16 anos, as duas grávidas. Ele chorou ao pedir ajuda”, recordou.

 

Encontro de gestantes antes da pandemia

Na medida do possível, além das gestantes e bebês, o projeto contribui com outros membros da família. Assim, a mãe que vai com filhos pequenos acaba levando algumas coisas para eles, também. Geralmente, as gestantes chegam com vários filhos bem pequenos.

 Quanto ao brechó, funciona como uma linha de montagem: quando as doações chegam, as peças são separadas e lavadas. As que estão em ótimo estado ficam na lojinha para venda a  preços acessíveis. As peças em bom estado, mas que não vão para venda no brechó, são direcionadas para outras entidades que doam a quem precisa. E roupas muito ruins são descartadas no lixo.

 

Roupas de qualidade a preços acessíveis

Além disso, muitas mulheres que abriram lojinhas na garagem de casa, durante a pandemia, vão à entidade comprar roupas para revender na periferia. Para elas, o preço é simbólico como uma forma de ajudar “a complementar a renda dessas famílias que têm pessoas desempregadas”, explicou a coordenadora. 

Estoque de enxoval

Para apoiar esse projeto social, todas as doações são bem-vindas: roupas, calçados, acessórios, eletrodomésticos etc, em bom estado. Quem gosta de fazer roupinhas de bebê em tricô ou crochê também pode doar casaquinhos, gorros e sapatinhos de lã.

As mamães que tiveram bebês e as roupas seminovas não servem mais também podem entregar as doações na entidade que fica localizada à Rua Cel. José Braz, 682, esquina com a Rua Bonfim, telefone (14) 997129706. O brechó funciona às terças e quintas-feiras, das 8 às 10h30 e das 13h30 às 17h e às sextas-feiras das 8h às 10h30.

Leia AQUI outra reportagem sobre a entidade na pandemia.

 *Reportagem publicada na edição de 08/05/2022 do Jornal da Manhã.




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