domingo, 16 de janeiro de 2022

HOMEM DOS NÚMEROS, APOSENTADO CANALIZA A EMOÇÃO EM POEMAS E NO ARTESANATO.

Por Célia Ribeiro

Apaixonado por cinema desde a adolescência, quando trabalhava na projeção de filmes na cidade de Rinópolis, o servidor público estadual deixou a veia artística hibernando por décadas. Aos 66 anos, Nivaldo Liguori se aposentou como diretor técnico da Regional de Marília do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE), em 2016, retomando com força total a produção literária, além de dividir seu tempo com o artesanato.

 

Mini-carros de boi de madeira de demolição

O poeta, na verdade, ficou em segundo plano na fase áurea da carreira em que Nivaldo precisava viajar com frequência a trabalho. Na época, com o nascimento dos filhos, a poesia tinha que se contentar com um pouco menos de atenção. No entanto, como recorda o poeta, ele jamais deixou de escrever e, organizado por natureza, tem anotados a data, o local e para quem escreveu cada uma das centenas de poesias. 

Nivaldo Liguori e as madeiras reaproveitas

O ex-diretor do TCE tem uma trajetória inspiradora. Vindo de Rinópolis para estudar em Marília, ele cursou Ciências Econômicas, Administração de Empresas e Ciências Contábeis, período em que morou na “Casa do Estudante”, entidade mantida pelo município para acolher universitários de outras cidades.

 

Luminárias com sobras de madeira

Com muita dedicação, passou em diversos concursos públicos, iniciando pela Secretaria Estadual da Educação a qual pediu exoneração ao conquistar uma vaga como analista de crédito do banco COMIND. Com o fim daquela instituição financeira, ele passou no concurso de exator da Coletoria de Marília e na sequência foi aprovado no concorrido concurso do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo em que trilhou uma carreira brilhante chegando ao posto de diretor da Regional.

 

Poesia premiada em concurso estadual

POESIA PARA ESTRANHOS

 Mesmo envolto em números, relatórios e análises, Nivaldo Liguori gostava de escrever. Como inspiração, qualquer pessoa que lhe chamasse a atenção. Da moça que estava esperando o ônibus no ponto, até figuras que encontrava no dia a dia. No entanto, um grande número de poemas mereceu a esposa e eterna namorada Denise, voluntária da ACC (Associação de Combate ao Câncer de Marília) que é avessa a fotografias e por isso não está registrada na reportagem.

 

Artesanato em vasos para flores e ervas aromáticas

Talentoso, logo seus poemas chamaram a atenção e, por insistência de amigos, Nivaldo participou de concursos tendo publicado várias obras premiadas, como “O Caçador de Poetas” (Rotary Club – Distrito 4510); Coletânea “Poesia na Escola” ( Editora A Palavra é Arte – 2021), Obra/Crônica 100 Ideias (6º lugar estadual no IV Concurso de Poesias, Crônicas e Contos – AFPESP – 2013), Poesia Latitude/Longitude (3º lugar estadual) e Crônica Nostalgia (3º lugar estadual) ambas na Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo.

 

Alguns dos livros de Nivaldo Liguori

Ele possui outros 07 livros editados, mas ainda não publicados, além de estar concluindo um livro de crônicas e contos.

 ARTESANATO

 

Suporte para os vasos

Aproveitando o tempo livre com a aposentadoria, além de se dedicar ao voluntariado na Santa Casa de Misericórdia de Marília, Nivaldo Liguori descobriu, por acaso, outro talento: o artesanato. Tudo começou com a esposa Denise pedindo a ele que fizesse pequenos reparos em casa até que, certo dia, o desafiou a construir uma luminária que tinha visto em uma revista. Para surpresa geral, a peça ficou mais bonita que a original.

 

Madeiras separadas para
os próximos trabalhos

Preocupado com a questão ambiental, o casal procura gerar o mínimo de resíduos e aproveita o que pode. Nivaldo contou, rindo, que é “caçambeiro” assim como a esposa porque, ao verem madeiras e outros materiais na rua, tratam de classifica-los como matéria prima para os trabalhos manuais.

Assim, despretensiosamente, começaram a surgir floreiras, luminárias, molduras de quadros, miniaturas de carros-de-boi, bancos para jardins, rack para som, caixa para CDs, entre outras. “A gente tem dó de ver essas madeiras abandonadas”, explicou. O curioso é que nenhuma peça foi vendida até o momento porque Nivaldo faz questão de presentear amigos e familiares com suas criações.

 Nesta semana, por exemplo, várias mini floreiras foram enviadas para o Canadá e Alemanha a famílias que receberam a filha Karen quando ela fez intercâmbio nestes países. Atualmente cursando mestrado na Alemanha, a jovem mantém contato com a “família postiça” com quem ficou no período da pandemia.

 

As criações são presenteadas a amigos e familiares

Enquanto as peças viajam para tão longe, ele continua soltando a imaginação, criando arte do que seria descartado e impregnando o papel com versos que mostram muita delicadeza e alegria de viver. Para entrar em contato com o poeta e artesão, seu e-mail é: nivaldoliguori@gmail.com

* Reportagem publicada na edição de 16.01.2022 do Jornal da Manhã


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