Pouco antes do meio-dia, as poucas pessoas que transitavam pela silenciosa Rua Maria Nunes da Silva, encravada no Jardim Cavalari, dificilmente identificariam o imóvel de número 151 como a sede de uma instituição que vem lutando, há quase 10 anos, para assistir os portadores de AIDS de baixa renda e suas famílias. O GAPA sobrevive com a ajuda da comunidade e trava uma luta árdua contra seu principal inimigo: o preconceito.
Tiago com uma das operadoras de telemarketing na entidade |
Quem explica é o coordenador local do GAPA, Tiago Henrique Moreira, 33 anos: “Tem gente que passa na frente, olha, vai embora e depois volta. Normalmente, são encaminhados pelo SAE (Serviço de Assistência Especializada)”. Há, também, os que telefonam, se informam e só então procuram a instituição para se cadastrarem.
Cestas básicas prontas para entrega |
Presente em municípios do interior de São Paulo como Avaré, Bauru e Botucatu, além de Marília, o GAPA sobrevive das doações da população através do telemarketing. Os recursos são empregados na aquisição de suplementos alimentares (Ensure, Sustagem etc), cestas básicas, legumes e frutas, ajuda no pagamento de contas (água, luz, aluguel), entre outros.
“Nosso objetivo é ajudar dentro da questão socioeconômica, da necessidade da pessoa”, assinalou Tiago destacando que os assistidos não recebem ajuda em dinheiro. Ele contou que há inúmeros casos em que a atuação da entidade é essencial, principalmente quando há muitas crianças na família.
Atualmente, 17 famílias estão cadastradas na unidade de Marília recebendo auxílio mensalmente, seja com alimentos, pagamento de contas básicas, medicamentos (exceto os antirretrovirais fornecidos pelo governo) etc. Há uma fila de espera de muitas famílias ansiosas para serem integradas, mas isso só ocorre quando aumenta a arrecadação ou alguma família melhora de situação e libera sua vaga.
Profissionais do SAE em uma das campanhas sobre a AIDS (Foto: Assessoria de Imprensa da Prefeitura) |
O coordenador do GAPA explicou que ao receber os portadores enviados pelo SAE ou que chegam por demanda espontânea, são realizadas visitas nas residências para realização da triagem. Ele frisou que somente as famílias que realmente necessitam são atendidas porque a procura é grande e os recursos limitados.
PRECONCEITO
Com a experiência de quem já trabalhou no telemarketing para captação de recursos, o coordenador da ONG relatou, com muita tristeza, as histórias de preconceito e falta de humanidade: “Tem mulher que é mãe, tem vários filhos pequenos, contraiu a AIDS do marido que morreu por se recusar a fazer o tratamento, e agora é marginalizada. Como não ajudar essa família?”
A informação é o melhor remédio |
Material informativo sobre DSTs |
Enquanto espera que as pessoas se sensibilizem ao serem mais informadas sobre o problema, o coordenador do GAPA mantém acesa a chama da esperança: “Graças a muita gente solidária estamos conseguindo caminhar. Um dia é ruim, no outro um pouco melhor, e assim seguimos atendendo as famílias que vivem um verdadeiro drama e precisam muito de auxílio”.
Para entrar em contato com a ONG, o endereço é: Rua Maria Nunes da Silva, 151, Jardim Cavalari. Telefone (14) 34138064.
Poxa, quanta coisa que existe em Marilia, quanta gente fazendo o bem e eu nem sabia. Parabens pela garra dos envolvidos
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