domingo, 26 de novembro de 2017

QUINTAL DA VILA: MÚSICA E GASTRONOMIA FORAM A CEREJA DO BAZAR DE ARTESANATO

Por Célia Ribeiro

Pouco antes dos primeiros raios de sol se debruçarem sobre a Vila das Artes, as vaidosas bonecas de pano disputavam o espelho com os tecidinhos coloridos, bolsas de patchwork, quadros, cerâmicas, tapetes e uma infinidade de produtos ansiosos para se mostrarem aos visitantes: sábado, 25 de novembro, nem bem amanheceu e a vila foi tomada por diversas tribos levando muita alegria e criatividade na bagagem de mão.

O tradicional bazar de fim de ano da Vila das Artes inovou. Além do artesanato da melhor qualidade, havia espaço para gastronomia, com destaque para a culinária mexicana, doces artesanais, produtos light e diet, além de doces veganos. E como tudo que é bom pode melhorar, a música deu um toque especial, através da cantora Carol Alaby e da oficina de música, utilizando baldes e sucatas, de Augusto Botelho que encantou os pequenos.
Professora Sueli juntou doces deliciosos ao seu artesanato
Criada há 10 anos pela artista plástica Patrícia Garcia Muller Manzano, a Vila das Artes é um daqueles lugares inesquecíveis, que dá sempre vontade de retornar porque o espaço está em permanente transformação. Concebido para as crianças, as mamães também têm vez. Há cursos para todos os gostos: Patchwork, cerâmica, confecção de bonecas, costura para crianças a partir dos oito anos, pintura em tela e em tecido, papietagem, mangá etc.
Patrícia Muller e as bonecas encantadas
A edição 2017 do “Quintal da Vila” reuniu um número grande de participantes. No interior da escola, na construção anexa e no quintal, havia expositores por toda parte. O tempo bom foi parceiro contribuindo para o movimento intenso de visitantes que, entre uma compra e outra, faziam pausas para o lanche se deliciando com os quitutes diferenciados.
Delícias da Leve & Diet de Renata Montolar
fizeram sucesso (Av. Rio Branco, 4 A - Tel. 14 34131590)

Muito feliz com o sucesso do evento, Patrícia Muller explicou que “quem gosta de coisa feita à mão tem algo a ver com a gente, porque a gente está acostumada a trabalhar com isso. As pessoas vão se atraindo. Eu tenho muito prazer de ver as pessoas se encontrarem. Acho que eu descobri um grande prazer na vida e acho que é isso, proporcionar os encontros. Eu queria poder registrar, fotografar, cada encontro que é tão lindo”.
A jornalista Mariana Roncari levou doces veganos. Reportagem sobre
esse trabalho estará na próxima edição do blog dia 01/12
Ela prosseguiu observando a integração entre os diversos expositores e o público: “Eu adoro essa transição. Olha aqui, olha o que ela fez, uma conhecer o trabalho da outra. Tenho um prazer nisso que não dá para descrever”. Patrícia disse que a diversidade tem por objetivo proporcionar “um dia prazeroso em todos os sentidos, proporcionar a conexão e a troca”.
A jornalista Angélica Medeiros apresentou seus doces caseiros (14-98133-4900)
Um dos pontos a destacar foi a presença de quase todas as professoras da Vila: “Alessandra, professora de boneca; Malena, professora de Patchwork; Denise, professora de crochê. Cada uma com seu trabalho, mas teve quem ensina Patchwork e levou biscoitinhos artesanais para vender, como a professora Sueli”, destacou Patrícia Muller. Ela revelou uma novidade: a artista Rossana Cilento, a bordo de um tear, atraiu muita atenção. Ela deve se integrar à Vila, com aulas de tear, em breve.

MARILIA BAUNILHA

A turma da “Marília Baunilha & Patch”, que se reunia toda semana na Vila das Artes,  e  foi registrada neste blog, também estava no bazar. Com alegria contagiante, Irene Martin, Télcia Vernaschi e Maria José Santos (Zezé) contaram que nem a distância diminuiu o ritmo das bauniletes.
Télcia, Irene e Zezé: arte com alegria
É que uma das primeiras integrantes, Maristela Ursulino, se mudou para Bauru e faz questão de estar nos encontros onde fios e linhas costuram, com pontos firmes, a amizade de décadas. “A Marília Baunilha continua firme. Nós nos reunimos todas as quintas-feiras, cada vez na casa de uma e geralmente na casa da Eneida, vulgo Marambaia, para produzir. As nossas reuniões são de muita terapia, muito riso, muito cafezinho e muito bolinho”, contou Télcia Vernaschi, entre gargalhadas.

Na mesa ao lado, Malena Galvão se juntou à animação das bauniletes. Professora de Patchwork, ela foi convidada pela Patrícia Muller a ensinar na Vila. O talento, visível nas belas produções que expôs, tem uma explicação genética: “Minha mãe sempre costurou, sempre bordou, fez roupa de noiva. Acho que quando ela colocava a gente para fazer os alinhavos foi essa a descendência do meu
trabalho”, revelou.
Malena Galvão ensina Patchwork
Ela comentou o interesse pelas artes em uma época de produção industrial em grande escala: “As pessoas se cansaram e o artesanato está em alta. A produtividade das pessoas está sendo muito bacana porque estão se diferenciando, estão se ocupando. Muitas delas já se aposentando e se encaminhando não só para o Patchwork como outras áreas do artesanato”.

Malena Galvão falou sobre os benefícios das aulas: “É muito bacana porque é o encontro das amigas, duas vezes por semana. Você começa a fazer novas amizades, passa os interesses e todo mundo neste horário tomando seu lanchinho e costurando. É gratificante porque você vê que elas passam a gostar. Tem aquelas que chegam sem saber pegar na agulha e depois de dois ou três meses saem produzindo. Elas têm interesse em se ocupar”, finalizou.

NOVIDADES

Mal acabou o bazar de 2017 e Patrícia Muller já tem muitos planos para 2018. Além do bazar do “Dia das Mães”, em maio, há estudos para criação de um evento com trabalhos de crianças com Síndrome de Down, que inclusive tem uma aluna aplicada na Vila, que é a Juliana, e uma feirinha do tipo “vender o que faço” dos trabalhos das crianças que frequentam os cursos da Vila.

Rossana Cilento e seu tear: aulas em 2018
A julgar pela disposição do pessoal, as bonequinhas de pano da Vila das Artes podem começar a pensar nos modelitos novos. Afinal, terão muitas oportunidades para se mostrarem lindas e elegantes quando o novo ano bater à porta.

A Vila das Artes está localizada à Rua Atílio Gomes, 64, próxima à rotatória do bairro Fragata. Para ler o que já publicamos sobre a Vila, acesse: Marília Baunilha, Vila das Artes e Reciclagem para crianças

2 comentários:

  1. Que fantastica sua reportagem. Amei! Nao pude ir mas vi tudo pelas suas lentes. Obridmgada por sempre nos prestigiar.

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