domingo, 28 de julho de 2013

UNIVERSITÁRIAS DE MARÍLIA DESENVOLVEM PROJETO DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL EM CABO VERDE

Por Célia Ribeiro

Na paradisíaca Ilha de Maio, em Cabo Verde (África), quando o sol se põe, o happy hour de duas universitárias de Marília não tem música, paquera ou outra atividade típica dos jovens em férias na praia. É hora de começarem a se preparar para a longa jornada de vigília que visa estudar os hábitos das tartarugas marinhas “Caretta careta” ameaçadas de extinção, em um trabalho voluntário junto à Fundação Maio de Biodiversidade.

Tartaruga marinha ameaçada de extinção

Estudantes da UNIMAR, Luiza Arantes Sampaio, 21 anos (Medicina Veterinária) e Marina Bughi Valério, 20 anos (Direito) estão no continente africano desde o início de julho e só retornarão em agosto, após sete semanas. Pela internet, elas concederam entrevista ao Correio Mariliense contando um pouco da rotina junto aos nativos e da rica experiência de atuar em um projeto ambiental fora do Brasil.

Denominado “Mar & Ilha”, o projeto saiu do papel graças a alguns apoiadores marilienses. Luiza e Marina levantaram pouco mais de sete mil reais para a viagem levando na bagagem, além de câmeras fotográficas e filmadora, a determinação de fazerem a diferença contribuindo para a preservação das tartarugas marinhas em época de desova e o fomento do turismo sustentável no lugar.

Estudantes organizam limpeza de praias em Cabo Verde
“O foco principal do projeto é abordar assuntos como a preservação do meio-ambiente e a importância que a prática de ações sustentáveis causa em uma sociedade”, explicou Luiza. Conforme disse, “trabalhamos no ramo da educação, dentro das escolas e da comunidade em geral, desenvolvendo atividades teatrais, jogos educacionais, oficinas, programa de limpeza de praias com a comunidade local etc”. E acrescentaram: “O impacto criado pelo intercâmbio de duas jovens brasileiras que atuam na defesa de um patrimônio não só local, mas mundial, é a principal ferramenta para sensibilizar as pessoas”.

 
Luiza posa com crianças locais
Luiza e Marina contaram que estão registrando tudo em fotos e vídeos para produção de um documentário, após retornarem ao Brasil, que será divulgado em exposições, congressos e nas escolas. Elas disseram que, a convite do delegado de Educação e Esportes, Teixeira Valera, também estão atuando “dentro das escolas cabo-verdianas”.

Elas fizeram questão de destacar que foram muito bem recebidas e estão se sentindo “em casa devido à semelhança entre os povos”. Hospedadas em casas de família, as universitárias têm a oportunidade de aprenderem sobre a cultura local e interagirem com a população. A língua, pelo visto, não tem sido empecilho.

“O criolo é uma língua semelhante ao português, mas é falado muito rápido e por isso não compreendemos o tempo todo o que dizem. As escolas  ensinam inglês e francês e muitos falam essas línguas. Com a equipe da Fundação Maio de Biodiversidade e voluntários de vários lugares do mundo que também estão aqui, como França, Alemanha e Suécia, estamos praticando nosso inglês”, assinalou Luiza.

 
 
Marina mostra os peixes, alimento mais consumido no lugar;


INTERCÂMBIO

“Moramos na casa de uma família: a mãe Yolanda, o marido Manoel e um filho de 17 anos, Vilson. Nanda, como chamamos Yolanda, é conhecida em toda a zona Pedro Vaz por fazer o melhor pão, que é fonte de renda para a família também. Então, por ser tão bom, gostamos de comer no café da manhã, com café com leite, e algumas frutas”, comentou a estudante de Veterinária.

 
 Luiza e Marina junto à Amanda Dutra da FMB
 e Teixeira Valera na formatura de alunos
Nas refeições principais, os peixes são servidos de várias formas: grelhado, assado e frito. Apesar do hábito dos moradores comerem Moreia, as marilienses só experimentaram a iguaria. Elas preferem o Xixarro, Cavala e Garoupa. E no lanche da tarde, consomem o Daf, semelhante ao brasileiro “bolinho de chuva”, pão de açúcar queimado (parecido com pão de mel) e bolos.

Diversidade culinária à parte, as garotas trabalham duro. As incursões pelas praias são realizadas à noite e no escuro para não prejudicarem as tartarugas marinhas. Para chegarem aos pontos de observação e estudo, caminham por cerca de 30 minutos, diariamente, com o grupo que acampa em barracas para proteção contra o vento, onde os integrantes se revezam para o descanso.

 
Na praia, a integração com jovens da comunidade local.
“Quando encontramos atividades usamos apenas luzes vermelhas e temos que recolher alguns dados e observar que tipo de atividade a tartaruga marinha realiza. Muitas vezes, elas vêm até a praia e apenas deixam um rastro porque, por algum motivo, não se sentem seguras para fazerem a desova”, relatou Luiza.

O estudo compreende o levantamento de informações como comprimento e largura das tartarugas, se fizeram ninho ou não, quanto tempo durou a atividade etc. “Estamos sempre atentas à presença de outras pessoas porque aqui existe um hábito muito grande de se comer tartarugas e consumir também seus ovos”, complementou, indignada.

 
Foto noturna, sem luz, para documentar
as tartarugas marinhas com segurança.

Nas primeiras horas da manhã, as estudantes retornam à casa onde tomam café, descansam e depois ajudam nas tarefas domésticas, como lavar louça. Elas também lavam as próprias roupas antes de seguirem para atividades com as crianças. Aliás, Luiza e Marina têm chamado a atenção com as gincanas e os teatros educativos onde utilizam uma das bonecas de pano produzidas pela Natália Sampaio, irmã de Luiza, que o Correio Mariliense mostrou domingo passado.

Outro trabalho realizado nas horas de folga são os mutirões para limpeza das praias. Envolvendo toda a comunidade, as estudantes orientam no recolhimento de lixo e entulho. Nos fins de semana costumam ir à Vila do Maio, ondem se hospedam em uma casa da FMB e podem acessar a internet para se comunicarem com os familiares. E para matar a saudade do Brasil, tomam “fresquinhas”, uma espécie de sorvete que elogiam usando uma palavra comum ao vocabulário da ilha, “Fich”. Quer dizer, legal!

APOIADORES

A viagem ao continente africano foi possível graças ao patrocínio do Colégio Esquema Único, Universidade de Marília – Unimar, Life, Fortunato Gestão Empresarial, FMC, W-Ecos, Cine Esmeralda, Revista D’Marília e Tauste. Como apoiadores ao projeto constam as Secretarias Municipais do Meio Ambiente, Educação e Cultura de Marília.
 
* Reportagem publicada na edição de 28.07.2013 do Correio Mariliense

domingo, 21 de julho de 2013

MUNDO ENCANTADO: PEDAGOGA DESENVOLVE BONECOS DE PANO PARA ESTIMULAR A IMAGINAÇÃO INFANTIL.

Por Célia Ribeiro

Encantando crianças do mundo inteiro, desde as primeiras versões de que se tem notícia, no século XIV, a fábula do “Chapeuzinho Vermelho” ganha contornos atuais quando se pensa nos perigos que rondam a infância, com predadores de toda ordem à espreita. Não existem mais florestas nas regiões densamente povoadas e muito menos o lobo-mau para devorar vovozinhas e garotinhas de capuz vermelho. No entanto, de maneira lúdica, as crianças podem aprender brincando sobre um tema tão sério.
Na floresta urbana, Natália e os personagens infantis
A opinião é da pedagoga Natália Arantes Sampaio, 26 anos, que junto com a mãe, Cibele Falcão Arantes, 53 anos, começou a confeccionar bonecos de pano por distração. O que era um passatempo, inspirado na avó Laieta, costureira de mão cheia, acabou se tornando um negócio de gente grande.
Momento da transformação
A explicação não poderia ser mais simples: as bonecas e bonecos são criados para aguçarem a imaginação dos pequenos. Por exemplo, uma boneca “04 em 01” reúne no mesmo corpo a vovozinha com a touca e os óculos característicos, a “Chapeuzinho Vermelho” com a cestinha de guloseimas, o lobo-mau e seu focinho pronunciado, e o caçador que leva apito e corda ao invés de espingarda. Em um jogo de tecidos os personagens aparecem e surpreendem!

Lobo-mau: uma das facetas da multiboneca





Tudo começou quando Natália pensou em presentear a sobrinha com um brinquedo diferente. Incentivada pela mãe, que além de bancária também costura e tem habilidade para trabalhos manuais, a pedagoga enveredou pelo caminho da criação. Com retalhos, sobras de materiais e outros aviamentos à mão, ela começou os primeiros trabalhos.

A princípio, os bonecos eram presenteados aos familiares e amigos próximos. Não tardou e começaram a chegar os pedidos graças à famosa propaganda boca-a-boca. Enfim, os bonecos escolheram sua criadora. A fama repentina, em função da criatividade e capricho dos trabalhos,cruzou fronteiras e Natália decidiu investir sério na confecção do artesanato que batizou de “Brincarte”.

SEGURANÇA

No período em que estagiou em escola infantil, Natália observou que as crianças têm pouco contato com o lúdico: “Não tem mais o brincar na rua. Tem criança que não conhece o lúdico, são muito século XXI”, disse, acrescentando que poder contribuir com o resgate de brincadeiras, ajudando as crianças a estimularem sua criatividade  é um verdadeiro presente.
Cibele: bancária, que adora costura, estimulou a filha
Cibele observou, por sua vez, que junto com as brincadeiras que utilizam os bonecos como recurso, poderão ser trabalhados temas importantes: “Não existe lobo-mau, mas existe o aliciador de criança”, assinalou, numa referência aos pedófilos e outros predadores que fazem milhares de vítimas indefesas em todo o mundo.
Chapeuzinho vermelho encanta as meninas
Natália contou que pretende iniciar um projeto de contação de histórias nas escolas, de maneira voluntária. “Não é para vender bonecos”, fez questão de frisar. Aliás, como a visão comercial parece estar mesmo em segundo plano, em breve a “Brincarte” vai chegar alçar voos mais altos.

Saci: em agosto, o folclore fica em alta
É que a irmã de Natália, Luiza Sampaio, participa de um projeto ambiental na África para onde levou algumas bonecas que fizeram muito sucesso entre as crianças do lugar. A ideia é orientar, à distância, o passo-a-passo para que as mulheres de Cabo Verde confeccionem seus próprios modelos, inclusive usando espécies em extinção, como as tartarugas, no lugar do rosto das bonecas de pano.

O Correio Mariliense publicará, domingo que vem, a reportagem que está sendo feita com Luiza Arantes Sampaio e Marina Bughi Valério, estudantes de Medicina Veterinária e Direito da Unimar. As universitárias estão em Cabo Verde desenvolvendo o Projeto “Mar & Ilha”.

Para contatar Natália Sampaio, escreva para: nahsampaio@hotmail.com O telefone é (14) 96284748

* Reportagem publicada na edição de 21.07.2013 do Correio Mariliense




domingo, 14 de julho de 2013

COM MATERIAIS RECICLÁVEIS E SOBRAS DE CONSTRUÇÃO, ESTUDANTES REVITALIZAM JARDIM DO EDUCANDÁRIO.

Por Célia Ribeiro

Garrafas PET, restos da construção civil, pneus velhos e outros materiais inservíveis foram a matéria-prima empregada na revitalização de uma das mais bonitas áreas da Zona Leste, na Rua 21 de Abril.  Durante dois meses, sob o sol forte, um grupo de estudantes dedicou tempo e energia para transformar os jardins do Educandário “Bento de Abreu Sampaio Vidal”, numa bela demonstração do que a criatividade e a solidariedade são capazes.
 
Garrafas PET com anilina colorida e cacos de telha: reaproveitamento
Batizado de “Olhar Verde”, o projeto original da ONG Unijovem, mantida pelos colaboradores da Unimed de Marília, estava no papel há tempos, explicou a auxiliar de Projetos Sociais, Camila Rodrigues da Silva. Faltava a oportunidade de identificar interessados em apoiarem a iniciativa, o que aconteceu quando a consultora da entidade, Estela Monteiro, que também é professora universitária, lançou o desafio aos alunos do curso de Pedagogia da UNIESP.
 
As garotas pegaram pesado
Coincidentemente, os futuros pedagogos precisavam cumprir horas de trabalho voluntário e a proposta caiu como uma luva. Foi dessa forma que cerca que 20 estudantes foram conhecer a Unijovem e 10 deles resolveram abraçar o “Olhar Verde”, a partir de março deste ano. “Nós viemos não só por causa das horas. A gente queria ajudar e ainda mais sabendo que usaria recicláveis”, assinalou Luverci Luque de Andrade, residente em Vera Cruz.
 
Jardins bem cuidados e revitalizados chamam a atenção
Camila observou que a proposta do “Olhar Verde” é revitalizar áreas públicas privilegiando a sustentabilidade ambiental e que a escolha do Educandário ocorreu após um levantamento de locais que necessitariam deste trabalho. Assim, a ideia é dar continuidade adotando novas áreas daqui em diante.

MENINAS FORTES

O grupo, formado basicamente pelas meninas (apenas um aluno participou), literalmente colocou a mão na massa. Uma vez por semana, durante 06 horas, os estudantes capinaram o mato, pintaram as muretas, plantaram flores e ervas e instalaram um caminho com cascalhos e restos da construção civil onde as garrafas PET, cheias de água e anilina colorida, contribuíram para a harmonização do visual.
 
Estudantes da UNIESP com Estela Monteiro ao centro
Os calos nas mãos são a parte visível das lembranças daquelas tardes, contou sorrindo a estudante Suely Escorce Munhoz. “Muita gente não acreditava que a gente conseguiria, porque erámos só meninas, praticamente”, disse, acrescentando que o resultado deixou todos muito felizes: “Senti que estava fazendo um ato de cidadania em benefício da sociedade”.
 
Pintura na mureta completou o novo paisagismo
Já Nilze Silva Segantin revelou o desejo de retornar ao Educandário, desta vez para explicar aos alunos da instituição como fizeram o novo jardim para que eles possam trabalhar na manutenção e, quem sabe, usar a ideia para melhorar praças e outras áreas públicas da cidade. A semente que lançaram, acreditam os universitários, tem tudo para germinar e brotar em forma de melhorias dos espaços verdes de Marília.
 
Camila (centro) na sede da Unijovem com as estudantes
Por sua vez, Vânia Guedes Januário disse que o exemplo do Educandário pode ser seguido por grupos de moradores, vizinhos, que quiserem revitalizar as praças nos bairros: “Com garrafas PET, cacos de telha, pneus etc, dá para fazer muitas coisas. É só querer”.

A convite do Correio Mariliense, as estudantes de Pedagogia acompanhadas de Camila Rodrigues voltaram aos jardins da instituição filantrópica na quarta-feira. Com os olhos brilhando de alegria, contaram que o espaço estava muito diferente de quando o viram pela primeira vez. “Trabalhamos duro aqui. E essa experiência poderemos passar aos nossos futuros alunos para que repliquem a ideia e ajudem a transformar os espaços públicos”, pontuou Luverci.
 
De volta aos jardins: sapo de pneu velho virou floreira original.
De acordo com a auxiliar de Projetos Sociais da Unijovem, Camila Rodrigues da Silva, a ONG doou parte do material utilizado, como as tintas e a anilina que coloriu as garrafas PET. Já os recicláveis foram levados pelos próprios estudantes que agora estão aptos a replicarem a ideia e contribuírem para que o “Olhar Verde” chegue a outros pontos da cidade.

Ela elogiou o comprometimento dos alunos que voltam à faculdade com uma nova visão de solidariedade e cidadania. Participaram da revitalização do Educandário: Adélio de Oliveira Caetano, Izabel Escorse Munhoz Amaral, Luverci Luque de Andrade, Nilze Silva Segantin, Priscila Pereira dos Santos, Raquel Messias de Oliveira Silva, Roberto Luís Moura, Sonia Regina de Oliveira, Suely Escorse Munhoz e Vânia Guedes Januário.

Obs. Neste blog há reportagens com a Unijovem publicadas em 2010, 2012 e 2013.

* Reportagem publicada na edição de 14.07.2013 do Correio Mariliense

domingo, 7 de julho de 2013

MORADORES DO ACAPULCO ESTÃO FORMANDO PARQUE ECOLÓGICO COM LAGO E ÁRVORES NATIVAS.


Por Célia Ribeiro

Após um período chuvoso, o céu azul sem nuvens e o sol se derramando sobre o vale revelam um cenário digno de cartão postal. Para completar, a chegada de um grupo de seriemas com seu andar garboso avisa aos forasteiros: este lugar já tem dono. Esse “paraíso na Terra”, como definiu a artista plástica Márcia Zaros, é o embrião do futuro parque ecológico que os moradores do Jardim Acapulco II sonham ver implantado às margens do vale na Rua Benedito Nery de Barros.

Seriemas tomam conta do lugar
Tudo começou em 2001, quando Sebastião Osni Mieto, 51 anos, mudou-se para a rua. O mato alto e a sensação de lugar abandonado o incomodavam. “Pensei em começar pela frente da minha casa, cuidando do terreno cheio de colonião, braquiária, napiê e muito mato que atraía as cobras, principalmente cascavel”, recordou, contando que sempre gostou do contato com a natureza.

No entanto, esse belo exemplo não chegou a sensibilizar os vizinhos: “Muitos moradores vinham perguntar o que eu estava fazendo, diziam que eu era louco por estar limpando a área e iniciando o plantio de espécies em extinção, como mogno, cedro-rosa, pau-brasil etc”, disse, lamentando o ceticismo de alguns moradores do bairro.
Pacus e tilápias: vida no lago próximo ao vale

Osni: amor à natureza
À exceção ficou por conta de um vizinho igualmente motivado que ele fez questão de destacar: José Basílio. Há alguns anos eles têm cuidado da ampla área, retirando o mato, molhando as mudas de árvores, recolhendo a sujeira etc. “O Basílio é um dos mais entusiasmados e, ao contrário de muita gente, sempre valorizou esse trabalho e fez questão de ajudar”, frisou Osni.

Além das árvores, um destaque são os dois pequenos lagos formados a partir de nascentes da APP (Área de Proteção Ambiental). Mais uma vez, Osni encarou o desafio e costuma dizer que grande parte do trabalho “fez no braço”,  manualmente. Na época em que estavam trabalhando nas obras do esgoto naquela região da cidade, o morador sensibilizou um maquinista que estava parado nas proximidades e ele ajudou na escavação do terreno.

 “No entanto, não podemos evoluir por causa de problemas com a contenção. Precisaríamos de uns dois caminhos de terra vermelha para a barragem”, destacou Osni. Mesmo assim, os lagos de 100 metros quadrados chegam a 1,30 metro de profundidade onde podem ser encontrados pacus de 07 quilos e tilápias de bom tamanho.

PARQUE ECOLÓGICO

“As pessoas querem ter um lugar bacana, mas acham que devem ganhar esse lugar. Elas não entendem que o tempo de cidadãos passivos, não representativos, já passou. Hoje, você precisa ser ativo, participativo, não espere que o governo venha fazer do jeito que a gente quer. Isso não vai acontecer porque não é prioridade. Existem outras prioridades para o governo que ele não está conseguindo cumprir”, afirmou a artista plástica e moradora Márcia Zaros.
 
Mogno, cedro, pau-brasil: um pouco de tudo no futuro parque ecológico

Em março de 2012 e julho de 2011, o “Correio Mariliense” mostrou a atuação de Márcia Zaros, responsável pela horta comunitária da zona oeste, instalada ao lado do Poliesportivo Américo Capeloza, em duas reportagens.

Ao se mudar para a Rua Benedito Nery de Barros, há pouco mais de um ano, conheceu os vizinhos Osni e Basílio e também passou a sonhar com o parque ecológico em que trilhas em meio a árvores e o lago repleto de peixes serão usados para o lazer da população, não apenas dos moradores do entorno, além de contribuirem com a educação ambiental das crianças e adolescentes.

Márcia Zaros
Para que este sonho saia do papel, além do auxílio da Prefeitura, com a limpeza periódica do mato e horas-máquina com tratores, eles precisam de dois caminhões de terra vermelha para a contenção dos lagos. Paralelamente, estão estudando a formalização de uma associação ambiental a ser criada com o fim exclusivo de cuidar do parque.

“Os membros da associação ambiental não precisam ser só moradores. Podem ser amigos dos moradores que queiram ajudar. O Osni, por exemplo, se mudou daqui e continua vindo quase todo dia”, afirmou a artista plástica enquanto atraía um grupo de aves com alimentação. “As pessoas acham a ideia legal, querem que faça, mas na hora de assumir responsabilidades poucos são os que têm essa coragem”, pontuou Márcia Zaros.

Ao lado, o amigo Osni concordou com a artista. O único ponto de discórdia, pelo jeito, será na hora de nomear o local: “Eu sugeri ‘Parque das Seriemas’. Mas, o Osni quer ‘Parque das Águas’ por causa do lago. Então, vamos ter que chega num acordo”, finalizou Márcia, arrancando gargalhadas do morador pioneiro.

 * Reportagem publicada na edição de 07.07.2013 do Correio Mariliense