domingo, 24 de junho de 2012

A SUSTENTABILIDADE TAMBÉM ESTÁ NA MODA: CURSO DA FAIP FORMA ESTILISTAS DIFERENCIADOS, EM MARÍLIA.

Por Célia Ribeiro

Magérrimas, altas e elegantes, elas envergam trajes que só se vê nas passarelas e nos editoriais de moda. Em comum, as manequins exibem peças criadas pelos estilistas que alinhavam sua formação em experimentos, estudos e pesquisas dedicando atenção especial à sustentabilidade. As modelos expostas na vitrine da FAIP (Faculdade de Ensino Superior do Interior Paulista) são, na realidade, apenas bonecas vestidas com as criações originais dos alunos do Curso de Moda e Estilismo que, a exemplo das modelos de verdade, atraem olhares curiosos.
Bonecas na vitrine

Ao completar cinco anos de atividades, o curso caminha para a formatura da terceira turma, informa a coordenadora adjunta Esmeralda Bassalobre Santaella, exemplo bem acabado de sucesso profissional. Ex-aluna, ela relata com entusiasmo juvenil o crescimento do expressivo mercado de trabalho para os profissionais da área e explica como os futuros estilistas poderão contribuir com as questões ambientais ao explorarem soluções alternativas, em termos de tecidos e matérias-primas, além de investirem na customização de peças.

Esmeralda, coordenadora
O Curso de Moda e Estilismo tem duração de quatro anos, período em que os alunos aprendem desde desenho, modelagem, estamparia, fotografia e dezenas de outras disciplinas. A grade curricular, que tem entre os destaques o “Ecodesign”, exige uma estrutura à altura para as experimentações.

Assim, as amplas instalações da FAIP às margens da Rodovia BR 153, no Distrito Industrial, contam com auditório que acomoda 700 pessoas, passarela profissional, laboratório de estamparia, laboratório de costura composto por máquinas profissionais, laboratório de fotografia para os editoriais de moda etc.

Se o aluno não sabe desenhar, isso é questão de tempo, observa a coordenadora mostrando, toda orgulhosa, os cadernos da turma: os rabiscos primitivos, quase infantis, vão evoluindo com o tempo e, ao final, o aluno já está desenhando com base num modelo vivo contratado para permanecer imóvel durante horas diante dos estudantes

Estudantes na laboratório de modelagem
Esmeralda assinala que “todo o trabalho é feito com base em estudo e pesquisa. É trabalhada a criatividade do aluno. Ele começa a observar com mais clareza, com mais perspicácia, os detalhes. Ele acaba tendo uma criatividade muito aguçada e sai daqui criando e não copiando”.

 HARMONIA

No Curso de Moda e Estilismo o campo é fértil para os experimentos. Durante os eventos internos e externos, os estudantes têm a oportunidade de mostrarem o que aprenderam. Entre os aspectos estudados, um tem merecido muita atenção: a tecnologia têxtil. A partir de fios mais duros ou maleáveis, naturais ou sintéticos, eles exploram o caimento das peças e se permitem inovar, deixando fluir a imaginação.
Detalhe da escama de plástico (PET)
O estudo da matéria-prima é muito importante, acrescenta a coordenadora ajunta. Conforme disse, os alunos estudam toda a cadeia desde o elemento na natureza, seu beneficiamento, usos e tempo de decomposição. Há uma preocupação com a qualidade e durabilidade das peças em contraponto ao consumismo desenfreado que está na contramão das boas práticas sustentáveis.

O profissional formado com essa visão diferenciada será capaz de influir positivamente nos diferentes aspectos da sustentabilidade (ambiental, social, econômica e cultural), acredita a coordenadora. Ela lembrou que foram realizados desfiles de moda sustentável em simpósios da faculdade em 2011 e 2012, como parte da programação da disciplina “Ecodesign”.
 
Outra iniciativa foi o trabalho com malha eco, a partir de garrafas PET. Esse tecido original, que contribui com a natureza ao tirar de circulação milhões de garrafas plásticas, foi a base para confecção de bolsas e acessórios na faculdade. Esmeralda destacou a customização de roupas que reaproveita as peças do vestuário dando-lhes uma nova forma e muito mais tempo de uso.
Aluna e sua criação
Finalizando, a coordenadora do Curso de Moda e Estilismo da FAIP disse apostar no sucesso dos profissionais que estão entrando no mercado de trabalho com uma visão inovadora. Além de atuarem na criação e confecção de roupas, há vasto espaço para que mergulhem em outras áreas igualmente lucrativas como o design de jóias, sapatos, bolsas e acessórios, aviamentos (botões, zíper etc), visual merchandising, personal styler, editoriais de moda e dezenas de outros segmentos do mundo da moda.

Com as ferramentas adequadas, estrutura laboratorial e orientação de professores dedicados, os alunos de moda e estilismo esperam sair prontos para criarem a sua moda sem perderem de vista o que os exigentes consumidores esperam em matéria de criatividade sustentável.

Para saber mais acesse AQUI e clique em FAIP. O telefone é 08007248070.

* Reportagem publicada na edição de 24.06.2012 do Correio Maríliense.

domingo, 17 de junho de 2012

AMBIENTALISTA, QUE NÃO ACREDITA NA RIO + 20, APONTA PROBLEMAS E SOLUÇÕES PARA MARÍLIA.

Por Célia Ribeiro

Numa época em que o mundo volta seu olhar para os desafios da economia verde, um dos pilares da Rio + 20, Conferência das Nações Unidas Sobre Desenvolvimento Sustentável, que acontece no Rio de Janeiro, um ambientalista mariliense, respeitado por seus sólidos conhecimentos, mostra-se cético quanto aos resultados concretos que o evento trará à população mundial. E vai além, afirmando que os sérios problemas ambientais de Marília são, antes de mais nada, “um problema de gestão, de vontade política”.

Leme,, numa das cachoeiras quase
no quintal de casa, perto de Nóbrega.
Aos 60 anos, Antônio Luiz Carvalho Leme é conhecido pela militância ambiental, sendo o atual presidente da ONG Origem. Entretanto, o técnico formado em economia e geografia, funcionário de carreira do IBGE, com diversas especializações na área ambiental e de recursos hídricos, é um estudioso incansável, um autodidata que não se conforma em apenas expor as feridas, mas sugerir a cura para os sérios problemas ambientais da cidade.

Da memória ele saca as lembranças da infância quando a família se reunia em alegres piqueniques às margens do Rio Feio, com suas águas cristalinas e correnteza de tal sorte que, certa vez, ele se livrou por pouco de um afogamento. Filho do consagrado fotógrafo Sebastião Carvalho Leme, que registrou a foto em preto e branco desta página, Leme contrai o semblante ao comentar, com tristeza, a degradação daquele e de outros rios da região.

Marília, com mais de 220 mil habitantes, em pleno século XXI, lança o esgoto doméstico e industrial sem tratamento nos córregos que desembocam nos rios e, pior ainda, seguem para os itambés comprometendo as belezas naturais da cidade. Conforme mostra a foto aérea tirada pelo ambientalista, o esgoto sai da tubulação e cai na cascata do vale. Como a maior parte das nascentes de água secou ou está comprometida, o que parece ser água é, na verdade, esgoto em queda livre na natureza!
Sebastião Carvalho Leme registrou essa imagem da esposa, dona Dulce,
e dos filhos no Rio Feio, quando o lugar ainda era preservado.
“O problema de Marília, basicamente, é uma questão de gestão. É uma questão de vontade política para resolver os problemas que não são poucos”, afirma o ambientalista. Segundo ele, da zona rural, onde as erosões tomam conta de vastas áreas, colocando em risco até a segurança das estradas, passando pela deficiência no abastecimento de água, tratamento do esgoto e destinação do lixo, Marília tem grandes desafios que precisa encarar antes que seja tarde demais.

ABASTECIMENTO DE ÁGUA

“A questão da água, apesar de parecer mais uma questão de engenharia, é uma questão ambiental. Não temos nenhuma política, nenhuma ação, como outros municípios, de produção de água superficial”, observa o presidente da Origem, explicando que a opção pela perfuração de poços profundos e utilização de águas subterrâneas é um grave erro. Como a recomposição dos estoques dos aquíferos demora décadas, deveria haver um estoque estratégico, para ser usado no futuro.

Flagrante de desrespeito à natureza: o esgoto cai da tubulação (no alto)
direto para a cascata que teria que ser só de água.
A alternativa apontada pelo ambientalista seriam os investimentos na produção de água superficial, com medidas concretas para recomposição de matas ciliares, proteção de nascentes, criação de leis que delimitam as regiões de abastecimento etc. Essa é uma preocupação que vários municípios têm levado a sério. Cidades que tiram seu abastecimento de águas subterrâneas, como Ribeirão Preto, estão tendo problema porque muitos poços estão secando, acrescenta o técnico.
Do banheiro para a cachoeira da
Bacia do Barbosa

No caso do esgoto, Leme observa que o problema é igualmente grave porque compromete a qualidade da água captada para o abastecimento da população. Além de contaminar com dejetos os córregos e rios de Marília, o esgoto impacta nos municípios da região porque o material orgânico demora a se degradar. Além disso, tem a questão dos produtos químicos que não são eliminados. Diante disso, a conclusão das obras de canalização e tratamento de esgoto torna-se vital para a cidade.

 ATERRO SANITÁRIO

“O que me preocupa hoje é a questão do lixo. Há rumores de fazer a queima”, disse, citando a possível opção da próxima administração municipal pela instalação de usina de incineração do lixo para geração de energia. Segundo Leme, na Alemanha, que saiu na frente no uso dessa tecnologia, já estão revendo o processo diante dos riscos ambientais provocados pela emissão de gases altamente tóxicos, como o gás furano.

O ambientalista levantou ainda outra questão: para a viabilidade econômica da usina são necessárias, no mínimo, 500 toneladas de lixo por dia. Marília produz cerca de 170 toneladas por dia, sendo que 70% poderiam ser reciclados. Ou seja, não há lixo suficiente que justifique a usina de incineração.

Leme e companheiros da ONG Origem
A saída, na opinião do técnico, seria Marília investir na coleta seletiva de lixo, na instalação de uma usina de reciclagem, gerando emprego e renda, e construir um aterro sanitário adequado para os 30% de material orgânico que não tem como reciclar.

Finalizando, Leme defende uma vigilância maior da população cobrando a aplicabilidade de leis que foram criadas, há muitos anos, e não saíram do papel. Ele citou “a função do fiscal ambiental, que seria exercida sem remuneração, com treinamento da sociedade; a lei do impacto da vizinhança tem 08 anos e o Fundo Especial do meio Ambiente foi criado em 2004”. Nada disso foi colocado em prática.

RIO + 20

Sobre a Conferência das Nações Unidas Sobre o Desenvolvimento Sustentável, Leme mostrou-se cético quanto aos resultados concretos. Afirmou que a questão não é o desenvolvimento, já que o planeta não tem matéria prima nem recursos naturais para suportar o crescimento que se pretende, mas sim a melhor distribuição do consumo. “Para ter um desenvolvimento nos moldes dos Estados Unidos, por exemplo, precisaríamos de 03 planetas. Isso é loucura”, ponderou.
Foto aérea mostra erosão na zona rural
No entanto, o presidente da ONG Origem observou que a Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio + 20, que reúne pessoas de dezenas de países compartilhando suas experiências, é bastante válida. A troca de informações entre cidadãos do mundo todo poderá, ao menos, levar luz e talvez produzir boas experiências que poderão ser replicadas, concluiu.

Obs: Fotos do arquivo pessoal de Antônio Luiz Carvalho Leme

 * Reportagem publicada na edição de 17.06.2012 do Correio Mariliense

domingo, 10 de junho de 2012

AÇÃO DO LIONS “AUGUSTIN SOLIVA” LEVOU TESTE DE ESPIROMETRIA AOS IDOSOS ABRIGADOS EM TRÊS ASILOS

Por Célia Ribeiro

Mais de 100 idosos, portadores de doenças respiratórias, tiveram a rara oportunidade de passar pelo exame de Espirometria, que avalia a capacidade pulmonar, graças a uma ação dos associados do Lions Clube Marília “Augustin Soliva”. Nos meses de abril e maio, voluntários percorreram os três asilos de Marília acompanhando a equipe do Laboratório Boehringer Ingelhein, responsável pela aplicação do chamado “teste do sopro”.
Idoso da Mansão Ismael faz o teste
Segundo a presidente do clube de serviço, Virgínia Maria Pradella Balloni, “trata-se de um exame que leva um tempo para conseguir fazer pelo SUS que fornece medicamentos de alto custo apenas após a comprovação da necessidade”. Por isso, ela elogiou o laboratório, através de Marcus Wander de Souza Vieira e de Roberta Przebeiovicz, por terem atendido a solicitação do Lions para realizar os exames, gratuitamente, nos idosos abrigados nos asilos da cidade.

 “O lema do Lions é ‘Nós Servimos’. Por isso, nós acabamos fazendo uma série de ações assistenciais. Agora, esse trabalho foi mais profundo porque, pelo que tenho conhecimento, a Espirometria é um exame demorado e difícil de conseguir. A partir dos contatos, o Lions conseguiu dar uma pequena colaboração”, afirmou Virgínia.
Voluntárias do Lions Soliva, Urânia Gomes dos Santos,
 Virgínia Balloni (presidente) e Rosalita Soffner Berlanga
 acompanharam os exames.

Ela acrescentou que “uma das nossas metas de trabalho voluntário para esse ano era uma ação voltada aos idosos ou que beneficiassem as instituições que cuidam dos idosos”. Por isso, avaliou como muito positiva a iniciativa que atendeu os abrigados na Casa do Caminho, Mansão Ismael e Lar São Vicente de Paulo: “São três entidades sérias, com pessoas sérias e comprometidas, que fazem um trabalho humanizado”, destacou.
Vista interna da "Casa do Caminho", na zona sul
O exame de Espirometria mede a velocidade e quantidade de ar que um paciente é capaz de colocar para dentro e para fora dos pulmões. Ele é feito com material totalmente descartável. No caso dos testes aplicados aos idosos de Marília, assim que saírem os resultados, até o final de junho, haverá acompanhamento para que os idosos que necessitem tenham acesso aos medicamentos de alto custo fornecidos pelo Ministério da Saúde.

LIÇÃO DE VIDA 

Na manhã gelada do fim de maio, uma senhora muito sorridente, sentada atrás da máquina de costura na varanda, chamou a atenção dos visitantes na Mansão Ismael. Aos 72 anos, a professora aposentada, formada em pedagogia e com família em Marília, recebeu as voluntárias do Lions Soliva como quem recebe velhos conhecidos para um cafezinho em casa.
Voluntárias do Lions e a representante da Boehringer

Concordando em contar sua história, pediu apenas para omitir o sobrenome ---- “Sou muito conhecida”, justificou ----- e ser fotografada de costas. Dona Beatriz, ou simplesmente Bia, como prefere ser chamada, é um exemplo acabado de quem envelheceu com dignidade, que preza a independência e procura viver com qualidade, ainda que num abrigo para idosos.
Dando uma pausa nos consertos de roupa, dona Bia contou que costumava visitar uma amiga da família na Mansão Ismael: “Era uma amizade de mais de 70 anos porque ela conheceu minha mãe grávida de mim", comentou, sorrindo. Então, quando decidiu deixar a casa em que morava sozinha, por questões de segurança, ela já sabia para onde desejava ir.

 Mãe de um filho de 28 anos e avó de dois netinhos, dona Bia disse que o filho tentou persuadi-la da ideia de morar num asilo: “Foi uma choradeira só. Ele disse que queria cuidar de mim como eu cuidei da minha mãe”, recordou. Entretanto, independente e determinada, a professora aposentada disse que o filho tinha direito a aproveitar a vida com sua família e que, no asilo, ela estaria melhor, em segurança e com liberdade para sair, viajar etc.
Dona Bia: bom humor invejável

No pequeno apartamento que ocupa na Mansão Ismael, dona Bia tem tudo o que precisa: televisão LCD, geladeira e até um micro-ondas. Guarda-roupa e cama confortável completam o ambiente repleto de livros e uma Bíblia, companheira inseparável. Ela contou que acorda muito cedo, liga a TV nos canais católicos onde assiste as missas e pregações. Além disso, costuma estudar a Bíblia Católica e fazer resumos num caderno sempre à mão.

Como tem bastante tempo livre, dona Bia ainda ajuda os colegas de abrigo, fazendo pequenos reparos nas roupas que os internos ganham. “Tem coisas que ganham e não serve. Precisa fazer uma barra, apertar aqui, ajustar ali. Eu não sou costureira, mas consertinhos assim eu faço. Gente antiga faz um pouco de tudo”, comentou, às gargalhadas.
Idosos tomam sol na Mansão Ismael, na zona oeste
E assim, vivendo entre idosos como ela, mas com uma energia incrível e um bom humor invejável, a professora aposentada espera continuar vivendo em paz, entre seus livros e revistas e, principalmente, exercitando sua fé.

 * Reportagem publicada na edição de 10.06.2012 do Correio Mariliense

AGÊNCIA BANCÁRIA SUSTENTÁVEL É DESTAQUE NA CASA COR

Um novo e revolucionário conceito de agência bancária foi apresentado na CASA COR SÃO PAULO 2012,  e pode ser conferido até 22 de julho, no Jockey Club de São Paulo. O arquiteto Daniel Kalil é o criador do projeto, em parceria com a Cantarino Brasileiro e Relatório Bancário, que busca transformar as agências em pontos de encontro e de cultura nos bairros, por meio de um espaço com entretenimento, conectado e pessoal aos clientes.

Agência pode ser conferida até julho
Para compor o ambiente, Kalil utilizou cores e móveis de design diferenciados, que dão ao banco um ar mais humano, no lugar daqueles espaços tradicionalmente frios e cinzas. Tudo isso, aliado às tecnologias que permitem que o local se adapte aos clientes, reconheça a cada um e apresente as informações que o usuário deseja.

A sustentabilidade é outro destaque do projeto. “Toda a iluminação foi feita por meio de lâmpadas LED. Utilizamos pastilhas pequenas de vidro e de inox que permitem o reaproveitamento das sobras. Aplicamos todos os revestimentos em placas de gesso ou MDF, reaproveitando por completo os materiais utilizados em outros lugares. Inserimos uma parede verde no ambiente para melhorar a qualidade do ar”, destaca Kalil.

Além disso, a interatividade é um dos grandes diferenciais do projeto. “Estabelecemos uma galeria de informação como eixo de ligação entre as diferentes áreas da agência. Ao longo desse eixo, o visitante recebe, através dos painéis interativos, as informações que deseja até chegar aos caixas eletrônicos com sensor de movimento”, completa o arquiteto. Desenvolvida em uma área de 75m² e aplicável a qualquer agência bancária, a ideia promete ser a união entre tecnologia, setor financeiro e meio ambiente.

Em 2011, Daniel Kalil ganhou o Concurso Banco Contemporâneo na categoria Melhor Projeto em Sustentabilidade. Este projeto foi o ponto de partida para desenvolver a Agência Bancária Conceito, iniciativa que faz parte da CASA COR SÃO PAULO 2012.

Serviço

Evento: CASA COR SÃO PAULO 2012

Data: 29 de maio a 22 de julho

Horário: de terça-feira a sábado, das 12h às 21h30 / Domingos e feriados, das 12h às 20h

Local: Jockey Club Cidade Jardim - Av. Lineu de Paula Machado, 1263.

Mais informações: (11) 3819-7955

Fonte: www.original123.com.br


domingo, 3 de junho de 2012

DELÍCIAS DO AMOR SOLIDÁRIO: VOLUNTÁRIOS ADOÇAM A VIDA DE PORTADORES DE DOENÇAS MENTAIS DO HEM

Por Célia Ribeiro

Quando tímidos raios de sol despontam no horizonte e as ruas estão quase desertas, um grupo especial de pessoas já está de pé, com disposição invejável, para encarar uma longa jornada de trabalho. Às 6h30, pontualmente, a sede da “Delícias do Amor Solidário” abre as portas para que donas de casa, aposentados (ex-bancárias, ex-professoras, ex-policiais etc) e profissionais da ativa coloquem para funcionar uma padaria diferente, ao lado do Hospital Espírita de Marília.
Voluntários chegam às 6h30
(Foto: Ivan Evangelista)
Extremamente bem organizada e instalada segundo as rígidas normas da Vigilância Sanitária, a padaria nasceu da solidariedade de voluntários que resolveram profissionalizar a produção de alimentos visando a geração de renda. O “Grupo Amor Solidário”, que atua há muitos anos junto ao HEM, promoveu dezenas de eventos até conseguir o dinheiro necessário à empreitada.

O resultado é um ambiente amplo, arejado e funcional onde o clima é de alegria e descontração. “Quando acordo, vou logo falando: oba! Hoje é dia de padaria”, contou a dona-de-casa Luiza Imaizumi, na última quinta-feira. Essas palavras ilustram bem a troca que se dá entre os que se doam ao trabalho voluntário: “A gente é quem ganha. É muito bom poder trabalhar aqui”, revelou.

Alegria contagiante de Luiza e Sandra
(Foto: Célia Ribeiro)
Até que a padaria pudesse entrar em operação, em meados de 2010, os voluntários trilharam um duro percurso: muitas feiras de sobremesa, bazares da pechincha e eventos diversos até que poupassem os recursos necessários ao projeto. O grupo nem sabe quanto gastou: “Foi tudo picadinho. A gente conseguia um dinheiro e comprava uma coisa. Depois, mais um pouco e investia em outra. E assim foi até terminar. Não ganhamos um tostão de ninguém”, observou a dona-de-casa.

Ela destacou que o grupo “Amor Solidário” atua há muitos anos na entidade. Antes, eram voluntárias que se dedicavam aos trabalhos manuais (bordados, crochê etc) com renda revertida ao hospital. Depois, decidiram pela área da alimentação e a ideia da padaria caiu como uma luva.

CLIENTELA FIEL

Bancos como o Santander e a Caixa Econômica Federal, órgãos públicos como o INSS, empresas como o Expresso de Prata, entre outros, formam uma clientela fiel. Por e-mail, toda semana uma das voluntárias envia uma mensagem à lista de endereços eletrônicos cadastrados informando o cardápio. Em seguida, recebe as encomendas por e-mail e na quinta-feira os produtos são entregues às empresas ou retirados no local, na Avenida Joaquim de Abreu Sampaio Vidal, anexa ao hospital.

Cardápio variado é sucesso na certa.
(Foto: Ivan Evangelista)
O carro-chefe são as esfirras (carne, frango, ricota etc), mas os pães não ficam atrás. Há uma infinidade de opções incluindo os pães caseiros, recheados e italianos, roscas, além de doces (bolos e rocamboles). Para quem não pode com glúten, tem o bolo nutritivo, sem farinha de trigo. O trabalho só termina no fim da tarde quando contabilizam o lucro do dia, que varia entre 800 e 1.000 reais.

A padaria só não atende o público externo na última quinta-feira de cada mês. Neste dia, todo o trabalho é direcionado para os itens encomendados pelo hospital para a festa dos pacientes (ala dos abrigados) que aniversariam. Cerca de 100 pessoas participam das comemorações e cada um recebe um kit com 03 esfirras e 02 fatias de bolo ou rocambole. Nesta semana, a delícia era o rocambole de creme de abacaxi.

Luiza Imaizumi explicou que “antes a gente dava o dinheiro para o hospital”. No entanto, de uns meses para cá, os voluntários resolveram apadrinhar algumas alas e, trabalhando com metas, conseguem renovar seu estímulo: “Nossa padaria está reformando a Sala de TV e a Sala de Terapia Ocupacional dos moradores”, informou.

Sílvia Shauer mostra uma das delícias.
(Foto: Ivan Evangelista)
Já foram feitas melhorias como substituição dos vidros e instalação de forro de PVC, além da aquisição de uma televisão de LCD de 46 polegadas. Agora, o grupo está focado na finalização dos mobiliários para dar conforto aos pacientes.

Nem bem terminam uma melhoria, os voluntários se debruçam em novos planos. O próximo setor a receber o apoio do grupo será o jardim interno. Uma arquiteta está colaborando com o projeto paisagístico e o local deverá receber quiosques e uma reformulação geral para criar um ambiente acolhedor aos usuários.

DIFICULDADE

Enquanto o Correio Mariliense acompanhava o início dos trabalhos, na última quinta-feira bem cedo, chegou um grupo carregando utensílios de cozinha: eram os donos do “Buffet Leda Pontes” que dedicam a quinta-feira para ajudarem na padaria. Aliás, além de profissionais aposentados, alguns estão na ativa, como uma cirurgiã-dentista que também fecha o consultório, às quintas-feiras, para se aventurar entre ovos, farinha e recheios.

Apesar de toda a dedicação dos voluntários, o grupo sente falta de mais ajuda: “Não precisa saber cozinhar. Pode ser alguém que ajude a lavar louça ou, principalmente, a embalar as encomendas”, disse Luiza. Normalmente, são necessários 10 voluntários por semana, mas tem dias em que apenas sete estão disponíveis.

Por sua vez, a ex-bancária e ex-lojista Sandra Ramirez explicou que a maior dificuldade é com a entrega das encomendas. O grupo faz um apelo a quem quiser colaborar afirmando que será bem-vindo qualquer apoio neste sentido: “Até ajudamos a pagar o combustível do voluntário”, ressaltou.

Detalhe do recheio: irresistível.
(Foto: Ivan Evangelista)
Os interessados podem entrar em contato pelo e-mail: grupoamorsolidariomarilia@hotmail.com Neste mesmo endereço, as pessoas podem solicitar os cardápios da semana e fazerem suas encomendas. Na próxima quinta-feira, por causa do feriado, não haverá expediente. Mas, na semana seguinte, dia 14 de junho, estarão todos a postos preparando delícias.

São as “Delícias do Amor Solidário” que fazem bem a quem compra e a quem faz. E, claro, bem ainda maior aos pacientes do Hospital Espírita de Marília!


 * Reportagem publicada na edição de 03.06.2012 do Correio Mariliense

TOME NOTA: BAZAR EM PROL DA ACC

Cartaz da promoção
No período de 07 a 09 de junho, diversas lojas de Marília promoverão um bazar, tipo Outlet, na sede da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas, na Avenida das Esmeraldas, 1001. Os ingressos custam apenas cinco reais, com renda revertida para a ACC (Associação de Combate ao Câncer de Marília) e podem ser adquiridos antecipadamente, informou a presidente da entidade, Claudine Barion.

Uma ótima oportunidade de comprar com descontos de até 70% artigos da Maison D, Quadra 10, Água de Cheiro, Carmen Steffens, Marques da Costa, Diolaser, Maria Bonita Jóias, MMartan, Pimentinha e Aimê. Convites à venda na ACC e lojas participantes.

Conheça melhor a Associação de Combate ao Câncer nesta reportagem, publicada em dezembro de 2010.