domingo, 13 de novembro de 2011

VILA DAS ARTES: ONDE A IMAGINAÇÃO E A CRIATIVIDADE REVELAM A BELEZA DOS RECICLÁVEIS

Por Célia Ribeiro

À procura de um lugar onde conseguissem se expressar com toda liberdade, as cores encontraram o habitat ideal para se estabelecer. Algumas construções, numa grande área verde, compõem o lugar dos sonhos dos artistas: a Vila das Artes. Esse é o paraíso onde a criatividade anda de mãos dadas com a imaginação, transformando todo tipo de matéria-prima, incluindo os recicláveis, em obras de arte.

Izabel, Mariana e Patrícia
No coração do Fragata, bairro tradicional de Marília, a artista plástica Patrícia Muller fincou as raízes de um projeto que começou 10 anos atrás, na própria residência. Ela começou ensinando pintura para crianças e, quando se deu conta, havia 70 delas se revezando em uma única sala. Era hora de alçar voos mais altos e o imóvel na Rua Atílio Gomes de Melo, pertinho da Praça Athos Fragata, parecia sob medida.
 
Meninas aprendem a costurar

Assim, há seis anos, nasceu a Vila das Artes: um espaço democrático para as manifestações artísticas. Lá, todo mundo pode revelar seu talento nos cursos de pintura em tela e em tecido, artesanato, confecção de boneca, cerâmica, patchwork, costura, papietagem, mangá etc. As crianças formam o público principal, mas a Vila aceita todas as idades porque tem horários bem flexíveis para quem trabalha o dia inteiro.

ESCOLA DIFERENTE

O ateliê, repleto de tintas e pincéis, revela ainda um bom estoque de embalagens de plástico, vidro e papelão, além de jornais e revistas: “As crianças trazem de casa e damos toda liberdade para que elas criem o que desejarem a partir desses materiais”, explicou Patrícia, contando que os trabalhos são orientados pela pedagoga Mariana de Lucca e pela estudante de Pedagogia Izabel Brambatti.

Casinha feita de embalagem
longa vida

A Vila das Artes é uma escola muito diferente. No quintal, à sombra de um gigantesco Jambolão e das bananeiras, as crianças fazem a festa. Brincam na areia, plantam hortaliças em garrafas PET, se sujam no barro e se divertem na hora do lanche “quando tem contação de história”, explica Patrícia. A criatividade exala em todos os ambientes de modo que as crianças podem cantar e criar peças de teatro enquanto trabalham nas peças de artesanato ou aprendem costura.

Outro lado interessante é a integração entre os frequentadores do lugar. Por exemplo, tem o Grupo “Marília Baunilha Patchwork”, que se reúne às quintas-feiras, e as alunas dos cursos de bonecas e de cerâmica que mostram suas criações, umas às outras, arrancando aplausos dos colegas: “A alma da Vila é o relacionamento entre as pessoas, um valorizando o que o outro faz”, resume a idealizadora da proposta.
Artesanato à venda na lojinha

Além do ateliê, a Vila das Artes conta com uma lojinha onde são encontrados tanto peças produzidas pelos alunos, como trabalhos trazidos por outros artistas interessados em comercializar suas criações. É um local bem frequentado por pessoas atrás de presentes originais, bem como matérias-primas para os cursos, como os tecidos para Patchwork.
Cerâmicas de vários modelos

No próximo dia 20, a Vila das Artes estará aberta ao público, das 16 às 20h, para o evento de fim de ano. Haverá uma programação cultural e exposição de trabalhos de alunos a partir dos 04 anos de idade. Mas, não haverá interrupção dos cursos. Afinal, não tem como represar a arte. Para conhecer mais sobre esse trabalho, acesse: http://viladasartesatelieeloja.blogspot.com/


* Reportagem publicada na edição de 13.11.2011 do Correio Mariliense

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