domingo, 25 de setembro de 2011

CHAPLIN ABRE AS PORTAS E REVELA COMO COLABORA COM A PRESERVAÇÃO AMBIENTAL.

Por Célia Ribeiro

Patrimônio gastronômico de Marília, desde 1.981, milhares de clientes têm alguma história para contar do Chaplin, o restaurante e pizzaria que as pessoas têm o prazer de apresentar aos parentes e amigos em visita à cidade. O que pouca gente sabe é que, por trás da gigantesca engrenagem que faz tudo funcionar como um relógio suíço, está uma preocupação ambiental levada a sério nos mínimos detalhes.

 
Chaplin é patrimônio gastronômico da cidade
 Muito já se falou das famosas pizzas e do chope cremoso, do cardápio com seus filés de dar água na boca, do torresmo e da feijoada tradicional, das pessoas bonitas que circulam por lá para torcer para o time do coração assistindo os jogos nos telões, em plena quarta-feira, ou nos borbulhantes finais de semana com música ao vivo. Da moçada às famílias mais conservadoras, há espaço para todas as tribos.


Madeira de reflorestamento
 O Chaplin que o “Correio Mariliense” vai revelar agora, poucos conhecem: administrado por um grupo de profissionais egressos do mercado financeiro, há quatro anos e meio, o restaurante adota boas práticas em sustentabilidade. Quem conta é um dos sócios, Marcelo Diniz, que junto com o irmão Paulo Diniz e os sobrinhos Fernando Diniz e Lupércio Fagundes, está à frente do empreendimento.

RECICLAGEM

Para começar, o forno da pizzaria utiliza apenas madeira de reflorestamento. É uma boa notícia em tempos de desmatamento e seus reflexos no aquecimento global. As embalagens (vidros, latinhas de alumínio, tampinhas, plástico e papelão) são doados a um coletor de recicláveis que tira dali o sustento de sua família. Da mesma forma, o óleo das fritadeiras tem destino certo: uma empresa certificada recolhe e transporta o material até a cidade de Sumaré, na região de Campinas.

Fim do desperdicio de água
Lá, os resíduos são separados do óleo e descartados em aterro sanitário certificado; a gordura segue para a indústria onde se transforma em massa para instalação de vidro, produtos de limpeza e biodiesel. Parece simples, mas é preciso ter alguns cuidados, ressalta Marcelo Diniz: “Não dê o óleo vegetal ou gordura da sua casa para qualquer um, porque ele pode não saber o que fazer com ele; tem que ser empresa que tem autorização da Cetesb para retirar e transformar ou entregar para alguém que faça isso”.

O empresário observou que “a gordura vegetal da fritadeira é como o óleo de automóvel que deve ser trocado periodicamente. No caso da fritadeira é o tempo de uso. Nós procuramos trocar antes do prazo, para poder ter um melhor resultado no produto final para o cliente”. Como consequência, são gerados dezenas de litros de gordura, que se fossem lançados no esgoto, teriam um poder de contaminação devastador.

Sócios: (Esq) Fernando, Paulo, Paula, Marcelo e Lupércio
QUALIDADE

Marcelo Diniz afirmou que o restaurante procura evitar o desperdício: “As sobras são doadas para um pequeno suinocultor. Aqui, nada do que está pronto é reaproveitado. É muito comum encontrar, nesta área, reaproveitamento, como o filé que sobra e vira croquete e assim por diante. Aqui não vira nada”.

Todo óleo é coletado e enviado à indústria em Sumaré
No entanto, quanto à matéria prima não utilizada, a criatividade fala mais alto: os pães fabricados sob medida para o Chaplin, caso não sejam usados no dia, são devolvidos à panificadora para produção de farinha de rosca usada nos empanados. Já para a produção do famoso torresmo, o exigente controle de qualidade faz com que 30% das pancetas suínas sejam descartados. Os retalhos são devolvidos ao açougue que fornece, em troca, outros produtos de origem animal usados na alimentação dos 47 funcionários.

Farinha feita do pão
Na parte das bebidas, os garrafões de vinho nacional retornam ao fornecedor para serem envasados, novamente. Já as garrafas de vodca e uísque importados são quebradas e o vidro encaminhado para reciclagem: a preocupação é evitar que as garrafas de marcas famosas sejam alvo de falsificadores de bebida.

ÁGUA: BEM PRECIOSO

No poço artesiano do restaurante foi instalado um hidrômetro que mede a saída da água e, com isso, o Chaplin paga a taxa de esgoto proporcional ao DAEM. E, para evitar o desperdício, instalou torneiras automáticas nos lavatórios dos banheiros. Em tempos de falta de água, os empresários querem dar o exemplo.

Falando em exemplo, Marcelo Diniz disse que as ações voltadas à preservação ambiental também têm o objetivo de educar os funcionários do estabelecimento. Da separação do lixo aos cuidados com o uso racional da água e produtos de limpeza, tudo é feito pensando na sustentabilidade.

Para fazer o famoso torresmo
há 30% de sobras de panceta
Como os sócios são da área financeira, foi inevitável a pergunta: quanto os donos do Chaplin lucram com as medidas? A resposta veio de bate-pronto: “Essas coisas não são feitas visando o lucro”, afirmou Marcelo Diniz, que garantiu: “Se for ver o dinheiro que isso dá, dá mais trabalho que dinheiro. Mas, acho que temos que pensar o seguinte: qualquer coisa que você puder fazer para colaboração com o meio ambiente, vai voltar para a gente mesmo”.

Antes de encerrar a entrevista exclusiva, enquanto notava uma fila de fornecedores à espera de uns minutinhos, Marcelo Diniz deixou uma mensagem para reflexão: “É mais fácil viver pensando na sustentabilidade, na reciclagem, porque você tem um ambiente mais limpo, o que é bom para todos”. Para saber mais, acesse: http://www.chaplinmarilia.com.br/

*Reportagem publicada na edição de 25.09.2011 do Correio Mariliense

domingo, 18 de setembro de 2011

O DOCE SABOR DA INCLUSÃO SOCIAL: PIZZARIA PROMOVE TARDE DE LAZER PARA FAMÍLIAS POBRES

Por Célia Ribeiro

Pouco antes das 15h de quarta-feira, um grupo de trabalhadores chegou duas horas mais cedo ao serviço. Alguns estavam de folga, mas preferiram deixar o descanso para depois e apresentaram-se voluntariamente. Afinal, seria um dia muito especial, certamente inesquecível, para dezenas de famílias que nunca tiveram a oportunidade de degustar deliciosas pizzas assadas no forno à lenha, como manda a tradição.

Meninos se refrescam com sorvete à vontade
A iniciativa do empresário Carlos Alberto Moreira, do Restaurante “O Forno”, permitiu que mais de 70 pessoas do Projeto Comunitário “Vinha do Senhor”, do Jardim Santa Antonieta, tivessem uma tarde completa de lazer. Além de degustarem diferentes pizzas, as crianças, acompanhadas pelas mães, tomaram sorvete à vontade e puderam brincar na sala de jogos do restaurante.

Carlos e Ademar: solidariedade
 Um dos mantenedores do Projeto Renove, o empresário, cuja trajetória foi registrada pelo “Correio Mariliense” na edição de 21 de novembro do ano passado, teve origem humilde, foi criado na Associação Filantrópica e sempre que pode apoia as iniciativas voltadas à inclusão social. “Às vezes, um pequeno gesto pode mudar a vida de uma pessoa”, costuma dizer aos interlocutores.

Por isso, quando conheceu o projeto da zona norte, coordenado por Cícero Carlos da Silva, onde são atendidas centenas de famílias pobres, Carlos Moreira se prontificou a promover uma tarde de lazer completa, só tomando o cuidado de dividir os grupos. Há três semanas, a primeira turma foi ao restaurante, quarta-feira foi a segunda leva e dentro de 15 dias será a vez da terceira e última parte do grupo do Santa Antonieta.
Mais de 70 moradores da zona norte lotam o salão
VOLUNTÁRIOS

Sentado à mesa com os convidados especiais, Carlos Moreira disse que seus funcionários resolveram ajudar, voluntariamente. Ao invés de entrarem às 17h em serviço, garçons, cozinheiras e ajudantes chegaram duas horas antes. No salão lotado, estava difícil conversar tamanha era a empolgação dos que eram servidos com a maior simpatia pelos garçons.


Garçons e outros funcionários trabalharam voluntariamente
 “Se cada um fizer um pouquinho, as pessoas serão muito mais felizes”, disse o empresário. Ele acrescentou que “trazer ao restaurante uma pessoa que nunca teve a oportunidade de estar num lugar desses também é uma forma de inclusão social”.

Antes dos moradores do Santa Antonieta, a pizzaria já havia recebido os atendidos da Casa Abrigo mantida pela Secretaria Municipal da Assistência Social.

DIGNIDADE

Cícero, coordenador do
Projeto "Vinha do Senhor"
Coordenador dos projetos da Comunidade “Vinha do Senhor”, que funciona no Ceasa, Cícero Carlos da Silva afirmou que não tinha palavras para agradecer: “No começo, era para trazer só as crianças. Mas, o Carlos, com esse coração enorme, abriu para as mães, também”. Ele fez questão de ressaltar o carinho com que foram recebidos: “Todo mundo foi tratado como cliente. Não teve prato ou copo de plástico; teve prato de louça, copo de vidro e tudo do bom e do melhor”.

No meio do salão, conversando animadamente, duas donas de casa, moradoras do Jardim Renata, não conseguiam esconder a empolgação. Leda Maria Rodrigues Gomes e Geraldina Nunes Ferreira Queiroz estavam admiradas com a beleza do salão envidraçado e a fartura de pizzas, refrigerantes e sorvetes: “Nunca tinha comido uma pizza dessas. Foi o dia que pedi a Deus”, resumiu dona Geraldina.
Dona Leda e a filha

Enquanto esperavam o ônibus cedido pela Prefeitura para leva-las de volta à zona norte, as crianças aproveitaram para brincar na sala de jogos, não sem antes pedirem mais um sorvete para repor as energias!

*Reportagem publicada na edição de 18.09.2011 do CORREIO MARILIENSE

DICA VERDE

REPELENTE NATURAL PARA AVES

Com a proposta de espantar aves de maneira ecologicamente correta, sem causar dano à mesma ou ao meio ambiente, a Petminato lança o Repelente Para Aves Petminato. O produto é indicado para espantar aves indesejáveis de árvores frutíferas, hortas, pomar de frutas, canteiros, jardins, depósitos de grãos, residências, ou qualquer local onde ocorram infestações de aves invasoras como: pardal, pombo, andorinha, maritaca, tesourinha, corruíra, sanhaço, coleirinha, bico de lacre, periquito, papagaio, tuim, entre outras.
Este repelente foi produzido para simular a presença de um predador. Com um pouco de vento por ter uma das pontas dobrada, gira em seu próprio eixo, assim, esta ação aerodinâmica, somado ao brilho dos olhos, ocasiona um efeito estroboscópico e as aves se afastam acreditando estar na presença ameaçadora de um predador. Informações: http://www.petminato.com.br/ (Fonte: Notícia Expressa)

TOME NOTA!

JORNADA DE ENGENHARIA AMBIENTAL

A Universidade Aberta do Brasil (UAB) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) realiza, no dia primeiro de outubro, a 3ª Jornada de Engenharia Ambiental da Universidade. O evento tem como objetivo debater as consequências da ocupação dos solos e a sujeição a desastres naturais causados por esta ocupação. As inscrições podem ser feitas até o dia 20 de setembro. Mais informações e a programação estão disponíveis no site da Jornada http://jornadaea.sead.ufscar.br/ e também pelo telefone (16) 3351–9602.

MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL

No dia 20 de setembro, entrará no ar o portal mobilize.org.br, primeiro site brasileiro inteiramente dedicado ao tema da mobilidade urbana sustentável. O documento será divulgado em transmissão via internet. Mobilize-se, mexa-se, exija transporte público de qualidade, ciclovias e calçadas decentes.

Para marcar sua estreia, exatamente na Semana da Mobilidade, o Mobilize divulgará os resultados de um estudo inédito sobre a mobilidade urbana em capitais brasileiras, revelando dados sobre a situação atual, a abrangência e a eficiência dos sistemas de transporte, impactos ambientais e planos de investimento em transporte nos próximos anos. O trabalho será apresentado no programa Urban View, na próxima terça-feira, às 10h, na AllTv, com transmissão e publicação simultânea no mobilize.org.br.

domingo, 11 de setembro de 2011

NAS UNIDADES DE SAÚDE, MULHERES DESCOBREM SEU TALENTO E REFORÇAM A RENDA COM ARTESANATO

Por Célia Ribeiro

Quem se interessa por artesanato e costuma frequentar as feirinhas da cidade ultimamente está encontrando um grupo diferente de artesãs: moradoras de bairros populares, elas se descobriram artistas por acaso e hoje conseguem viver dos trabalhos manuais confeccionados com o maior capricho. Elas são a parte mais vistosa de um projeto pouco conhecido, mas de grande valor, desenvolvido pela Secretaria Municipal da Saúde de Marília.
Bonequinhos fazem sucesso e vendem bem

Tudo começou há três anos, conta a pedagoga do NEPEM (Núcleo de Educação Permanente) da Secretaria, Meire Nilza Oliva Marconato: “Estava me inteirando de todos os trabalhos de capacitação profissional do núcleo quando recebi o convite para organizar uma oficina de artesanato, que era uma das necessidades das unidades de saúde”.
 
Meire explicou que havia iniciativas em poucas unidades onde os próprios profissionais de saúde organizavam os grupos de mulheres. O desafio foi estruturar um projeto para que médicas, enfermeiras, dentistas e demais profissionais das UBSs passassem pela capacitação para serem multiplicadoras das técnicas de artesanato nas unidades em que trabalham.

A pedagoga Meire
“Quem sabia crochê só ensinava crochê e isso acabava dispersando o grupo” recordou a pedagoga, lembrando a importância terapêutica dos trabalhos manuais. A estratégia foi reunir às quartas-feiras, no NEPEM, grupos de 10 a 12 unidades interessadas, para que os voluntários aprendessem várias técnicas e levassem o conhecimento aos grupos de artesanato dos seus bairros.

Viúva reforça o orçamento familiar

Segundo Meire Marconato, “a cada mês trabalhamos uma técnica diferente. Nós vamos capacitando os profissionais para trabalharem na comunidade, voltados a esses grupos”. Crochê, caseado, pintura, aplicação em tecidos, bordado, arte em garrafa PET etc, são ensinados nas capacitações e compartilhados nos grupos que se reúnem semanalmente nas unidades municipais de saúde.

A pedagoga conta que nem sempre há espaço para as artesãs se reunirem e trabalharem as técnicas. Mas, isso não é problema: “Tem unidade que coloca uma mesa embaixo de uma árvore, ou do lado de fora do prédio numa sombra” e o trabalho não para. Para se ter uma ideia do alcance desse projeto, a cada ano passam pela oficina de capacitação cerca de 200 pessoas. “Temos dentistas, médicas, enfermeiras, enfim, qualquer profissional que esteja disposto a ser multiplicador”, enfatizou Meire Marconato.

Variedade e preço atraem a clientela nas feirinhas

 GERAÇÃO DE RENDA

 Durante toda a semana as artesãs do projeto expuseram e comercializaram seus trabalhos no estande do Núcleo de Educação Permanente da Examar: “Eu comecei há pouco tempo e esta é a segunda feirinha que participo”, contou a dona-de-casa Conceição Bonfim, viúva e mãe de quatro filhos, moradora do Castelo Branco.

Ela aprendeu a confeccionar chaveiros, apliques em sacolas, marcador de página, entre outros. Além de se distrair, dona Conceição conseguiu uma fonte de renda porque vende toda a produção na vizinhança e adora participar das feirinhas de artesanato da cidade.

Maria Cleusa, Meire e Conceição
Para a jovem Maria Cleusa Moreira Mastromano, de 28 anos e mãe de uma menina de três anos, o artesanato foi a salvação. Ela mudou-se de São Paulo onde trabalhava como operadora de caixa até ficar desempregada. Em Marília, não tinha trabalho quando começou a se dedicar aos trabalhos manuais.

“Faz uns seis meses que comecei”, recordou Maria Cleusa, destacando que tem facilidade para aprender as técnicas. Ela costuma fazer marcadores de página, tic-tac para cabelo, caixinhas, crochê e bijuterias. Em uma única semana conseguiu 150 reais com as peças que aproveita para vender em qualquer lugar: “Até na escola da minha filha eu vendo bem”, revelou abrindo o sorriso.

 PREÇOS BAIXOS

Artesanato a partir de R$ 3,00
Até hoje, quando termina a Examar, os interessados poderão encontrar as peças do projeto do NEPEM, coordenado pela psicóloga Urânia Gomes dos Santos. Tem guardanapos, bonecas, caixinhas decoradas e uma infinidade de enfeites para a casa. Os preços são atraentes, a partir de três reais e a qualidade impressiona. Está aí um bom programa para este domingo!

 * Reportagem publicada na edição de 11.09.2011 do Correio Mariliense

DICA VERDE

AKATU MIRIM ESTIMULA HÁBITOS SAUDÁVEIS

Mais uma boa notícia para a criançada vem do Akatu Mirim (www.akatu.org.br): o portal apresenta o ciclo da bala. Este novo pacote de conteúdos conta com vídeo, jogo online, sugestões de atividades para baixar no computador e uma nova pergunta no mural eletrônico. O tema responde às perguntas de onde vem e para onde vai a bala e mostra a importância de adotar hábitos alimentares mais saudáveis.

Na seção “Vídeos”, os pequenos vão descobrir que cada balinha que eles ingerem tem uma porção de ingredientes, muito além do açúcar, sobre os quais crianças e pais devem também estar atentos. Além disso, a animação mostra os perigos de se consumir açúcar em excesso.

No “Jogo da Horta”, a criança terá o desafio de cultivar alimentos frescos, desde a escolha da semente, o preparo da terra e o cuidado com a planta, até a colheita e a entrega dos frutos, com ênfase para as dicas de incentivo à agricultura que não faz o uso de agrotóxicos. (Fonte CDN – Comunicação Corporativa)

VOLUNTARIADO NA NET

A NET, empresa de serviços de telecomunicações e entretenimento via cabo, lançou um programa de voluntariado voltado para os colaboradores. A empresa, que possui cerca de 15 mil colaboradores diretos em todo Brasil, fará o cadastramento dos interessados e montará um banco de voluntários.

Os voluntários serão acionados sempre que houver uma ação social encabeçada pela NET. “Estudos indicam que cidadãos que exercem um trabalho voluntário sentem-se mais completos e engajados, inclusive profissionalmente”, explica Daniely Gomiero, gerente de Comunicação Interna e Responsabilidade Social da NET. “O trabalho voluntário é uma relação de troca extremamente positiva, onde todos ganham.”

Dentre as ações previstas no programa, está o trabalho voluntário em instituições: a NET estabelece parceria com diversas instituições e os voluntários podem participar de projetos de média duração (de 4 a 6 meses), como por exemplo, organizar o acervo de uma biblioteca escolar, planejar e organizar um evento, ministrar um curso de informática etc.

Os voluntários também poderão participar de campanhas de arrecadação de doações. Em situações emergenciais (enchentes, desabamentos, por exemplo), a NET realiza campanhas de arrecadação de itens para doação de alimentos, brinquedos, livros, etc. (Fonte: In Press Porter Novelli )








domingo, 4 de setembro de 2011

COM A AJUDA DE PARCEIROS, ENTIDADE INVESTE NO FUTURO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES CARENTES

Por Célia Ribeiro

Na chuvosa manhã de quarta-feira, um sotaque diferente podia ser ouvido do lado de fora da sala de aula, numa escola diferente da zona norte. O barulho da chuva, bem-vinda após um longo período de estiagem, não deixava identificar o idioma falado por um grupo animado de crianças. “É aula de espanhol”, explicou um rapaz que percebeu a curiosidade da reportagem. Mas, poderia ser uma aula de italiano. Ali não existem barreiras para quem quer aprender e a única dúvida é escolher entre as opções de língua estrangeira.
Muita alegria nas brincadeiras
As portas abertas à comunidade, que chega sem cerimônia, deixam claro que o Centro Comunitário São Judas Tadeu é de todos. Com 33 anos de existência e localizado no bairro Palmital Prolongamento, um de seus projetos sociais, o Procria (Projeto Comunitário de Atendimento à Criança e ao Adolescente) é a face mais vistosa da entidade que enche de orgulho e motivação todos que dele participam.

Música no ar
Para conhecer a trajetória da instituição concebida pela comunidade da zona norte, o Correio acompanhou uma manhã de atividades e conversou com as coordenadoras Sandra de Fátima Cordeiro Roim (administrativa)e Fernanda Cristina do Nascimento Cantoara (pedagógica), com a assistente social Wanderléia Maria Malaguti e com o vereador Donizeti Alves, membro do Centro Comunitário desde sua fundação.

DE ESCOLA A PROJETO MODELO

Nos anos 80, funcionava no local uma escola estadual agrupada que acabou extinta. Assim, diante da necessidade de assistir as crianças e adolescentes de baixa renda, nasceu o Projeto Procria que hoje atende 350 crianças e adolescentes de zero a 17 anos e 10 meses. Com 04 horas de atividades diárias em período inverso ao escolar, meninos e meninas têm a oportunidade de desenvolverem suas aptidões e construírem um futuro de sucesso pessoal e profissional.

A seriedade da proposta e o envolvimento da equipe profissional foram determinantes para que o Procria atraísse apoiadores na iniciativa privada. Dois patrocinados do setor financeiro (Fundação Banco do Brasil – Federação de AABBs e HSBC Solidariedade), por exemplo, apoiam projetos esportivos e de reforço na aprendizagem escolar. Na outra ponta, o Instituto Cooperforte apoia o projeto de capacitação profissional onde meninos são formados em cursos no SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e inseridos no mercado de trabalho.
Vanderléia, Fernanda, Sandra e o vereador Donizeti
Instalado ao lado da Igreja São Judas Tadeu, parece que o Centro Comunitário faz milagres para manter o Procria: a Prefeitura Municipal cede parte da alimentação e alguns funcionários e contribui com uma subvenção mensal de cinco mil reais. O governo do Estado libera outros quatro mil reais. O restante é conseguido com promoções (bingos, vendas de pizza, quermesses etc).

No entanto, o pessoal caminha para emplacar projetos que garantam a sustentabilidade econômica da entidade. Uma fábrica de hóstia está em fase de instalação após um empresário doar 35 mil em equipamentos e reformar o local. A ideia é comercializar a produção para igrejas de Marília e região, gerando renda aos projetos comunitários.

MÚLTIPLAS ATIVIDADES
Monitores orientam os trabalhos
De manhã e à tarde, crianças e adolescentes são atendidos nas 10 salas de aula onde, inicialmente fazem a tarefa e trabalhos escolares e, na sequência partem para as atividades que escolheram: música (flauta, violão, teclado, coral), informática (básico, avançado e profissionalizante), artesanato (gesso, bordado, corte e costura, reciclados), desenho e pintura em tela, língua estrangeira (espanhol e italiano) e muitos outros.

As famílias também são acolhidas. Cursos e palestras sobre violência doméstica, alcoolismo e drogas, DST/Aids, planejamento familiar etc são destinados aos pais das crianças. Os públicos alvos do projeto são das famílias que ganham até dois salários mínimos e moram nas imediações (Palmital Prolongamento, Vila Barros, Salvador Salgueiro e imediações).
Crianças aprendem brincando
Todos os atendidos no Procria contam com acompanhamento escolar, atendimento psicológico e passam por consultas médicas e odontológicas agendadas na UBS São Judas Tadeu. Durante o período em que estão no Centro Comunitário, fazem duas refeições (almoço e lanche) seguindo uma dieta equilibrada e recebem material para as atividades.

 HISTÓRIAS DE SUCESSO

Todos os esforços e a dedicação da equipe multiprofissional estão resultando em emocionantes histórias de sucesso. Meninos e meninas que viviam em situação de risco social saem do projeto prontos para o mercado de trabalho. No Procria eles são preparados com tanta competência que se tornam trabalhadores diferenciados.
O xadrez ajuda na concentração e raciocínio

As coordenadoras contaram que quando foi formada a primeira turma do curso profissionalizante no SENAI com os adolescentes do projeto, houve certa resistência por parte da escola devido às experiências ruins anteriores com outros menores que não se comportaram adequadamente. Nos cursos de metalomecânica e panificação com os meninos do Procria, ao final, os resultados foram os melhores e todos acabaram empregados.
Pais assistem palestras
A assistente social lembrou o início do trabalho de visita às empresas visando garantir que os menores, pelo menos, tivessem acesso ao processo seletivo: “Nós os preparamos para as entrevistas, eles aprendem sobre relacionamento interpessoal, disciplina, como se portar. Hoje, são as empresas que nos procuram atrás de jovens (menor aprendiz) porque nossos adolescentes são diferenciados”, afirmou.

NOVOS PLANOS

A entidade presidida por Nivaldo José Zanoni tem novos desafios pela frente. A grande necessidade atual é a construção de uma quadra esportiva para as atividades das crianças e adolescentes. Hoje, 120 menores que participam do projeto patrocinado pela Fundação Banco do Brasil vão à Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) para atividades esportivas, semanalmente. Os demais ficam no Procria fazendo outras atividades. Com a quadra no Centro Comunitário, todos teriam acesso.
A leitura é estimulada
Outro desafio é a construção de um barracão para instalação de uma oficina de costura. Animada, a coordenadora administrativa já deu até o nome “Confecções La Barros” que empregaria as meninas do projeto e suas mães numa proposta de geração de renda. Segundo o vereador Donizeti Alves, a presidente do Fundo Social de Solidariedade de Marília, Fátima Bulgareli, doou diversas máquinas. Só falta o prédio.

 E com isso, de sonho em sonho, a equipe do Procria e o Centro Comunitário São Judas Tadeu provam que quando se tem vontade, fé e determinação, é possível chegar cada vez mais longe e contribuir, verdadeiramente, para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna.

* Reportagem publicada na edição de 04.09.2011 do Correio Mariliense