domingo, 26 de setembro de 2010

Preocupação com o futuro do planeta muda hábitos do mariliense

 Por Célia Ribeiro

O que têm em comum um aposentado, uma secretária e um engenheiro civil que frequentam o mesmo local nos finais de tarde? Apesar de não se conhecerem, eles têm a mesma preocupação: preservar o planeta para as futuras gerações. Por isso, separam papel, vidro, metal e plástico do lixo doméstico para descartarem na Estação de Reciclagem Pão de Açúcar Unilever de Marília.

Irineu Campos

De fala mansa e com muita paciência para dispensar seus recicláveis nos compartimentos próprios, o aposentado Irineu Campos contou que vai até três vezes por semana à estação: “Eu trago meus recicláveis desde que criaram isso aqui, há uns dois anos. Em casa, separo tudo e só vai para o lixo o que não serve para reciclar”, acrescentou.

Enquanto o aposentado finalizava o descarte, a secretária de consultório médico, Neide da Silva Rocha, aguardava sua vez: “Eu trabalho aqui perto e venho várias vezes por semana”, disse. Ela afirmou que antes de existir o ponto de coleta costumava separar os recicláveis para doar a alguns catadores de rua.

“Eu não tenho filhos, mas tenho sobrinhos. Quero deixar um planeta melhor para as futuras gerações. Do jeito que as coisas estão, com essa falta de chuva em alguns lugares e enchentes em outros, é prova que o homem está prejudicando a natureza”, assinalou. E fez um apelo: “Todos deveriam se conscientizar e cada um fazer sua parte”.

Neide: futuro melhor
O engenheiro civil e ex-diretor do DAEM (Departamento de Água e Esgoto de Marília), Jefferson Domingues, costuma se reunir com amigos para um café nos finais de tarde na lanchonete do supermercado: “Aproveito para trazer meus recicláveis. Pelo menos duas vezes por semana eu separo e trago principalmente embalagem de material de limpeza, vidro e papel”.

O engenheiro observou que “os recursos naturais são finitos. Se o homem continuar destruindo sem se preocupar em preservar o planeta os problemas serão cada vez maiores”. Defensor da reciclagem de materiais, Jefferson Domingues comentou que “o poder público deveria dar o exemplo e estimular a instalação de centrais de coleta como essa da iniciativa privada. Em cada ponto de Marília deveria existir um local para recolher esses materiais. Além de preservar o meio ambiente, ainda geraria renda para trabalhadores sem qualificação profissional”.
À direita, Jefferson Domingues, no café da tarde

No cafezinho da última quinta-feira, Jefferson Domingues estava acompanhado dos amigos Reginaldo Costa Gonzales e Luís Orlando Junior que também costumam levar recicláveis para a estação do supermercado.

Números

Localizada num ponto estratégico do estacionamento, a Estação de Reciclagem recolheu 3.463 quilos de recicláveis em agosto, de acordo com a placa posicionada no local. Segundo a assessoria de imprensa do Pão de Açúcar, desde 2.001 quando começaram a ser implantadas as estações, em parceria com a Unilever, já foram arrecadados 35 mil toneladas de lixo seco (papelão, plástico, metal e vidro) e 308 mil litros de óleo de cozinha.

Atualmente, existem 110 postos de coleta no Pão de Açúcar, número que salta para 199 estações quando somadas todas as redes do grupo (Pão de Açúcar, Extra e CompreBem), localizadas em 31 municípios.

A assessoria informou, ainda, que em 52 lojas do grupo existe a reciclagem pré-consumo: “O sistema permite ao cliente descartar embalagens que não vai usar no ato da compra, diretamente nos caixas das lojas. A ação já conseguiu arrecadar mais de 600 mil embalagens desde seu lançamento”.

Sacolas retornáveis
Sacolas retornáveis, práticas e baratas

De vários modelos e tamanhos, as sacolas retornáveis caíram no gosto do consumidor: com elas, é possível abrir mão da sacolinha plástica que pode demorar 200 anos para se decompor na natureza (quando enterrada nos lixões). Vários supermercados e lojas de departamentos vêm aumentar a procura em Marília. Afinal, elas são práticas, duráveis, baratas e ainda contribuem para a preservação ambiental.

No Pão de Açúcar, o “Cliente Mais” ganha pontos quando abre mão dos saquinhos plásticos. Em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, desde 2005 foram comercializadas mais de 2 milhões de sacolas. Em 2.009, o uso das sacolas retornáveis significou redução de 6% no uso de embalagens plásticas, o equivalente a 91 milhões de sacolinhas plásticas economizadas.

Decomposição

Quando se observa o tempo médio de decomposição de alguns produtos, fica mais fácil entender a importância do consumidor adotar práticas sustentáveis no dia-a-dia. Segundo o portal Planeta Sustentável, da Editora Abril (http://planetasustentavel.abril.com.br) , são os seguintes os tempos médios para que a natureza absorva os materiais: isopor – 500 anos; garrafas pet – 200 anos; alumínio de latinhas de cerveja e refrigerante, interior de embalagens longa vida e película de CD – 100 anos; borracha de pneus e solado de tênis – 80 anos; vidro e metais pesados de eletrônicos não se decompõem e, quando descartados incorretamente, poluem o meio ambiente.

Está aí mais um bom motivo para investir na mudança de hábitos e cuidar do planeta enquanto é tempo.

* Reportagem publicada na edição de 26.09.2010 do Correio Mariliense.

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