terça-feira, 3 de agosto de 2010

DORI gera energia com a casca de amendoim

Por Célia Ribeiro

Marília,  Capital Nacional do Alimento, pode se orgulhar de ser berço de uma empresa que vem se destacando no Brasil e no exterior por suas práticas preservacionistas. Decorridos seis anos desde a criação do Sistema Integrado de Gestão Ambiental (SIGA), a Dori dá um salto ao testar o uso da casca do amendoim, junto com a madeira, nas caldeiras que produzem vapor .

Segundo o diretor de Supply Chain da Dori, Carlos Bodini Barion, “a sustentabilidade tem que ser analisada sob três dimensões: a econômica, a social e a ambiental”. Neste sentido, as ações desenvolvidas na área têm um forte componente genético porque envolvem sua estrutura desde os colaboradores até seus parceiros comerciais, como um DNA da empresa.

A experiência com a casca do amendoim surgiu após a constatação de que, quando não descartado corretamente, o material era decomposto no tempo gerando gases nocivos à camada de ozônio, recorda o executivo.

Então, por que não usar a casca do amendoim como combustível? Carlos Barion explicou que o primeiro passo foi procurar os órgãos responsáveis, como a CETESB que autorizou os estudos. Hoje, com unidades fabris em Marília e em Rolândia/PR, a Dori emprega com sucesso o material que antes seria descartado na natureza, economizando madeira e dando a destinação adequada aos dejetos. Para isso, a indústria possui a chamada licença precária da CETESB.

Carlos Barion
                                                                                                    
FERTIRRIGAÇÃO

De propriedade da Dori, o Sitio Ouro Verde, localizando em Rolândia, é considerado referência em educação ambiental de estudantes das redes municipal e estadual de ensino. Eles realizam visitas monitoradas para observação do reflorestamento com espécies nativas da região, da recuperação da mata ciliar e do projeto de fertirrigação.

Na unidade do Paraná, a Dori conseguiu o ciclo fechado: os resíduos da fábrica são tratados e servem de fertilizantes para a plantação de eucalipto que, por sua vez, alimenta as caldeiras que produzem vapor para cozimento.

RECURSOS HÍDRICOS

A Dori também possui um programa de controle da qualidade da água “cujo objetivo é estabelecer procedimentos e padrões a serem adotados para manter a qualidade e a segurança da água utilizada na produção de alimentos, nos processos de limpeza, desinfecção e para consumo dos colaboradores” destaca a empresa no último Balanço Social.

Entre as práticas estão a água de reuso do desmineralizador (aproveitada em 12 vasos sanitários) e reutilização de água da caldeira, com mais economia.

Junto aos colaboradores, a Dori promove palestras sobre “Conservação do Ambiente de Trabalho” e “Boas Práticas Ambientais”, com o objetivo de sensibilizar seus funcionários para a prática de atitudes ambientalmente corretas.

Baseando-se no conceito dos 3 Rs (reduzir, reutilizar e reciclar) a indústria realiza a coleta seletiva e estimula seus colaboradores a evitarem o desperdício, economizando água, energia elétrica, papéis, utensílios e matérias-primas. Assim, todo resíduo de madeira gerado nas fábricas também é utilizado como combustível nas caldeiras.

A Dori possui um container para armazenamento de lâmpadas fluorescentes e vapor de mercúrio. Em 2008, foram entregues 4.044 unidades para uma empresa especializada que realiza a descontaminação do material, recuperando o mercúrio e reutilizando-o para fins industriais.

Também são armazenados e comercializados os resíduos de óleos lubrificantes.

QUALIDADE DO AR

De acordo com o último Balanço Social, desde 2005, “com a instalação da nova caldeira movida a cavaco de madeira, em substituição à de combustíveis fósseis, a empresa conseguiu uma significativa redução de gases lançados na atmosfera”. Com a instalação do lavador de gases, em 2006, a CETESB liberou a licença de operação da caldeira, “comprovando a eficiência do sistema de lavador de gases”.

O conjunto de ações ambientalmente corretas colocou a Dori entre os melhores casos de gestão socioambiental do Brasil, ao lado de empresas de classe global como Companhia Vale, AmBev, Basf, Bayer, Bunge, Alcoa, Embraer, Ford, Klabin, Petrobras, Sadia, Siemens, Rede Globo etc.

Mais que adotar a sustentabilidade sob as dimensões econômica, social e ambiental, a Dori quer ser um exemplo para inspirar seus colaboradores, parceiros e a sociedade.


A Dori em números
                                           
Presidida por João Baptista Barion, a Dori produz, por ano, 90.000 toneladas de confeitos, balas, pastilhas de chocolate, pirulitos, gomas, dentre outros; conta com 1.990 colaboradores diretos, comercializa seus produtos em todo o Brasil e exporta para mais de 50 países.

Para saber mais: http://www.dori.com.br/

Matéria veiculada no Correio Mariliense em 06.06.2010

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